A cerimónia tem lugar esta segunda-feira (22.01), em Monróvia. O ex-jogador de futebol sucede a Ellen Johnson Sirleaf, a primeira mulher eleita Presidente no continente africano.
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O historial político do novo Presidente liberiano ainda é recente. Antes de vencer a segunda volta das presidenciais, em dezembro, Weah foi senador durante três anos. Mas foi nos Camarões, ainda na década de 1980, que George Weah começou a ganhar fama por causa do futebol.
Jean Paul Akono, ex-treinador de George Weah, que também comandou a seleção de futebol camaronesa, ainda se lembra como começou a carreira do ex-jogador de futebol, que se tornou Presidente da Libéria: "Foi depois de uma partida do Tonnerre Yaoundé, na Libéria, que o meu antecessor e amigo Bendongo Paul Gaston descobriu George Weah”, conta. "A sua proeza ajudou a equipa liberiana a derrotar o Tonnerre”.
Akono recorda que, durante a partida, Weah marcou dois golos para a equipa liberiana do Invincible Eleven. O presidente do Tonnerre Yaoundé, Pierre Semengue, imediatamente negociou a ida de George Weah para os Camarões: "Quando chegámos, a primeira partida foi contra a equipa do Canon Yaoundé. Weah marcou dois golos”.
Rumo à Europa
O começo não foi fácil para George Weah. Semengue conta que o liberiano passou vários meses a dividir um apartamento de um quarto com alguns colegas da equipa.
"Esta era a casa dos meninos. Antes disso, Weah foi hospedado pela minha esposa com outros jogadores como Kofi Habre e Sara Mensah. Os avançados do Tonnerre, que são muito populares entre os que falam inglês nos Camarões, ficaram aqui gratuitamente", explica Pierre Semengue.
A performance mais memorável de George Weah nos Camarões foi quando liderou a sua equipa rumo à vitória num campeonato em 1988 frente ao Presidente do país, Paul Biya.
A performance excecional foi notada por Claude Leroy, então treinador da seleção nacional de futebol dos Camarões, que depois intermediou os contatos entre George Weah e o Mónaco. Foi assim que o jogador liberiano iniciou a sua carreira profissional na Europa: jogou no Paris Saint-Germain, no Milão, no Chelsea e no Manchester City.
Um companheiro de equipa como Presidente
George Weah toma posse como Presidente da Libéria
Dieudonne Nke, também um ex-companheiro de equipa, diz que Weah não deve esquecer que foi o futebol dos Camarões que o impulsionou. "Quando foi anunciado que ele ganhou as eleições, gritei de alegria. Não é todos o dias que se tem um companheiro de equipa como chefe de Estado", frisa.
George Weah, de 51 anos, venceu a segunda volta das presidenciais com 61,5% dos votos, derrotando o seu rival, o vice-Presidente cessante Joseph Boakai. Muitos críticos dizem que a falta de experiência na política atrapalhará o desempenho do novo Presidente.
George Weah: De estrela do futebol a Presidente da Libéria
A sua vida dava um filme. O filho de um modesto mecânico tornou-se um futebolista de elite na Europa. Agora foi eleito Presidente da Libéria. A DW África revê a vida de Weah em imagens.
Foto: picture alliance/dpa/AP Photo/A. Dulleh
Uma nova estrela do futebol
Fora da Libéria, Georges Weah é muito mais conhecido como futebolista. Foi mesmo considerado um dos melhores pontas-de-lança da sua geração. O futebol fê-lo escapar a uma vida difícil. Filho de um mecânico, cresceu num dos bairros de lata da capital liberiana. A família mergulhou na pobreza após a prematura morte do seu pai. Felizmente, Weah foi descoberto por um clube liberiano de futebol.
Foto: picture-alliance/DPPI Media
Dos Camarões a França
George Weah foi o melhor marcador na Libéria em 1987, jogando no Invencible Eleven, a melhor equipa do país, à altura. Quando o seu clube defrontou os camaronenses do Tonnerre Yaoundé, os dirigentes, notando o seu talento, ofereceram-lhe um contrato. Mas a vida nos Camarões não foi fácil. Weah vivia com outros jogadores e teve dificuldades em adaptar-se ao francês, a língua nacional do país.
Foto: DW/M. Edwin
Em grande na Europa
Depois de seis meses nos Camarões, Weah transferiu-se para os franceses do Mónaco em 1988. Era o começo da sua carreira de sucesso na Europa que o levou aos principais clubes e ligas continentais. Foi o melhor futebolista do mundo em 1985 e foi três vezes eleito futebolista africano do ano. O antigo treinador do Milan, Arrigo Sacchi, disse sobre ele que "em cada momento Weah reinventa o futebol".
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O sonho falhado de um Campeonato do Mundo
Mas enquanto Georges Weah tinha sucesso na Europa, o seu sonho de jogar uma fase final de um "Mundial" ficou por concretizar. Em 2002, a Libéria qualificou-se para a CAN no Mali. Weah era o diretor técnico e jogador, mas renunciou após a eliminação na fase de grupos.
Foto: picture-alliance/empics
Combatendo a pobreza e as violações dos direitos humanos
Weah usou o seu sucesso para ajudar os menos afortunados. Em 1997, o fundo das Nações Unidas para as crianças (UNICEF), nomeou-o representante especial para o desporto. Weah doou avultadas quantias para caridade, o que o tornou ainda mais popular no seu país, devastado pela guerra, e com o qual sempre manteve contacto próximo ao longo dos anos.
Foto: AP
Vida familiar
George Weah é casado com Clar, uma cidadã norte-americana com raízes jamaicanas. O casal tem três filhos. O seu filho mais velho seguiu as pisadas do pai como futebolista. Weah deu o nome da sua mulher a uma televisão liberiana que adquiriu: "Ela sempre me apoiou e motivou a fazer algo pelo meu país", referiu Weah à revista alemã "Stern" em 2008.
Foto: picture-alliance/DPPI Media
2005: candidatura surpresa a Presidente
George Weah teve de lidar com algumas contrariedades após o final da sua carreira. Tornou-se político e candidatou-se às primeiras eleições presidenciais democráticas liberianas depois do final da guerra civil, em 2005. Ficou em segundo lugar, perdendo para o antigo vice-presidente do Banco Mundial Ellen Johnson-Sirleaf, que venceu com 59,4 por cento dos votos. Weah conseguiu 40,6 por cento.
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O trabalho no Parlamento
Depois de uma candidatura sem sucesso para se tornar vice-presidente em 2011, Weah ganhou um lugar no Senado, a câmara alta do Parlamento, em 2014. Bateu o seu maior rival, o filho da Presidente Johnson-Sirleaf, por larga margem, conquistando 78 por cento dos votos. Mas, de acordo com os "media" liberianos, Weah raramente era visto no Parlamento, não dando o seu apoio a nenhuma legislação.
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2017: Segunda tentativa
George Weah tinha já provado ser um lutador na política. Em 2017 ele concorreu de novo à presidência. Enquanto os seus apoiantes continuavam a seguir o líder, a decisão de Weah de escolher Jewel Taylor para o acompanhar chocou quer compatriotas quer estrangeiros. Ela é a ex-mulher de Charles Taylor, antigo Presidente liberiano, condenado em 2012 por crimes de guerra.
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O novo Presidente da Libéria
George Weah venceu a primeira volta das eleições em outubro de 2017. A necessária segunda volta foi adiada pelo Supremo Tribunal liberiano após queixas de fraude interpostas por outra candidatura. Weah venceu a segunda volta, a 26 de dezembro de 2017, com 61,5 por cento dos votos, contra 38,5 do antigo vice-presidente Joseph Bokai, célere a reconhecer a derrota e a congratular Georges Weah.