Líderes do G20 iniciaram cimeira debatendo temas já esperados. Do lado de fora do encontro, nas ruas, manifestantes e polícia entram em confronto.
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Arrancou nesta sexta-feira (07.07), na cidade de Hamburgo, na Alemanha, a cimeira do G20 - o encontro das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia. No primeiro dia do encontro, os líderes das principais economias do planeta debateram temas já esperados, como as mudanças climáticas e o comércio livre. O continente africano, o terrorismo e o encontro entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e Rússia, Vladimir Putin, também foram destaques.
Discursando no encontro, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu mais responsabilidade às economias mundiais. "Sabemos quais são os principais desafios globais. O tempo urge e, por isso, precisamos de soluções que só poderão ser encontradas se estivermos dispostos a aceitar um compromisso mútuo".
Por outro lado, a ausência de Trump na discussão sobre o clima evidenciou as divergências dentro da cúpula, num sinal para a Presidência alemã sobre uma possível intenção dos norte-americanos de retirarem o tema da declaração do encontro.
Por sua vez, Merkel garantiu que a maioria dos países que integram o grupo das 20 maiores economias apoia o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas - do qual os EUA se retiraram - destacando o papel da Alemanha. "Temo-nos esforçado na busca de uma agenda comum sobre os temas do comércio livre, mas também das mudanças climáticas", afirmou.
A África e o terrorismo
G-20 /Hamburgo - MP3-Mono
Sobre África, a chanceler alemã falou sobre a importância do continente, pedindo esforços mútuos para avanços na cooperação. "A Alemanha tem como foco a África porque, como europeus - e falando a partir da perspetiva europeia - a África é nosso continente vizinho. Temos que fazer o possível para avançar."
O terrorismo também esteve entre os temas debatidos, com destaque para os esforços da primeira-ministra britânica, Theresa May, que disse estar muito satisfeita pelo fato de a chanceler alemã receber os principais líderes mundiais para debater temas tão importantes. May destacou ainda a importância de debater financiamentos na luta contra o terrorismo.
Encontro esperado
Angela Merkel falou em interesses mútuos; a primeira-ministra britânica buscou esforços contra o terrorismo. Enquanto isso, o esperado encontro entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, acontecia pela primeira vez.
A ocasião era muito aguardada, já que Donald Trump está sob pressão política, sobretudo após acusações de ingerência russa na campanha eleitoral nos EUA. O encontro durou cerca de duas horas e falou-se, entre outros temas, sobre os conflitos na Síria e Ucrânia.
Do lado de fora, os protestos
Enquanto os líderes do G20 se reúnem, já chegaram a Hamburgo cerca de 12 mil manifestantes para os protestos anti-globalização. Nesta sexta-feira, a polícia da cidade teve de pedir reforços a departamentos de polícia em outros estados alemães para conter os violentos protestos. Conta-se com mais de 19 mil polícias.
Ao início da tarde, o chefe da polícia de Hamburgo, Ralf Martin Meyer, anunciou pelo menos cem feridos. A polícia também confirmou 45 manifestantes presos.
Mais de 100 mil pessoas são aguardadas para a principal manifestação contra o G20, marcada para este sábado na cidade anfitriã da cimeira.
Missões de paz da ONU em África
Os capacetes azuis da Organização das Nações Unidas têm intervido em vários países africanos. A MONUSCO, missão de paz da ONU na República Democrática do Congo, é a maior e mais cara de todas. Mas há várias.
Foto: picture-alliance/AA/S. Mohamed
RD Congo: a maior missão da ONU
Desde 1999, que a Organização das Nações Unidas (ONU) tenta pacificar a região oriental da República Democrática do Congo (RDC). A missão conhecida como MONUSCO conta com cerca de 20 mil soldados e um orçamento anual de 1,4 mil milhões de euros. Ainda que esta seja a maior e mais cara missão da ONU, a violência no país persiste.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
Darfur: impotente contra a violência
A UNAMID é uma missão conjunta da União Africana e da ONU na região de Darfur, no Sudão, considerada por alguns observadores um fracasso. “O Conselho de Segurança da ONU deve trabalhar mais arduamente para encontrar soluções políticas, em vez de gastar dinheiro no desdobramento militar a longo prazo”, afirmou o especialista em segurança, Thierry Vircoulon.
Foto: picture-alliance/dpa/A. G. Farran
Sul do Sudão: fechar os olhos ao conflito?
A guerra civil no Sul do Sudão já fez com que, desde 2013, mais de quatro milhões de pessoas abandonassem as suas casas. Alguns estão abrigadas em campos de ajuda da ONU. Mas, quando os confrontos entre as forças do Governo e os rebeldes começaram na capital Juba, em julho de 2016, os capacetes azuis não foram bem sucedidos na intervenção.
Foto: Getty Images/A.G.Farran
Mali: mais perigosa missão da ONU no mundo
As forças de paz da ONU no Mali têm estado a monitorizar o cumprimento do acordo de paz realizado entre o Governo e a aliança dos rebeldes liderada pelos tuaregues. No entanto, grupos terroristas como o AQMI continuam a levar a cabo ataques terroristas que fazem com que a Missão da ONU no Mali (MINUSA) seja uma das mais perigosas do mundo. A Alemanha cedeu mais de 700 militares e helicópteros.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler
RCA: abusos sexuais fazem manchetes
A missão da ONU na República Centro-Africana (MINUSCA) não ajudou a melhorar a imagem das Nações Unidas no continente africano. As tropas francesas foram acusadas de abusar sexualmente de crianças pela campanha Código Azul. Três anos depois, as vitimas não têm ajuda da ONU. Desde 2014, 10 mill soldados e 1800 polícias foram destacados para o país. A violência diminuiu, mas a tensão mantém-se.
Foto: Sia Kambou/AFP/Getty Images
Saara Ocidental: Esperança numa paz duradoura
A missão da ONU no Saara Ocidental, conhecida por MINURSO, está ativa desde 1991. Cabe à MINURSO controlar o conflito existente entre Marrocos e a Frente Polisário que defende a independência do Saara Ocidental. Em 2016, Marrocos, que ocupa este território desde 1976, dispensou 84 funcionários da MINURSO após um discurso do secretário-geral da ONU que o país não aprovou.
Foto: Getty Images/AFP/A. Senna
Costa do Marfim: um final pacífico
A missão da ONU na Costa do Marfim cumpriu o seu objetivo a 30 de junho de 2016, após 14 anos. As tropas têm vindo a ser retiradas, gradualmente, o que, para o ex secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, significa “um ponto de viragem das Nações Unidas na Costa do Marfim”. No entanto, apenas depois da retirada total das forças e a longo prazo é que se saberá se a missão foi ou não bem sucedida.
Foto: Getty Images/AFP/I. Sanogo
Libéria: missão cumprida
A intervenção da ONU na Libéria chegou ao fim. Desde o fim da guerra civil, que durou 14 anos, que a Missão da ONU na Libéria (UNMIL) tem assegurado a estabilidade na Libéria e ajudado a construir um Estado funcional. O Governo do país quer agora garantir a segurança da Libéria. O país ainda está a lutar com as consequências de uma devastadora epidemia do Ébola que o assolou.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Nietfeld
Sudão: Etiópia é promotora da paz?
Os soldados da Força de Segurança Interina da ONU para Abyei (UNISFA) patrulham esta região, rica em petróleo, e que, tanto o Sudão, como o Sudão do Sul, consideram ser sua. Mais de quatro mil capacetes azuis da Etiópia estão no terreno. A Etiópia é o segundo maior contribuinte para a manutenção da paz no mundo. No entanto, o seu exército é acusado de violações de direitos humanos no seu país.
Foto: Getty Images/AFP/A. G. Farran
Somália: Modelo futuro da União Africana?
As forças de paz da ONU na Somália estão a lutar sob a liderança da União Africana numa missão conhecida como AMISOM. Os soldados estão no país africano para combater os islamitas al-Shabaab e trazer estabilidade ao país devastado pela guerra. Etiópia, Burundi, Djibouti, Quénia, Uganda, Serra Leoa, Gana e Nigéria contribuem com as com suas tropas para a AMISOM.