O Presidente da Gâmbia, Adama Barrow, anunciou domingo uma moratória para a pena de morte, mais de cinco anos após a execução de nove pessoas detidas pelo regime de Yahya Jammeh. Um primeiro passo para a abolição?
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"Vou aproveitar esta ocasião para anunciar uma moratória sobre o uso da pena de morte na Gâmbia, um primeiro passo para a sua abolição", afirmou Adama Barrow, no discurso no 53.º aniversário da independência do país.
Em setembro de 2017, Adama Barrow comprometeu-se perante as Nações Unidas a abolir a pena de morte no país, assinando cinco tratados à margem da assembleia-geral da ONU, entre os quais um que prevê a sua abolição.
"Isto abolirá o medo e garantirá o estado de direito, de modo a que os cidadãos possam expressar os seus diretos civis e políticos", disse na ocasião o chefe de Estado.
Exclusivo: Presidente gambiano responde a críticas
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Uma "nova Gâmbia"
No domingo (18.02), Adama Barrow referiu que o país derrotou a ditadura, mas "manter a paz para fortalecer" a democracia continua a ser o maior desafio do país.
"Isso requer paciência, tolerância e os erros são inevitáveis, mas nós os corrigiremos à medida que aperfeiçoamos a nova Gâmbia", declarou.
O Presidente Barrow chegou ao poder ao ganhar as eleições de dezembro de 2016, pondo fim aos 22 anos de presidência de Yahya Jammeh, antigo militar.
Em agosto de 2012, Jammeh mandou fuzilar nove detidos, incluindo dois senegaleses, originando uma vaga de protestos no mundo, sobretudo no Senegal.
O ex-Presidente da Gâmbia recusou-se a reconhecer a eleição de Adama Barrow, mas acabou por deixar o cargo e o país em janeiro seguinte, após uma intervenção militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e de pressões diplomáticas.
Desejo de mudança na Gâmbia
A Gâmbia festejou a tomada de posse do novo Presidente, Adama Barrow, após 22 anos de ditadura. As expetativas em relação a Barrow são altas; os desafios que o aguardam são muitos.
Foto: DW/V. Haiges
Uma nova era
Adama Barrow venceu as primeiras eleições democráticas na Gâmbia em décadas. No sábado, foi empossado como Presidente pela segunda vez, depois de tomar posse provisoriamente na embaixada da Gâmbia no Senegal pois o seu antecessor, Yahya Jammeh, se recusava a sair do poder.
Foto: DW/V. Haiges
Vizinhos atentos
Milhares de pessoas foram até ao Estádio da Independência para celebrar a tomada de posse de Barrow, sob o olhar atento de soldados da CEDEAO.
Foto: DW/V. Haiges
Quase a qualquer custo
Muitas pessoas já estavam às quatro da manhã no estádio para reservar lugar. Outras chegaram tarde e tentaram subir a vedação para ver a cerimónia.
Foto: DW/V. Haiges
Está na hora
Adama Barrow apontou várias vezes para o relógio ao entrar no estádio. A multidão reagiu em júbilo. Para a maior parte das pessoas na Gâmbia, este é um novo capítulo da história da Gâmbia.
Foto: DW/V. Haiges
#GambiaHasDecided
Preparativos na maior cidade da Gâmbia, Serekunda: O slogan #GambiaHasDecided – a Gâmbia decidiu – expressava a vontade de mudança de muitos gambianos ao nível político e económico. O slogan até chegou às t-shirts.
Foto: DW/V. Haiges
Esperança na recuperação económica
O mercado de Serekunda é um dos maiores entrepostos comerciais do país. As maiores fontes de receitas do país são a exportação de amendoins e o turismo. A Gâmbia é um dos países mais pobres do mundo. A insegurança no país após as eleições de 1 de dezembro de 2016 afugentou muitos turistas e isso fez com que a situação económica se deteriorasse ainda mais.
Foto: DW/V. Haiges
Coabitação pacífica
No país maioritariamente muçulmano vive uma grande minoria cristã. A Gâmbia é conhecida por coabitarem pacificamente, no seu território, várias religiões e culturas. Mas, nos últimos anos, as autoridades enfatizaram as diferenças entre os diferentes grupos étnicos, provocando tensões. Muitas minorias olham agora com expetativa para Adama Barrow.
Foto: DW/V. Haiges
Expetativas elevadas
Muitos gambianos olham para o futuro com esperança, mesmo sabendo que o país enfrenta bastantes problemas: a economia está de rastos, os cofres estão vazios, há cortes de energia frequentes. Adama Barrow fez muitas promessas aos gambianos e, agora, eles esperam que o novo Presidente implemente as reformas que prometeu.