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Desporto

Futebol de Cabo Verde tropeça em chaves perdidas

10 de agosto de 2017

O campeonato cabo-verdiano de futebol está a passar por momentos caricatos que colocam em causa o seu desfecho. Tudo por causa da falta de transportes e chaves.

Foto: Americo Antunes

O campeonato devia terminar no passado mês de julho, mas vários problemas levaram a Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF) a prorrogar o prazo.

O impasse deve-se a dois adiamentos no início de junho, do jogo da primeira mão das meias-finais do campeonato nacional entre a Ultramarina de São Nicolau e o Mindelense de São Vicente, campeão em título. Problemas de transporte impediram o Mindelense de viajar para São Nicolau com todos os seus jogadores. Depois de dois adiamentos, na terceira data prevista não apareceram as chaves para abrir os portões do estádio Orlando Rodrigues em São Nicolau.

A FCF instaurou um processo disciplinar à Ultramarina. Mas o Conselho de Disciplina da federação considerou improcedente a queixa, concluindo que não ficou provado que o clube teve intenção de esconder as chaves.

O Mindelense teve dificuldades de se deslocar a partidas agendadas noutras ilhasFoto: Americo Antunes

Afinal quem joga quando?

O Mindelense também apresentou um recurso. Mas o Conselho de Justiça da Federação Cabo-verdiana de Futebol negou provimento ao mesmo. Mesmo sem se realizar o jogo da primeira mão, a federação marcou o da segunda mão em São Vicente, em que a Ultramarina venceu o Mindelense por 0 a 2.

Bem entendido, a Ultramarina quer disputar apenas o jogo da primeira mão. O Mindelense vê a razão do seu lado e só quer jogar com o Sporting da Praia, o único finalista até agora conhecido.

A federação resolveu calendarizar os dois jogos das meias-finais e marcou para domingo, dia 13, às 16 horas locais, o jogo da primeira mão. O seu presidente, Victor Osório, disse que a FCF está a agir em conformidade com os regulamentos: "Perante situações concretas nós limitamo-nos a gerir e aplicar os regulamentos vigentes."

Chaves do estádio da Ultramarina não apareceramFoto: Americo Antunes

Indemnizações chorudas

O presidente do FC Ultramarina, Simoni Soares, diz que a sua equipa vai jogar apenas a partida da primeira mão. "A Ultramarina está disponível a concluir o campeonato nacional. Estamos aqui à espera do Mindelense, estamos disponíveis para jogar o encontro da primeira mão."

O presidente do Mindelense, Daniel de Jesus, afirma que não há condições para prolongar a época: "O nosso posicionamento mantém-se de que a época para nós terminou", afirma. O Mindelense diz ainda que o arrastar da situação já lhe causou prejuízos superiores a dez mil euros e vai pedir indemnização.

10.08.17 Futebol em Cabo Verde - MP3-Mono

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O FCF na mira da crítica

Também o Sporting da Praia exige ser ressarcido, alegando que os custos causados pelo impasse já ultrapassam os 13 mil euros. O presidente do clube, Rui Évora, reivindica a marcação, o quanto antes, dos jogos das meias-finais: "Nós entendemos que a FCF deverá, pelo menos, assumir a responsabilidade de concluir o campeonato nacional e depois assumir as responsabilidades que teve à volta de todas estas incidências verificadas que prejudicam enormemente a imagem do futebol nacional."

O imbróglio levou a que nove das onze associações regionais de futebol entregassem um pedido para a realização de uma assembleia geral extraordinária da Federação Cabo-verdiana de Futebol, para analisar o momento por que passa o futebol cabo-verdiano.

 

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