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DesastresMoçambique

Freddy: Moçambique novamente em alerta face a ciclone

Delfim Anacleto
10 de março de 2023

Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique (INAM) alerta que a tempestade tropical está no Canal de Moçambique e deve atingir a costa esta noite como ciclone. A previsão é de chuva intensa.

Freddy passou por Moçambique e deixou um rasto de destruição no final de fevereiroFoto: Luciano da Conceição/DW

A tempestade tropical Freddy está a ganhar força e deverá atingir nas próximas horas a costa de Moçambique no estado de ciclone, com ventos superiores a 160 quilómetros por hora, alertaram as autoridades.

Como media de prevenção, o Governo moçambicano ordenou na quarta-feira (09.02) a suspensão das aulas em todos os subsistemas de ensino na província da Zambézia. A província é apontada como porta de entrada da tempestade tropical.

Em entrevista à DW África, o meteorologista Acácio Tembe, do Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique (INAM), alerta que outras províncias também devem ser atingidas por ventos fortes e chuvas intensas.

Tembe diz ainda que o INAM, em conjunto com outras entidades governamentais, está a trabalhar para retirar a população de zonas consideradas de risco.

DW África: Qual é a previsão para as próximas horas?

Acácio Tembe (AT): Estamos com uma tempestade tropical severa que está na faixa central do Canal de Moçambique. Está a fazer o movimento para a nossa costa. A previsão é que a tempestade entre pela [província da] Zambézia, mais ou menos perto da cidade de Quelimane, nas primeiras horas do dia 11 [sábado] como ciclone tropical de categoria três.

Os impactos da primeira passagem da tempestade Freddy em InhambaneFoto: Luciano da Conceição/DW

Este sistema, pela sua característica, está a fazer um movimento muito lento e é por esta razão que ainda vai levar muito tempo por causa da velocidade do seu movimento. Ele está a cerca de 11 quilómetros por hora de velocidade, mas nas próximas horas ele poderá baixar também a sua velocidade. E depois de entrar no continente, vai perder energia. Por causa do atrito com a terra, vai baixar a intensidade dos ventos, mas vai aumentar a quantidade de chuva.

Estamos a prever grandes quantidades de precipitação, principalmente para a região do Alto Zambeze, as província de Tete, Manica e Sofala. Principalmente a região norte de Sofala, que está muito perto da Zambézia, vai sofrer o impacto dos ventos, e mais tarde também vai sofrer o impacto das chuvas.

DW África: É a segunda vez que o mesmo cenário poderá atingir Moçambique. Se tivermos que fazer uma comparação, podemos dizer este poderá ser pior do que a primeira vez quando entrou Moçambique?

AT: Pior, não vou dizer, mas vamos sentir mais os impactos do que em relação ao primeiro [fenómeno]. O primeiro entrou com uma categoria muito baixa, como tempestade tropical severa, com ventos de 120 a 140 quilómetros por hora. Então, em termos de vento, a tempestade não foi muito forte, mas foi muito forte em termos de ocorrência de chuva.

Desta vez, segundo as nossas previsões, depois de dar muita chuva no Alto Zambeze, poderá criar alguns problemas em algumas regiões, principalmente a parte baixa do rio Zambeze.

Freddy deverá provocar mais chuvas desta vez, em comparação com a primeira passagem da tempestade tropical por Moçambique em fevereiroFoto: NASA VIA REUTERS

A província de Tete vai receber grandes quantidades de precipitação e isso também nos preocupa, porque temos o rio Rovúbuè. No ano passado, tivemos uma ponte que desabou [sobre o Rovúbuè]. Este ano, se acontecer alguma situação igual, podemos ter problemas também nessa zona.

Poderá haver inundações na cidade da Beira [em Sofala] e Quelimane [na Zambézia], como ponto de entrada, com cerca de dois milímetros [de chuva]. Então esta [tempestade] vai ser muito mais intensa em termos de impacto em relação à primeira.

DW África: Prevendo-se que terá muitos impactos em relação à primeira entrada. Que apelo o INAM faz às populações das zonas que poderão ser atingida?

AT: Em coordenação com o INGD [Instituto Nacional de Gestão de Desastres] e outras instituições multissetoriais, estamos a fazer um trabalho conjunto de sensibilização das pessoas, para saírem das zonas de risco. Temos primeiro a situação dos ventos. Antes do fenómeno, as pessoas devem aumentar a capacidade de resiliência das coberturas das suas residências e, durante, devem permanecer em casa.

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