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Francófonos suspendem Mali após golpe militar

AFP | mp
26 de agosto de 2020

A Organização Internacional da Francofonia exclui representantes do Mali das suas autoridades após o golpe de 18 de agosto. Junta militar se aproxima dos parceiros contra o jihadismo, e CEDEAO adia avaliação de sanções.

Mali Massenkundgebung in Bamako
Faixa de protesto contra a comunidade internacional: "Abaixo a França e a CEDEAO"Foto: picture-alliance/AP Photo

O Conselho Permanente da Francofonia (CPF), reunido em sessão extraordinária por videoconferência, "decidiu suspender a República do Mali da Francofonia. Por outro lado, anunciou que vai manter ações de cooperação que beneficiam diretamente a população civil, bem como as que contribuem para a restauração da democracia", divulgou a CPF numa nota à imprensa.

A organização apela à libertação do Presidente Ibrahim Boubacar Keita, que foi derrubado a 18 de agosto e desde então está detido. Também apela ao "estabelecimento, o mais rapidamente possível, de um governo de transição liderado por uma autoridade civil".

O comunicado expressa a intenção de enviar uma delegação de alto nível a Bamako nos próximos dias para avaliar a situação.

Com o apoio do povo, militares buscam alternativas para que Mali não seja isoladoFoto: picture-alliance/AP Photo

A comunidade internacional condenou o golpe de Estado. A Comunidade dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou na semana passada a suspensão do Mali dos seus órgãos de decisão.

CEDEAO e junta não chegaram a um acordo sobre as condições para uma transição democrática no país e o bloco de países da África Ocidental realiza reunião nesta sexta-feira (28.08) para avaliar a manutenção de sanções ao país - tais como o encerramento das fronteiras dos estados membros com o Mali e a paragem dos fluxos financeiros e comerciais.

Aliança contra jihadistas

Os militares dizem estar preocupados com o efeito destas medidas de retaliação sobre um país que enfrenta - para além da propagação do jihadismo e da violência intercomunitária - a estagnação económica e o fracasso do Estado.

A 20 de Agosto, a CEDEAO disse que negava "categoricamente qualquer forma de legitimidade [à junta militar]".

Mahmoud Dicko é um dos líderes do M5-RFP e será recebido pela junta militarFoto: Reuters/R. Byhre

Contudo, analistas notam uma inclinação para o pragmatismo entre os parceiros do Mali. As discussões entre os militares e a delegação da CEDEAO parecem ter estabelecido que a exigência inicial de um regresso ao poder por parte de Keta já não está na ordem do dia.

O Comité Nacional para a Salvação do Povo (CNSP) criado pela junta recebeu na segunda-feira o embaixador francês e o comandante da força antijihadista francesa no Sahel (Barkhane), bem como o embaixador argelino - mediador de um importante acordo entre as autoridades malianas e os grupos rebeldes em 2015 -segundo as imagens das reuniões publicadas na conta do CNSP no Twitter.

Na terça-feira, foi a vez dos embaixadores dos Estados Unidos e Itália e de uma delegação do Sahel do G5 (Burkina Faso, Mauritânia, Níger, Chade para além do Mali) encontrarem os integrantes da junta miltiar, de acordo com o CNSP.

O CNSP deverá receber na quarta-feira representantes do Movimento do 5 de junho - Reunião das Forças Patrióticas (M5-RFP), que durante semanas liderou um amplo protesto civil que desestabilizou o Presidente Keita.

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