Gana: Nana Akufo-Addo reeleito para segundo mandato
rl | Reuters | AFP
9 de dezembro de 2020
A Comissão Eleitoral do Gana anunciou, esta quarta-feira, que Nana Akufo-Addo foi reeleito para um segundo mandato após ter ganho as eleições de segunda-feira (07.12), com 51,69% dos votos.
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O Presidente cessante Nana Akufo-Addo conseguiu a reeleição para um próximo mandato, anunciou, esta quarta-feira (09.12), a comissão eleitoral do país.
Em conferência de imprensa, esta tarde, o presidente da Comissão Eleitoral, Jean Adukwei Mensa, anunciou que Akufo-Addo, do Novo Partido Patriótico (NPP), conseguiu 6.730.413 votos, o que representa 51,59 por cento do eleitorado. Já John Mahama, líder do Congresso Nacional Democrático (NDC), reuniu 6.214.889 votos, ou seja, 47,36 por cento.
Os dois opositores políticos de longa data, que se enfrentaram nas urnas pela terceira vez, assinaram, na semana passada, um "pacto de paz" no qual se comprometeram a não promover qualquer violência durante a votação e o anúncio dos resultados.
No entanto, esta terça-feira (08.12), John Mahama acusou o chefe de Estado cessante, de ser "antidemocrático", advertindo que "resistirá a qualquer tentativa de roubar o escrutínio".
"Há algumas coisas que estão a acontecer neste momento que são inaceitáveis", disse John Mahama, numa conferência de imprensa em Acra.
Gana: Chefes tradicionais continuam a ter poder sobre as terras
O Gana é uma democracia vibrante com uma economia e população urbana em rápido crescimento. Mas os chefes tradicionais continuam a desempenhar um papel importante no país - especialmente quando se trata de terras.
Foto: Evans Ahorsu
Novas vias férreas significam novos negócios de terrenos
O Gana está a investir 8 mil milhões de dólares na reabilitação e expansão de 1.400 km de via férrea. Um novo troço férreo vai fazer a ligação entre o vizinho Burkina Faso e os portos do Gana. Mas para isso, o governo precisa de terrenos - e isto significa consultar os chefes locais, que têm muito a dizer sobre os direitos das terras.
Foto: Marco Casano
Prestar homenagem aos antepassados
"Que os nossos antepassados aceitem o que lhes oferecemos. Estamos aqui reunidos para endereçar os nossos louvores", proclama um feiticeiro no local onde nascerá o troço que vai ligar Kumasi, a segunda maior cidade do Gana, ao porto de Takoradi. Antes das máquinas começarem o seu trabalho, o feiticeiro executa, a mando do chefe local, rituais para obter a aprovação dos antepassados.
Foto: Marco Casano
Negociação constante com os chefes
O governo do Gana está ocupado com a aquisição de terras para o projeto ferroviário. E à medida que as máquinas escavadoras começam a avançar, é necessário incluir os chefes locais nas negociações. Se não estiverem satisfeitos, podem interromper o trabalho. "A tarefa de mediação constante tornou-se parte do nosso trabalho", explica Marco Casano, engenheiro responsável pelo troço Takoradi-Kumsasi.
Foto: Marco Casano
Conflitos mais frequentes
Com mais agricultores a serem forçados a abrir portas a grandes projetos de infra-estruturas, como a linha férrea, os conflitos sobre as terras estão a tornar-se mais frequentes. Como o governo muitas vezes não fornece soluções adequadas, os chefes desempenham um papel vital na resolução destas disputas locais.
Foto: Evans Ahorsu
Rumo ao progresso
A reabilitação do troço ocidental Takoradi-Kumasi, até aqui abandonado, é de grande importância para o setor mineiro do Gana. Na zona à volta de Takoradi, são extraídos, entre outros, manganês e bauxita, que são depois transportados por via terrestre, obstruindo o tráfego com camiões pesados e destruindo a superfície da estrada.
Foto: Marco Casano
Assegurar a continuação dos chefes tradicionais
Na região do Volta, no leste do Gana, o sub-chefe Torgbe Diabo XI é transportado num cadeirão para liderar o enterro do chefe supremo da Área Tradicional de Fodome. Para além de chefiar a sua própria aldeia, faz parte das funções de Torgbe Diabo XI coroar o próximo chefe supremo. Na sua vida normal, Torgbe Diabo XI trabalha para uma empresa de mobiliário.
Foto: Evans Ahorsu
Prestar juramento à comunidade
O novo chefe supremo da Área Tradicional de Fodome, Timothy Akpatsa II, faz um juramento enquanto ergue a espada. O título de chefe supremo é alternado entre duas famílias reais locais. Na semana anterior à sua nomeação pública, Timothy Akpatsa II foi trancado numa sala para se formar para o novo papel de liderança.
Foto: Evans Ahorsu
Resolução de conflitos com uma bebida de paz
Durante a cerimónia de nomeação do chefe, uma poção de paz é preparada e oferecida aos presentes para serenidade e proteção. A bebida à base de farinha de milho, utilizada em muitos rituais tradicionais, é também usada para selar a resolução de conflitos entre comunidades vizinhas.
Foto: Evans Ahorsu
"Linguistas" que falam em nome do chefe
Os chamados "linguistas" são os principais porta-vozes ou embaixadores. Depois de concluída a investidura do novo chefe supremo, os linguistas vêm de aldeias próximas e fazem fila para prestar homenagem ao novo chefe em nome dos seus próprios chefes. O papel do linguista é um papel importante e respeitado em todo o Gana.
Foto: Evans Ahorsu
Poderes mágicos para defender o chefe
No final da cerimónia de nomeação, um "guerreiro" exibe os seus poderes mágicos através da dança. Os guerreiros, que em outros tempos foram conhecidos por terem poderes sobrenaturais, protegiam a sua comunidade e conquistavam a terra.