Garantias de segurança são "garantias de perigo" para Europa
4 de setembro de 2025
A Rússia denunciou, esta quinta-feira (04.09), as garantias de segurança exigidas por Kiev para um acordo de paz com Moscovo, considerando serem "garantias de perigo para o continente europeu".
Para a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, as garantias de segurança pedidas pelo Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que serão discutidas, esta quinta-feira (04.09), numa reunião da Coligação dos Dispostos, são "absolutamente inaceitáveis".
"Estas não são garantias de segurança para a Ucrânia, são garantias de perigo para o continente europeu", disse Zakharova, aos jornalistas, numa conferência económica em Vladivostok, no extremo oriente da Rússia.
"Países europeus estão prontos"
Na quarta-feira, o Presidente francês, Emmanuel Macron, indicou que os países europeus estão prontos para prestar as garantias de segurança exigidas por Kiev, num encontro com Zelensky, em Paris.
"A Europa está presente, pela primeira vez, com este nível de empenho e intensidade", disse o Presidente francês, na véspera da reunião da Coligação dos Dispostos, que juntará em Paris e por videoconferência os líderes de cerca de 30 países aliados de Kiev, incluindo Portugal.
Segundo Macron, "o trabalho preparatório está concluído" e foi desenvolvido "de forma extremamente confidencial", permanecendo a questão de "determinar a sinceridade da Rússia e dos seus sucessivos compromissos ao propor a paz" aos Estados Unidos, que têm atuado como principal promotor das conversações entre as partes.
Após a reunião da Coligação dos Dispostos, copresidida por França e Reino Unido, deverão ser conhecidos os detalhes das garantias de segurança que os países envolvidos estão disponíveis para oferecer a Kiev, como forma de evitar uma nova agressão russa em caso de acordo de paz. Está prevista, ainda para hoje, uma conversa dos presidentes francês e ucraniano e outros líderes europeus com o chefe de Estado norte-americano, Donald Trump.
Zelensky observou, na quarta-feira, que ainda não viu "qualquer sinal" de que a Rússia pretenda pôr fim à invasão do seu país iniciada 24 de fevereiro de 2022.
Já o Presidente russo, Vladimir Putin, disse que vê "alguma luz ao fundo do túnel" em relação a um acordo para o conflito na Ucrânia, mas avisou que Moscovo alcançará os seus objetivos militaresse as negociações falharem.
"Parece-me que há alguma luz ao fundo do túnel", diz Putin
"Parece-me que há alguma luz ao fundo do túnel", declarou Putin em conferência de imprensa em Pequim onde participou nas comemorações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
O líder do Kremlin ressalvou que é preciso esperar para ver como "a situação evolui", e advertiu que, se as negociações falharem, Moscovo insistirá na via militar até alcançar todos os seus objetivos.
Na mesma conferência de imprensa, indicouestar disposto a reunir-se com o homólogo ucraniano, mas impôs que o encontro decorra na capital russa.
"Se Zelensky estiver pronto, que venha a Moscovo e esse encontro terá lugar", declarou.