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FRELIMO dominou espaço nos média nas eleições, diz relatório

Selma Inocência
13 de março de 2020

Pesquisa do MISA-Moçambique constata que a cobertura eleitoral dos media foi polarizada nas eleições de 2019. Partidos da oposição tiveram menor tempo de antena e sofreram abordagens negativas por parte da imprensa.

Wahlen Mosambik 15.10.2014 Filipe Nyusi
Presidente Filipe Nyusi durante a votação, foto ilustrativaFoto: Reuters/Grant Lee Neuenburg

O relatório de monitoria da cobertura dos media nas eleições gerais moçambicanas de 2019 lançado esta quinta-feira pelo MISA Moçambique, em Maputo revela uma atuação polarizada dos órgãos de comunicação social no tratamento da informação. Dentre as constatações apresentadas, constam - sobretudo nos órgãos públicos - a concessão de maior espaço para a FRELIMO, cujas abordagens eram positivas, e menor tempo de antena para partidos da oposição, que sofreram conotação negativas. A DW África falou com Mário Fonseca, coordenador da pesquisa.

DW África: Quais são as principais constatações que o relatório de monitoria da cobertura dos media das eleições gerais de 2019 em Moçambique traz?

Mário Fonseca (MF): Traz constatações muito gerais sobre como é que foi a cobertura eleitoral. Por exemplo, em termos de espaço atribuídos, há uma hegemonia dos partidos parlamentares, que aparecem com mais espaços nos media e os partidos emergentes com menor espaço nos media. E, de um modo geral, eu acho que o relatório mostra, mais uma vez, que existe predomínio da hegemonia do partido no poder em termos de domínio do espaço nos media, depois seguem os dois partidos com representação parlamentar.

FRELIMO dominou espaço nos média nas eleições, diz relatório

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DW África: O que diz o relatório sobre a cobertura feita pelos órgão de comunicação social públicos? Houve distribuição adequada do tempo de antena?

MF: Vamos variando de órgão para órgão. Há órgãos como a Rádio Moçambique que têm uma elevada presença de cerca de 39,5% ou 40% para o partido no poder mas também tem cerca de 27% para a RENAMO e cerca de 24% para o MDM. Esta presença não nos surpreende tanto assim. Há um fenómeno que precisa ser analisado de forma mais atenta que é a forma de abordagem. Há uma tendência de que os órgãos fazem uma abordagem positiva do partido no poder e uma abordagem negativa dos partidos da oposição.

DW África: A amostra inclui os medias digitais ou aqueles com alcance regional ou local?

MF: Este estudo, particularmente, não. Não olhou para os novos medias e para esses outros. Analisamos 14 meios de comunicação que incluem os jornais diários que nós temos, são três. Não temos nenhum órgão que está especificamente apenas fora de Maputo que tenha sido analisado.

DW África: Que conclusões traz este relatório sobre a cobertura mediática das eleições 2019?

MF: Há sempre uma tendência polarizada, por isso é que temos por exemplo muita informação política que é negativa ou positiva e temos muito pouco de posição neutra por parte dos jornalistas. Isso mostra a polarização da imprensa moçambicana. Portanto, os media sempre estiveram ligados ou a favor ou contra o trabalho político

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