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ConflitosMédio Oriente

Gaza: Primeiros feridos palestinianos chegam ao Egito

Lusa
1 de novembro de 2023

Setenta e seis palestinianos feridos e 335 estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade foram retirados hoje de Gaza para o Egito. Irão e Turquia pedem conferência para evitar uma guerra regional.

Ambulâncias transportanto feridos no posto fronteiriço de Rafah
Ambulâncias transportanto feridos atravesssaram hoje o posto fronteiriço de RafahFoto: Mohammed Abed/AFP/Getty Images

A retirada destes cidadãos, no total de 411, foi a primeira desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro.

"Às 16:30 (14:30 GMT), 76 palestinianos feridos a bordo de ambulâncias e 335 pessoas com passaporte estrangeiro a bordo de seis autocarros atravessaram" o posto fronteiriço de Rafah, a única abertura ao mundo do pequeno território de Gaza que não está nas mãos de Israel, disse um responsável dos serviços de segurança egípcios no local, contactado por telefone pela agência de notícias AFP, em Ismaília, no nordeste do Egito.

A mesma fonte disse que "o terminal de Rafah será aberto novamente na quinta-feira (02.11) para permitir a passagem de mais estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade".

Autoridades em serviço nos terminais palestinianos e egípcios indicaram esta manhã que quase 90 palestinianos feridos e cerca de 545 cidadãos com dupla nacionalidade e estrangeiros deveriam deixar Gaza esta quarta-feira (01.11).

"Evitar uma guerra regional"

Os chefes da diplomacia turca e iraniana, respetivamente Hakan Fidan e Amir Abdollahian, pediram hoje em Ancara a realização de uma conferência internacional o mais rapidamente possível, para evitar uma guerra regional com origem no atual conflito Israel-Hamas.

"O Presidente iraniano propôs uma reunião com os dirigentes regionais, os países muçulmanos e árabes, o mais rapidamente possível para pôr fim à guerra" na Faixa de Gaza, declarou o ministro iraniano numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo turco, em Ancara, citado pela agência France-Presse (AFP).

De acordo com o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, "os países da região devem assumir as suas responsabilidades", caso contrário "esta espiral de violência continuará a reproduzir-se na região", defendeu.

"Não queremos que a tragédia humana de Gaza se transforme numa guerra que afetará os países da região", acrescentou o responsável turco, exprimindo a sua "inquietude".

Hakan Fidan mostrou-se preocupado com a "propagação geográfica do conflito", tendo discutido com o seu homólogo iraniano que existem, segundo Teerão, "fortes indicações de que outros elementos armados na região poderão intervir no conflito se as condições não mudarem".

"Um cessar-fogo e a paz são essenciais mais do que nunca", acrescentou, acusando a União Europeia (UE) de "não querer ouvir falar" dessa possibilidade e de dar via livre a Israel na sua guerra contra o Hamas.

"Morrer ou render-se"

Entretanto, o ministro da Defesa israelita afirmou hoje que o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, tem de escolher entre "morrer ou render-se incondicionalmente".

O Hamas "tem apenas duas opções: morrer ou render-se incondicionalmente", afirmou o ministro Yoav Gallant, numa conferência de imprensa em Telavive.

Para o ministro da Defesa israelita, "não existe uma terceira opção".

Ao 26.º dia da guerra entre Israel e o Hamas, as forças israelitas continuam a bombardear a Faixa de Gaza, estando também já a realizar operações terrestres naquele enclave controlado pelo Hamas.

O Governo liderado por Benjamin Netanyahu, onde estão integrados partidos ultraortodoxos e de extrema-direita, tem recusado qualquer cessar-fogo ou pausa na ofensiva para a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, onde mais de 8.000 palestinianos foram mortos em ataques israelitas.

Mais de um terço das vítimas mortais naquele enclave palestiniano foram crianças.

Ataque a campo de refugiados

Dezenas de palestinianos foram mortos no bombardeamento de terça-feira no maior campo de refugiados da Faixa de Gaza, um ataque que o exército israelita confirmou, indicando que visava um dos responsáveis pelo ataque do Hamas de 7 de outubro.

Já esta quarta-feira, a defesa civil de Gaza anunciou que o exército israelita tinha voltado a atacar o campo de refugiados e que este novo bombardeamento tinha "matado famílias inteiras".

"O secretário-geral reitera que todas as partes devem respeitar o direito internacional humanitário, incluindo os princípios da diferenciação, da proporcionalidade e da precaução" e  "condena nos termos mais fortes a morte de civis", disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, acrescentando que "todas as partes devem pôr fim a esta violência e sofrimento chocantes" e reclamando a libertação dos reféns pelo Hamas.

Já o comissário-geral da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), Philippe Lazzarini, entrou hoje em Gaza para expressar o seu apoio à população local e exigir de novo um cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários.

Gaza: Apelos para "pausas e corredores humanitários"

05:04

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