Governo admite privatização gradual de 30% da Sonangol
14 de junho de 2021Em entrevista à agência Lusa, o o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, reiterou a intenção de aprovar o cronograma relativo à dispersão do capital da Sonangol em bolsa durante o atual mandato, mas admitiu que o processo será escalonado.
"Nós temos estado a dizer que queremos levar até 30%, mas isso não significa que seja de uma só vez", disse o governante, indicando que este processo "será bom para a Sonangol e para o país", pois "trará mais transparência e maior eficiência".
Segundo Diamantino Azevedo, na dispersão em bolsa estão a ser consideradas "ações para os trabalhadores da Sonangol, ações para os angolanos que estejam interessados e para parceiros estratégicos que queiram depois ser sócios" da petrolífera, o que estará também definido no cronograma.
"Significa que [o processo de alienação] será feito de uma forma exponencial - e isso faz parte do trabalho que está a ser feito - e depois será escalonado, depende de vários fatores e da dinâmica do mercado", precisou.
Governo "empenhado" nas privatizações
O ministro sublinhou que o Governo está "muito empenhado" em prosseguir o programa de privatizações de grande parte dos negócios não nucleares da Sonangol, embora tenha sido necessário fazer algumas readaptações devido à situação que o mundo atravessa, e que têm dados passos nesse sentido, iniciando o processo de forma discreta.
"A primeira medida que tomámos foi libertar (a Sonangol) da função concessionária, que poderia criar conflitos de interesse. Não podíamos levar para bolsa uma empresa com função concessionária, reguladora e empresarial", justificou o responsável da pasta dos petróleos.
Outro passo foi criar uma empresa "atrativa" e que "encoraje o investimento", o que passou pela diminuição do número de subsidiárias e venda de empresas não nucleares da petrolífera.
A dispersão em bolsa de 30% do capital da Sonangol pode render aos cofres do Estado entre 5 e 7 mil milhões de euros (entre 4,13 mil e 5,78 milhões de euros), segundo estimativas apresentadas no 45.º aniversário da petrolífera estatal angolana, no passado mês de março.