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Nova liderança da UNITA?

Lusa
11 de dezembro de 2017

UNITA vai reunir a sua comissão política para discutir nomeadamente a intenção comunicada por Isaías Samakuva de abandonar a liderança do maior partido da oposição.

Angola Isaias Samakuva Präsident der National Union for the Total Independence of Angola
Foto: Getty Images/AFP/S. de Sakutin

De acordo com informação disponibilizada à Lusa por fonte da UNITA, a terceira reunião ordinária da comissão política vai decorrer em Viana, arredores de Luanda((14.12.), e pretende analisar "aspetos da vida interna do partido e do país de um modo geral", com destaque para a análise ao desempenho nas eleições gerais de 23 de agosto, "bem como o pronunciamento do presidente do partido sobre a sua posição na direção".

Isaías Samakuva foi eleito presidente do partido em 2003, na sequência da morte em combate, no ano anterior, do líder e fundador da UNITA, Jonas Savimbi, o que levou ao fim da guerra civil de quase 30 anos em Angola.

Em declarações à agência Lusa, a 08 de novembro, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, admitiu que existia um consenso para sensibilizar Isaías Samakuva a retroceder na intenção de abandonar a liderança."O partido não está em crise, antes pelo contrário, está fortificado, mais unido e coeso e ele [Isaías Samakuva, líder da UNITA] está dentro do seu mandato, que termina em 2019. É esta a tendência, de poder continuar até terminar o mandato, mas tudo será analisado nesta reunião da comissão política", indicou Alcides Sakala, também deputado do partido.

Isaías Samakuva, vota nas eleições gerais de 23.08.2017Foto: Getty Images/AFP/A. Rogerio

Vários candidatos ao cargo

Vários históricos daquele antigo movimento independentista admitiram nas últimas semanas a possibilidade de concorrerem à liderança do partido fundado por Jonas Savimbi, incluindo o seu próprio filho e atual deputado da UNITA, Rafael Massanga Savimbi, entre outros.

A 27 de setembro, o presidente da UNITA, Isaías Samakuva, anunciou que pretende abandonar a liderança, colocando o seu lugar à disposição no arranque de um novo ciclo político em Angola, após as eleições gerais angolanas de agosto, em que o partido ficou no segundo lugar."Afirmei aos angolanos, antes e durante a campanha eleitoral, que depois das eleições deixaria o cargo de presidente da UNITA para servir o partido numa posição diferente [concorria a Presidente da República]. Mantenho e reafirmo esta decisão", disse Isaías Samakuva, que falava então na abertura da quarta reunião ordinária da Comissão Política do Comité Permanente da UNITA, nos arredores de Luanda.

Rafael Massanga SavimbiFoto: Privat

Novo processo

Entretanto, João Lourenço foi empossado a 26 de setembro como terceiro Presidente da República de Angola, após a vitória (61%) do MPLA nas eleições gerais de 23 de agosto, sucedendo a 38 anos no poder de José Eduardo dos Santos.

O líder do maior partido na oposição em Angola, o segundo mais votado nas eleições gerais, que viu o número de deputados eleitos quase duplicar, para 51, defendeu antes que "é chegado o momento de se desencadear um novo processo conducente a materialização da sua decisão", propondo por isso a realização de um congresso extraordinário.

A decisão cabe à comissão política do partido, que segundo o porta-voz da UNITA pode tentar convencer Isaías Samakuva a cumprir o mandato até ao final.

 

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