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FMI quer vacinação nos países pobres paga por países ricos

com agências
13 de junho de 2021

A diretora do Fundo Monetário Internacional afirmou à margem da cimeira do G7 que os países ricos e as empresas farmacêuticas devem "pagar" os programas de vacinação contra o coronavírus nos países em desenvolvimento.

England | G7 Gipfel 2021 | Boris Johnson und Cyril Ramaphosa
Foto: Stefan Rousseau/Getty Images

Georgieva, que falou por videoconferência no plenário do encontro em Carbis Bay, no sudoeste de Inglaterra, no sábado (12.06), e vai voltar a intervir este domingo (13.06), no último dia do encontro, manifestou-se "impressionada com a seriedade com que [os dirigentes do G7] têm abordado a questão de acabar com a pandemia em todo o mundo".

Os líderes de algumas das democracias mais desenvolvidas do planeta expressaram "um claro reconhecimento" de que ajudar os países em desenvolvimento a combater o coronavírus "não é apenas um imperativo moral, mas um passo necessário para que a recuperação económica seja duradoura”, disse numa conferência de imprensa.

"Por isso, temos de assegurar que o mundo faça os países ricos e as empresas pagarem”, frisou a economista búlgara.

A diretora-geral do FMI sublinhou que a medida mais urgente que se deve tomar é organizar a doação de "vacinas excedentárias" aos países mais pobres.

O G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) espera atingir a meta de entregar mil milhões de doses até ao próximo ano, com os Estados Unidos a prometerem 500 milhões e o Reino Unido outros 100 milhões.

Aumentar a capacidade de produção

A Organização Mundial da Saúde estima serem necessárias 11 mil milhões de doses para vacinar 70% da população mundial, o que quer fazer até meados de 2022, começando por 40% até ao final deste ano. 

G7 vai dar mil milhões de vacinas a países mais pobresFoto: Phil Noble/REUTERS

Ao mesmo tempo, destacou Georgieva, é fundamental começar a trabalhar para "aumentar a capacidade de produção" de vacinas nos países em desenvolvimento.

Se grandes áreas do planeta ficarem sem imunização, novas variantes do vírus podem espalhar-se em várias partes do mundo, o que comprometeria os programas de vacinação mais avançados e exigirá a fabricação de novos fármacos focados nessas mutações, alertou.

Nesse aspeto, concordou com o presidente do Banco Mundial, David Malpass, que também falou aos jornalistas antes da sua participação na sessão de hoje do G7.

"Os esforços de vacinação terão que continuar até tarde em 2022, e possivelmente depois, então há uma necessidade de aumentar a capacidade de fabrico", disse o economista norte-americano.

Criar bando de dados

O grupo de países do G7 irá dar mil milhões de doses de vacinas contra a covid-19 durante o próximo anoFoto: Phil Noble/REUTERS

"Também é muito importante que a investigação e o desenvolvimento continuem, porque as variantes do vírus serão um problema em 2022", alertou ao mesmo tempo, mostrando algumas reservas à suspensão das patentes defendidas por alguns países e organizações.

Malpass explicou que um dos programas em que o Banco Mundial está a trabalhar é a criação de um banco de dados que facilite a doação de vacinas para países em desenvolvimento.

"Devemos ser capazes de vincular a produção excedentária aos países que podem usar aquele tipo específico de vacina a tempo, antes de perderem a validade. Esse é um dos grandes desafios”, salientou.

O encontro termina hoje, estando o comunicado final e conferências de imprensa individuais de cada país previstas para o início da tarde.

Merkel saúda "novo impulso" 

A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que a eleição de Joe Biden nos Estados Unidos da América (EUA) trouxe "um novo impulso" ao trabalho do grupo das sete nações.

"A eleição de Joe Biden como presidente dos EUA não significa que já não tenhamos problemas no mundo, mas podemos trabalhar com um novo ímpeto para os resolver", disse aos jornalistas a chanceler alemã, que tinha uma relação muito difícil com o antecessor de Biden na Casa Branca, Donald Trump.

 

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