G7: Trump volta atrás e retira apoio a declaração conjunta
10 de junho de 2018
Já depois de abandonar a cimeira, Trump anunciou nas redes sociais que ia retirar o seu apoio ao comunicado conjunto por causa de declarações do presidente do Canadá acerca das tarifas. França e Alemanha mantêm apoio.
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Na noite de sábado (09.06), minutos após a divulgação do comunicado conjunto, em que os líderes do G7 afirmaram defender um comércio internacional com "regras" e se comprometeram a tentar "reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios", o presidente norte-americano publicou um tweet a bordo do Air Force One - a caminho da reunião em Singapura com o líder norte-coreano Kim Jong Un -, anunciando que instruiu os seus representantes a não apoiar o comunicado conjunto, que horas antes havia assinado.
A mudança de posição de Donald Trump surge depois da conferência de imprensa dada pelo primeiro-ministro do Canadá. Segundo Trump, Justin Trudeau foi "muito desonesto e fraco" ao classificar como insultuosas as tarifas americanas. "Face às falsas declarações de Justin [Trudeau, primeiro-ministro do Canadá] na sua conferência de imprensa e ao facto de o Canadá estar a impor enormes taxas sobre os nossos agricultores, trabalhadores e empresas americanas, pedi aos nossos representantes americanos que retirassem o apoio ao comunicado enquanto consideramos taxar os automóveis que estão a inundar o mercado americano", escreveu na rede social Twitter Donald Trump.
Na conferência de imprensa, Justin Trudeau explicou que no decurso da cimeira, que decorreu em La Malbaie, Canadá, disse ao Presidente dos Estados Unidos que as tarifas deste país eram "para os canadianos que lutaram ao lado dos soldados americanos bastante insultuosas". "Será com pesar, mas com certeza e firmeza absolutas, que aplicaremos as tarifas no dia 01 de julho em retaliação àquelas impostas injustamente pelos americanos contra nós", referiu Trudeau. O primeiro-ministro salientou ainda que "os canadianos são educados e razoáveis", mas não se deixarão pressionar.
Após o anúncio do presidente norte-americano, o gabinete de Trudeau reagiu, afirmando que o primeiro-ministro não disse nada na conferência de imprensa que não tivesse já dito antes, inclusivé a Donald Trump.
Não há lugar para a "raiva" de Trump
Já este domingo (10.06), o escritório de Macron asseverou que a França e a Europa irão manter o seu apoio ao comunicado. A Presidência francesa defendeu que "a cooperação internacional não pode depender de raiva ou palavras" e lamentou a "incoerência" e "inconsistência" do chefe de Estado norte-americano.
"Resumimos dois dias [de cimeira] num texto final de compromissos. Nós vamos cumpri-los e quem quiser voltar atrás revela-se incoerente e inconsistente", diz a Presidência francesa em comunicado, citado pela agência France Presse.
Também o gabinete da chanceler alemã, Angela Merkel, disse que manterá o seu apoio.
"Comércio internacional com regras"
O documento assinado no final de dois dias de cimeira pelo grupo dos sete países mais industrializados do mundo defende um comércio internacional com "regras". "Faremos todos os possíveis para reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios", diz o comunicado final de 28 pontos e oito páginas assinado pelos Estados Unidos da América, Alemanha, Canada, França, Reino Unido, Itália e Japão.
No mesmo comunicado, ficou expresso que os líderes do G7 estão "comprometidos com a modernização da Organização Mundial de Comércio, de forma a torná-la mais justa o mais rapidamente possível". Comprometeram-se ainda a defender o papel das "regras comerciais coletivas" e a denunciar situações de protecionismo.
Os países do G7 comprometeram-se ainda a impedir que o Irão consiga obter armas nucleares, sem dar mais detalhes. Já no que toca às alterações climáticas, os sete países não conseguiram chegar a acordo por causa da falta de consenso com os EUA.
Donald Trump: Populista, empreendedor, Presidente
Donald Trump é empreendedor imobiliário e estrela de televisão. Muitos não o levavam a sério. Mas ele venceu as eleições e, a partir de 20 de janeiro de 2017, será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América (EUA).
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
A família, o seu império
Trump com a sua família: a esposa, Melania (de branco), as filhas Ivanka e Tiffany, os filhos Eric e Donald Junior, e os netos Kai e Donald Junior 3º. Os filhos são "vice-presidentes seniores" do conglomerado Trump.
Foto: picture-alliance/dpa
Frederick Junior, o pai
Donald Trump herdou o dinheiro para os seus investimentos do pai, Frederick, que lhe deu um capital inicial de um milhão de dólares. Após a sua morte, em 1999, Donald e os seus três irmãos herdaram uma fortuna de 400 milhões de dólares.
Foto: imago/ZUMA Press
Capitão Trump
Quando tinha 13 anos, o seu pai enviou Trump para um internato militar em Cornwall-on-Hudson, onde deveria aprender a ser disciplinado. No último ano, ele obteve inclusive uma patente militar. Ele diz que, ali, recebeu mais treinamento militar do que nas Forças Armadas americanas.
Foto: picture-alliance/AP Photo/
"Very good, very smart"
"Muito bom, muito inteligente", é o que Trump diz de si mesmo. E acrescenta que cursou a escola de elite Wharton (foto), da Universidade de Pensilvânia, na Filadélfia, onde se formou em 1968. É uma das oito universidades integrantes da Ivy League, as universidades mais prestigiadas dos EUA. Mesmo assim, sabe-se pouco sobre o percurso de Trump na faculdade.
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Dispensado da Guerra do Vietname
Devido a um problema no calcanhar, Trump foi dispensado e não lutou na Guerra do Vietname. Na guerra, morreram cerca de 58 mil soldados dos Estados Unidos e aproximadamente três a quatro milhões de vietnamitas dos dois lados, além de outros dois milhões de cambojanos e laocianos.
Foto: picture-alliance/AP Photo
Ivana, a primeira esposa
Em 1977, Trump casou-se com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem teve três filhos. O relacionamento foi acompanhado de rumores sobre relacionamentos extraconjugais. Foi Ivana quem apelidou Trump de "The Donald".
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Anos 80: Abertura do Harrah's at Trump Plaza
Esta foto, tirada em 1984, marca a abertura do Harrah's at Trump Plaza, um complexo envolvendo hotel, restaurante e casino em Atlantic City (Nova Jérsia). Este foi um dos primeiros investimentos que tornaram Trump bilionário.
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Família número 2
Em 1990, Trump divorciou-se de Ivana e casou-se com Marla, 17 anos mais jovem que ele. A filha do casal se chama Tiffany.
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As meninas de Trump
Em público, Trump não aparece só ao lado de sua esposa. Ele costuma acompanhar concursos de beleza ao lado de jovens modelos. De 1996 a 2015, ele foi o responsável pelo concurso de Miss Universo ("Miss Universe") nos EUA.
Foto: picture-alliance/dpa/K. Lemm
Livro muito lido e vendido
Como fazer milhões de forma rápida? O best-seller de Trump "A arte da negociação" é um exemplo. O livro é em parte autobiográfico, em parte um livro de dicas para empresários ambiciosos. A publicação não foi somente uma das mais vendidas nos EUA, como também colocou Trump no centro das atenções no país.
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O nome é a marca
Trump investe de forma agressiva, mas também sofre fracassos. Numa perspectiva de longo prazo, no entanto, obtém sucesso, como por exemplo com a Trump Tower em Nova York. Ele calcula a sua fortuna hoje em 10 bilhões de dólares. Especialistas, entretanto, consideram um terço desse valor mais realista. Portanto, cerca de 3 bilhões de dólares.
Foto: Getty Images/D. Angerer
"The Donald" no ringue
Como poucos, Trump consegue chamar a atenção dos mídia. Seu campo de ação inclui até um ringue de luta livre. No seu programa de TV "O Aprendiz" ("The Apprentice"), os candidatos eram contratados ou demitidos. A primeira edição foi ao ar durante o ano de 2004 na cadeia televisiva NBC. A frase favorita de Trump no programa era "Você está demitido!"
Foto: Getty Images/B. Pugliano
Ascenção rápida de Trump na política
Em 16 de junho de 2015, Trump anunciou a candidatura para a corrida presidencial pelo Partido Republicano. O seu slogan foi: "Faça a América grande outra vez" ("Make America great again"). A campanha foi feita ao lado da família e com slogans contra imigrantes, muçulmanos, mulheres e adversários políticos. Investiu muito nos mídia sociais como o Twitter onde tem 13,8 milhões de seguidores.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Lane
45º presidente dos Estados Unidos da América
A partir do dia 20 de janeiro de 2017, o populista e showman será o novo Presidente dos Estados Unidos. No início da campanha, poucos pensavam que poderia vencer as eleições do dia 8 de novembro de 2016 contra a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton. Mas a história de Donald J. Trump também mostra que este homem tem a capacidade de se transformar como um camaleão.