O Presidente dos EUA prometeu 639 milhões de dólares para programas de ajuda humanitária, incluindo 331 milhões para países que enfrentam uma crave crise de fome como a Somália, Sudão do Sul, Nigéria e Iémen.
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O anúncio de Donald Trump aconteceu neste sábado (08.07.) durante a uma sessão da Cimeira do G20, que decorre aqui na Alemanha. Quem ficou satisfeito foi o Progarama Mundial para a Alimentação da ONU (PAM), que vários apelos para doações tem feito. O diretor executivo do programa, David Beasley, disse à Reuters que estão a enfrentar "a pior crise humanitária desde o final da segunda guerra mundial."
Segundo David Beasley, a ajuda adicional representa um terço das estimativas da agência para este ano para enfrentar as necessidades alimentares urgentes de quatro países que vivem crises alimentares e ainda de outras regiões.
O PAM estima que no mundo 109 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária este ano, 80 milhões a mais do que em 2016. David Beasley afirma que dez das treze regiões afetadas estão em crise por causa de guerras e crises criadas pelo Homem.
E o responsável do PAM adverte: "Se não recebermos imediatamente os fundos que precisamos estimamos que entre 400 mil a 600 mil crianças podem morrer nos próximos qutro meses."
EUA querem igual empenho de outros países nas ajudas
O anúncio do Presidente norte-americano surge depois da sua administração ter proposto cortes nos fundos para o Departamento de Estado norte-americano e outras missões humanitárias no âmbito da sua política "América Primeiro".
David Beasley revelou que o PAM teve de trabalhar arduamente com a Casa Branca e com o Governo norte-americano para assegurar as ajudas, mas Donald Trump insistia que os outros países também deveriam ajudar mais.
Ainda de acordo com o PAM, a Alemanha recentemente prometeu também uma ajuda adicional de 200 milhões de euros para a ajuda alimentar.
Os Estados Unidos da América têm sido o maior doadaor do Programa Alimentar Mundial da ONU.
Seca em África
Não chove, as colheitas são más, pouco há para comer, há quem consuma ervas para saciar a fome: É a pior seca das últimas décadas. 14 milhões de pessoas estão em perigo. Angola e Moçambique são dois dos países afetados.
Foto: Reuters/T. Negeri
À espera de água
Os jerricans estão vazios, não há água à vista. A Etiópia atravessa a pior seca das últimas três décadas, sem chover durante meses a fio. Segundo as Nações Unidas, mais de dez milhões de pessoas precisam urgentemente de assistência alimentar. Em breve, o número pode duplicar.
Foto: Reuters/T. Negeri
Sem fonte de sustento
Uma grande parte dos etíopes vive da agricultura e da criação de gado. Os animais são, muitas vezes, a fonte de sustento da família. "Vi as últimas gotas de chuva durante o Ramadão", conta um agricultor da região de Afar, no nordeste da Etiópia. O mês de jejum dos muçulmanos terminou em julho. "Desde essa altura, nunca mais choveu. Não há água, não há pasto. O nosso gado morreu".
Foto: Reuters/T. Negeri
Perigo para as crianças
Em 1984, mais de um milhão de pessoas morreu de fome na Etiópia. Pouco mais de três décadas depois, os etíopes voltam a correr perigo, sobretudo as crianças. Segundo o Governo etíope, mais de 400.000 rapazes e raparigas estão gravemente subnutridos e precisam de tratamento médico.
Foto: Reuters/T. Negeri
O El Niño
A colheita também foi magra no Zimbabué. Neste campo perto da capital, Harare, em vez de maçarocas de milho viçosas crescem apenas estes grãos secos. A seca foi agravada pelo El Niño. Noutros locais, o fenómeno meteorológico provocou chuvas fortes e inundações.
Foto: Reuters/P. Bulawayo
No limite
Esta vaca está no limite das suas forças, mal consegue manter-se em pé. Os agricultores de Masvingo, no centro do Zimbabué, tentam movê-la. Em 2015, choveu metade do que havia chovido no ano anterior. Os campos ficaram completamente secos.
Foto: Reuters/P. Bulawayo
Seca em Moçambique
"Lá no nosso bairro já perdi trinta e cinco cabeças", conta um criador de gado do distrito de Moamba, a 80 quilómetros da capital moçambicana, Maputo. Milhares de famílias estão em situação de insegurança alimentar. A seca afeta principalmente o sul do país. O norte e centro têm sido fustigados por chuvas intensas.
Foto: DW/R. da Silva
Ervas para combater a fome
A província do Cunene, no sul de Angola, também tem sido afetada pela seca. À falta de outros alimentos, há populares que comem ervas para saciar a fome: "Muitos morreram, não há comida. Mas, depois, estas ervas causam diarreia", contou um morador do município do Curoca.
Foto: DW/A.Vieira
Rio seco
Seria impossível estar aqui, não fosse a seca. O rio Black Umfolozi, a nordeste da cidade sul-africana de Durban, ficou sem água à superfície. Só cavando os habitantes conseguem obter o líquido vital.
Foto: Reuters/R. Ward
Seca inflaciona os preços
O Malawi também atravessa um período de seca. E isso reflete-se aqui neste mercado perto da capital, Lilongwe. Os preços de produtos básicos como o milho aumentaram bastante, porque a colheita foi má e é necessário importá-los. Muitas vezes, os habitantes mal conseguem pagar os alimentos que precisam para sobreviver.