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ConflitosIsrael

G7 reunido para unificar posições sobre Médio Oriente

Lusa | DW (Deutsche Welle)
7 de novembro de 2023

Ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 reúnem-se em Tóquio para tentar enviar uma mensagem comum sobre o conflito entre Israel e Palestina e para reafirmar a continuidade da ajuda à Ucrânia.

Foto de arquivo (2019): Bandeiras do G7 e da UE durante encontro em FrançaFoto: DW/Bernd Riegert

O encontro entre os ministros dos Negócios Estrangeiros do Grupo dos Sete países mais industrializados do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido) e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, hoje (07.11) e quarta-feira, em Tóquio, deverá abordar os desenvolvimentos mais recentes do conflito entre Israel e o grupo islamita Hamas.

O principal objetivo da atual presidência japonesa do G7 é que desta reunião saia uma "mensagem unificada, que ajude a acalmar a situação no Médio Oriente", afirmou o porta-voz do Executivo japonês, Hirokazu Matsuno, em conferência de imprensa realizada na segunda-feira em Tóquio. 

O Japão é a favor da aplicação de uma "pausa humanitária" para permitir a entrada de ajuda na Faixa de Gaza e facilitar as operações de resgate de reféns, posição que a ministra dos Negócios Estrangeiros japonesa, Yoko Kamikawa, transmitiu ao Governo israelita durante uma visita a Telavive no fim de semana passado.

A posição japonesa é semelhante à dos Estados Unidos, cujo secretário de Estado, Antony Blinken, também defendeu, na sua recente visita a Israel, uma pausa humanitária nas ofensivas israelitas.

Antony Blinken e Benjamin Netanyahu na semana passada, em IsraelFoto: Amos Ben Gershom/Israel Gpo/ZUMA Wire/IMAGO

Netanyahu aberto a "pequenas pausas"

Na altura, Blinken não parecia ter conseguido convencer o Governo de Benjamin Netanyahu. Entretanto, esa segunda-feira, em entrevista ao canal norte-americano ABC, o primeiro-ministro israelita voltou a rejeitar um cessar-fogo, mas mostrou-se aberto à possibilidade de pausas táticas nas operações terrestres das Forças de Defesa Israelitas contra o Hamas na Faixa de Gaza.

"Quanto a pequenas pausas táticas - uma hora aqui, outra ali - já o fizemos no passado. Suponho que vamos verificar as circunstâncias de forma a permitir a entrada de bens humanitários, ou a saída dos nossos reféns", dissde Netanyahu em entrevista ao canal norte-americano ABC, na segunda-feira. "Mas penso que não vai haver um cessar-fogo geral", frisou.

Netanyahu discutiu estas potenciais pausas com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao telefone, na segunda-feira, adiantou a Casa Branca.

"Consideramos que estamos no início destas conversações, não no fim", disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos EUA, John Kirby. "Vamos continuar a defender pausas temporárias e localizadas nos combates".

Ocidente dividido sobre cessar-fogo na Faixa de Gaza

04:01

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Protestos japoneses sobem de tom

Tal como os Estados Unidos, o Japão, um país que mantém relações tradicionalmente amistosas tanto com Israel como com os países árabes do Médio Oriente - é altamente dependente das importações do seu petróleo - também não apoiou os pedidos de cessar-fogo no conflito.

No entanto, Tóquio elevou recentemente o tom dos seus protestos contra o crescente número de vítimas civis nos bombardeamentos do exército israelita a Gaza, além de reafirmar o seu apoio à "solução de dois Estados" para pôr fim ao conflito.

Espera-se que da reunião do G7 em Tóquio surja uma declaração conjunta que possa contribuir para acalmar a situação e, ao mesmo tempo, ajustar as diferentes sensibilidades entre os países do grupo, referiram fontes diplomáticas citadas pela agência de notícias espanhola Efe.

Antony Blinken à chegada a Tóquio, esta terça-feira.Foto: Jonathan Ernst/Reuters/AP/picture alliance

Ucrânia também em debate

A guerra na Ucrânia será outro dos principais pontos da agenda dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G7, que apelarão a que "não se esqueça" o conflito, que ficou em segundo plano devido à escalada das hostilidades no Médio Oriente.

Os países do G7 já se comprometeram a prestar ajuda à Ucrânia "durante o tempo que for necessário" e "por todos os meios possíveis", durante a cimeira de líderes realizada em maio passado na cidade japonesa de Hiroshima.

Agora, querem revalidar a mensagem face à estagnação do conflito e aos debates internos que decorrem em alguns dos países sobre a continuidade da ajuda a Kiev.

Gaza: Apelos para "pausas e corredores humanitários"

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