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PolíticaAlemanha

Governo alemão reestrutura as suas forças armadas

Volker Witting
8 de abril de 2024

A Alemanha quer introduzir profundas reformas nas suas forças armadas, reagindo assim às alegadas "crescentes ameaças vindas de leste", mais precisamente da Rússia de Vladimir Putin. O que vai mudar na tropa alemã?

Boris Pistorius, ministro alemão da Defesa, condecorou um soldado alemão regressado do Mali, em 2023
Boris Pistorius, ministro alemão da Defesa, condecora soldado alemão regressado do MaliFoto: Lisi Niesner/REUTERS

O ministro alemão da Defesa, Boris Pistorius, pertencente ao partido social-democrata, SPD, acaba de apresentar um novo conceito de futuro para o exército alemão. A data escolhida para a correspondente conferência de imprensa foi o aniversário dos 75 anos da fundação da Organização do Pacto do Atlântico Norte (NATO).

As "mudanças radicais" que o ministro propõe para a Bundeswehr, devem-se à crescente ameaça vinda do leste, nomeadamente da Russia, como afirma Boris Pistorius, referindo-se concretamente aos ataques das tropas de Vladimir Putin contra a Ucrânia.

"Todos nós sabemos que as ameaças militares contra o nosso país e os nossos aliados aumentaram consideravelmente. Por isso precisamos de emitir sinais inequívocos de que ninguém deverá ter a ousadia de nos atacar, a nós ou a qualquer um dos nossos parceiros militares. É isso que temos que garantir. É preciso adaptar o exército alemão a esta nova situação", afirmou Pistorius durante um conferência de imprensa em Berlim, na quinta-feira (04.04).

Boris Pistorius, ministro da Defesa da AlemanhaFoto: Lisi Niesner/REUTERS

"Preparar a tropa para uma guerra"

Palavras de Boris Pistorius que o especialista militar alemão Thomas Wiegold, em entrevista à DW, confirma. "O ministro alemão da Defesa quer tornar a tropa alemã preparada para a guerra", explica.

Para isso, o ministro quer mais clareza, menos burocracia e menos estruturas duplicadas no exército alemão. As operações da Bundeswehr devem ser coordenadas num único local: o chamado comando operacional. Até agora, as operações internas e externas eram lideradas separadamente.

"Este novo conceito terá vantagens claras. O planeamento e o comando operacional da Bundeswehr passarão a estar numa única mão. Isso vai possibilitar que tomemos decisões rápidas e baseadas numa vasta visão sobre a situação militar", disse Boris Pistorius.

O conceito de Pistorius foi aceite pela grande maioria do parlamento: até mesmo a CDU, partido cristão-democrata de oposição, considera louvável a iniciativa do ministro. O especialista em defesa da CDU, Roderich Kiesewetter, afirma que "a fusão do comando de operações (para o exterior) e do comando territorial (para o interior) no Comando Operacional da Bundeswehr é absolutamente positiva."

Alemanha quer reforçar luta contra ciber-ataques perpretados pela Rússia e outros países que considera hostisFoto: Kacper Pempel/REUTERS

Mais meios contra ataques cibernéticos

Pistorius quer preparar a Bundeswehr também para uma forma relativamente nova de guerra: a guerra cibernética. Além dos setores clássicos Exército - Força Aérea e Marinha - Pistorius quer estabelecer um novo ramo, denominado "Ciberespaço e Informação".

Esse novo ramo tratará da análise e do combate a ameaças híbridas, como por exemplo, campanhas de desinformação.

Também será adicionado um comando de apoio para o fornecimento de serviços de saúde, em caso de ataques com armas nucleares, biológicas ou químicas.

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