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FRELIMO quer fortalecer candidaturas às autárquicas

18 de julho de 2023

Em entrevista à DW, o analista político Dércio Alfazema acredita que a FRELIMO quer recuperar munícipios governados pela oposição e prevê uma grande disputa eleitoral na cidade da Beira.

Mosambik Abgeordnete der Parteien FRELIMO und RENAMO
Foto: DW

Em Moçambique, a corrida para as eleições autárquicas de outubro já mexe os corredores político nacionais. Depois da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), no último fim-de-semana, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) anunciou os nomes dos cabeças de lista aquela formação política, para as 65 autarquias.

O grande destaque vai para as cidades da Beira e Nampula, agora geridas pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e RENAMO. Na Beira, a FRELIMO apostou em Stella Zeca – atual Secretária de Estado em Sofala e em Nampula a escolha foi para o atual governador provincial, Manuel Rodrigues.

Na cidade da Matola, onde nas últimas autárquicas a RENAMO conquistou 43% dos votos, a FRELIMO prescindiu do atual edil, Calisto Cossa, e apostou em Júlio Parruque – atual governador da província de Maputo.

Dércio Alfazema, analista político moçambicanoFoto: Arcénio Sebastião/DW

À DW, o analista político moçambicano, Dércio Alfazema entende que "a FRELIMO está a tentar ir na sua máxima força para tentar reconquistar as cidades da Beira e Nampula" e evitar riscos na cidade da Maputo.

DW: Como analisa estes nomes propostos para FRELIMO para Matola, Beira e Nampula?

Dércio Alfazema (DA): Na verdade, o que a FRELIMO está a fazer é centrar as suas baterias e fazer máxima força para não tomar o risco, em Nampula e Beira, sítios que estão há muito tempo nas mãos da oposição. Estão focados em retomar a governação destes dois municipios. Falamos também da Matola e os resultados eleitorais têm sido bastante renhidos, e acredito que preocupa a FRELIMO, que receia perder um município tão estratégico como o da Matola.

DW: Olhando para Matola e Nampula, são governadores eleitos nas últimas eleições e que concorreram a nível provincial. É uma tentativa de ir à procura de gabarito político que conquistaram nas províncias?

DA: Penso que prevaleceu o interesse maior dos partidos. E essas pessoas são disciplinadas para assumir essa missão. É preciso que essa disputa não vá para além da apresentação de ideias, de um debate político animado, mas que no final, vença aquele que somar o maior número de votos dos eleitores. Que a vitória nesses municipios não sejam a todo custo.

DW: Como é que podemos projetar a corrida eleitoral na cidade da Beira?

DA: Penso que vai ser uma eleição bastante disputada. Ainda não sabemos quais as propostas dos partidos extra-parlamentares, pode ser que sejam interessantes. Há três candidatos em três partidos fortes. Mas nenhum deles esteve exposto diretamente ao eleitorado, no sentido de mobilizar o voto de forma individual. Sempre foram pessoas com papel secundário, apoiando cabeças de lista. Será uma prova única para os três candidatos. Claramente que o Albano Carige (MDM) está habituado ao terreno, já interage com os munícipes. Mas chamo a atenção também para a Stella Zeca (FRELIMO), que está com uma caminhada política sem manchas e já esteve a governar uma província difícil, a província de Gaza. E está muito bem cotada na província de Sofala. Em relação ao candidato da RENAMO (Gerlado Carvalho), é um bom animador de campanha, mas ainda não deu provas de experiência de governação. Creio que a grande disputa seja entre o Albano Carige e a Stella Zeca.

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