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Manifestantes detidos na Guiné-Bissau

DW (Deutsche Welle) | Lusa
27 de julho de 2024

Protestos pró e contra regime de Umaro Sissoco Embaló previstos para este sábado na capital guineense foram cancelados. Frente Popular denunciou ocorrência de três detenções e convocou nova manifestação para 3 de agosto.

Guinea Bissau Fischerei
Foto: DW/B. Darame

A cidade de Bissau acordou, este sábado, com um forte dispositivo policial espalhado pelas ruas, sem sinais das duas manifestações anunciadas, uma pró e outra contra o regime do país, e sem Internet.

A desmobilização dos protestos devido à presença da polícia tem sido uma constante nos últimos meses em diversas manifestações convocados, mas é a primeira vez que as iniciativas coincidem com uma falha generalizada nas comunicações.

Ao final da manhã, a Frente Popular,uma plataforma que junta grupos de mulheres, de jovens e de sindicatos, e que é a organizadora do protesto contra Umaro Sissoco Embaló, fez saber que "mais uma vez, contra todas as disposições legais, as forças a mando da ditadura a desgovernar a Guiné-Bissau sequestraram dezenas de cidadãos indefesos que se estavam a mobilizar em diferentes artérias de Bissau para a manifestação".

Nova manifestação a 3 de agosto

Mais tarde, em declarações à DW, Lelito Quadé, um dos membros da Frente Popular que foi detido na sequência da tentativa de realização do protesto, contou que, "de acordo com os resultados das negociações que a organização teve na sexta-feira com os responsáveis do Ministério do Interior, era para suspender a manifestação. O Ministério do Interior permitiria a realização de um comício popular. Mas, surpreendente, não foi o que aconteceu", disse. 

O ativista denunciou também que três membros da Frente Popular foram detidos, incluindo ele. Avançou que foram encaminhados para o Ministério do Interior e colocados na cela juntamente com elementos da outra organização que defende o Presidente da República. Uma ação que considera de "tentativa de humilhação".

A Frente Popular diz estar determinada em continuar com os protestos "para o restabelecimento da normalidade democrática" na Guiné-Bissau.

Desde cerca das 07:30 que não há dados móveis nas duas operadoras que servem o país e há falhas na rede fixa, o que impossibilita o uso do principal meio de comunicação dos guineenses, o serviço de WhatsApp.

A falta de acesso à internet é evidente nas páginas online dos órgãos de comunicação social locais, que ainda não foram atualizadas no dia de hoje, até por volta das 11:00, hora local.

Na manhã deste sábado, em declarações à DW, Bubacar Turé, presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, disse que é a "consolidação da ditadura e autoritarismo". 

Tal como aconteceu em maio, a manifestação dos apoiantes do presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi convocada pela Plataforma "Firkidja di Povo" (Forquilha do povo), enquanto a dos opositores foi iniciativa da Frente Popular com o lema "Republika i anos" (A República é nossa).

Nesta manifestação, foram detidos pela polícia cerca de 100 ativistasda Frente Popular, alguns dos quais estiveram encarcerados durante 10 dias.

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