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Futuro das relações Europa-África passa pela cooperação

Daniel Pelz
20 de maio de 2022

Para os participantes da "Mesa Redonda sobre África", é imperativo que o continente consiga enfrentar crises que possam surgir. E isso faz-se com a cooperação de países ocidentais e não com ajuda ao desenvolvimento.

O Presidente do Senegal Macky Sall (à direita) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (foto de arquivo)
O Presidente do Senegal Macky Sall (à direita) com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (foto de arquivo)Foto: Christophe Licoppe/EU-Kommission/picture alliance

Numa altura em que África se começava já a erguer das graves consequências deixadas pela pandemia provocada pela Covid-19, surge uma nova crise: a Rússia invade a Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais no mundo, colocando em risco a segurança alimentar de todo o globo.

"Atualmente, a maioria dos países, incluindo o Senegal, necessita de investimentos que definimos como prioritários: precisamos de investimentos no setor da educação, saúde, formação profissional, fornecimento de energia, estradas, portos, digitalização e agricultura", sublinhou, na capital alemã, Berlim, o ministro da Economia do Senegal, Amadou Hott.

A importância de produzir vacinas em África

Se há coisa que a pandemia ensinou ao continente é que África tem de se tornar mais independente. E as vacinas são exemplo disso mesmo, lembrou, na mesma ocasião, Tajudeen Raji, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (UA).

Covid-19: África corre para criar a sua própria vacina

02:22

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"A pandemia de Covid-19 realçou ainda mais a importância da produção de vacinas em África. Nós produzimos apenas 1% das vacinas de que necessitamos em África. Importamos 99%. Não se pode importar vacinas para 1,3 mil milhões de pessoas. Temos de encontrar formas de produzir vacinas no nosso continente", defendeu.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em março deste ano, apenas 12% da população africana havia recebido a segunda dose da vacina contra a Covid-19. A nível mundial, a média era de 57%.

Guerra agrava insegurança alimentar

Quando falamos nas estatísticas relacionadas com a insegurança alimentar no globo, os números voltam a não sorrir ao continente africano. Várias organizações internacionais, como a ONU e a UNICEF, alertaram já para as consequências nefastas que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia terá em África.

O ministro alemão da Agricultura, Cem Özdemir, já prometeu ajuda: "Cerca de 280 milhões de pessoas em África encontram-se já desnutridas, especialmente nas regiões do Sahel e Corno de África. O abastecimento alimentar está sob uma pressão significativa devido a secas e conflitos graves. Não devemos e não vamos ficar parados enquanto a situação se continuar a deteriorar".

A segunda edição da "Mesa Redonda sobre África" juntou, em Berlim, políticos e especialistas africanos e europeus com o intuito de debater novas formas de cooperação entre os dois continentes.  

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