Gana vai às urnas para eleger novo Presidente
7 de dezembro de 2020É a terceira vez que o atual e o anterior Presidente do Gana disputam a mais alta magistratura do país. Em busca de um segundo mandato, Nana Akufo-Addo, de 76 anos, do Novo Partido Patriótico, diz que o seu desempenho nos últimos quatro anos fala por si. "Se honrei os meus compromissos, se me mantive fiel a vocês, então podem ver-me como um homem íntegro, um homem de palavra. Um homem que cumpre as suas promessas ao povo do Gana. Podem continuar a confiar em mim, os próximos quatro anos vão ser ainda melhores do que os últimos quatro", prometeu
Akufo-Addo foi elogiado pela sua gestão da crise provocada pela pandemia de Covid-19 e cumpriu algumas das promessas feitas na campanha para as presidenciais de 2016, nomeadamente na educação e no acesso à eletricidade. Em contrapartida, desapontou no seu principal compromisso: o combate à corrupção, que lhe rendeu frutos importantes na campanha que sucedeu ao mandato de John Mahama, marcado por acusações de corrupção.
Mas o seu rival de 62 anos, líder da oposição do Congresso Nacional Democrático, acredita que deve ter uma segunda oportunidade na Presidência, acusando o chefe de Estado cessante de não cumprir as suas promessas. "Antes das eleições, é só falinhas mansas, mas o que ele não percebeu é que não é com conversa que se governa um país. É com trabalho árduo, honestidade e verdade. Ele diz que há dinheiro e que é possível desenvolver o país sem empréstimos, mas olhem para isto", declarou John Mahama.
Eleitores mais conscientes
Durante a campanha, criação de emprego, combate à corrupção e promoção da economia foram palavras-chave em todos os discursos. O analista politico Kobby Mensah diz que os eleitores estão cada vez mais conscientes das políticas de cada partido. "As mensagens têm sido eficazes", sublinha. "Segundo as nossas sondagens, há indícios de que as pessoas conhecem cada vez melhor os manifestos de cada partido e acho que o envolvimento da comunicação social tem sido intenso."
Há mais de 17 milhões de eleitores inscritos, metade dos quais com menos de 35 anos. São chamados a eleger não só um novo Presidente mas também os 275 deputados do país. As sondagens apontam para uma ligeira vantagem de Akufo-Addo nas intenções de voto, mas a maioria do NPP no Parlamento deverá ser corroída.
Na sexta-feira (04.12), Nana Akufo-Addo e John Mahama assinaram um "pacto de paz", comprometendo-se a não promover qualquer violência em torno das eleições.
A Comissão Eleitoral, por sua vez, garante que o processo de votação e divulgação dos resultados será eficiente. "O sistema é muito transparente, desde o início. Aproveito a ocasião para garantir ao público em geral e particularmente ao eleitorado e à comunidade internacional que a Comissão Eleitoral é muito justa e transparente", disse a porta-voz da comissão, Sylvia Annor.
Mohammed Sanni, licenciado, está desde 2016 à procura de emprego. Tal como muitos jovens, espera uma eleição pacífica e, acima de tudo, a resolução de um problema: "Para mim, o que tem de ser resolvido é o emprego. Têm de criar postos de trabalho, sobretudo para os jovens. A juventude precisa de emprego para sobreviver, se não, somos redundantes", conclui.