1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Governo acaba com subvenção e preço do arroz volta a subir

Lusa
19 de abril de 2024

O preço do arroz vai disparar na Guiné-Bissau após o Governo ter acabado com a subvenção estatal para moderar o custo ao consumidor e de acordo com os novos valores aprovados hoje em Conselho de Ministros.

Arroz é a base alimentar da população guineense
Arroz é a base alimentar da população guineense, mas o país não produz o suficienteFoto: DW/B. Darame

O Governo de iniciativa presidencial convocou para hoje uma reunião extraordinária exclusivamente para discutir a Estrutura de Custo para a Importação de Arroz e fixar os preços máximos ao consumidor final.

De acordo com os preços fixados em Conselho de Ministros, o arroz nhelén 100% partido passa de 17.500 (26 euros) para 21.500 francos cfa (32 euros), e o saco de 50 quilos de arroz nhelén 5% sobe de 22.500 (34 euros) para 24.000 francos cfa (36 euros).

Com esta decisão, os preços do arroz, a base alimentar da população guineense, praticamente voltam aos mesmos valores anteriores a agosto de 2023, data em que o Governo da coligação PAI-Terra Ranka tinha decidido baixar os preços para responder às dificuldades económicas da população.

O Governo demitido em dezembro de 2023 pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló reduziu os preços, passando a subvencionar a importação, uma medida anulada, na quinta-feira (18.04), em Conselho de Ministros do Executivo nomeado pelo chefe de Estado.

Com os preços finais ao consumidor aprovados hoje, a população da Guiné-Bissau vai pagar o arroz a valores idênticos aos praticados antes de agosto de 2023.

A revisão dos preços ocorre depois de vários dias de escassez de arroz no mercado guineense, com alguns analistas a anteciparem que o comércio estaria a armazenar produto à espera do aumento do preço.

O atual Governo justifica a decisão da subida com o custo para as contas do Estado com o modelo em vigor, sustentando que a situação económica interna não permite manter a subvenção à comercialização, que permitia preços mais baixos ao consumidor.

De acordo com números do Governo, desde agosto de 2023, em pouco mais de meio ano, a Guiné-Bissau já pagou "mais de quatro mil milhões de francos cfa [seis milhões de euros]" de subvenção.

O arroz é a base alimentar da população guineense, mas o país não produz para as necessidades, importando cerca de 150 mil de toneladas por ano.

Crise política: Guiné-Bissau em condições de ir a eleições?

08:03

This browser does not support the video element.

Saltar a secção Mais sobre este tema