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Governo angolano vai continuar com "Operação Transparência"

Lusa | ar
20 de fevereiro de 2019

Governo angolano decidiu continuar com a "Operação Transparência" que permitiu repatriar mais de 450 mil estrangeiros em situação irregular.

Kongo Kamako aus Angola abgeschobene illegale Flüchtlinge
Muitos estrangeiros ilegais, na sua maioria da RDC, saíram de Angola em direção ao país de origemFoto: Reuters/G. Paravicini

Num comunicado sobre a primeira sessão ordinária do Conselho de Segurança Nacional de Angola, que decorreu na terça-feira (19.02.) sob a presidência do chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), é indicado que as metas traçadas para a "Operação Transparência" foram alcançadas.

Recorde-se, que a "Operação Transparência" foi lançada em setembro de 2018 para combater a imigração irregular e a exploração e tráfico ilícito de diamantes, tendo levado ao repatriamento "voluntário", segundo as autoridades angolanas, de 455.022 estrangeiros sem documentação adequada, na sua grande maioria oriundos da República Democrática do Congo (RDCongo).

Entre setembro de 2018 e o fim da primeira quinzena deste mês, segundo avança o documento, nos dados do Posto de Coordenação Avançado da Operação Transparência, entidade liderada pelo tenente-general Américo Valente, é especificado que, do total de estrangeiros ilegais que saíram do país, 416.496 fizeram-no de forma "voluntária", 35.784 foram repatriados administrativamente e 842 transferidos para Luanda, para serem, posteriormente, repatriados para os países de origem.

Apreensões durante a operação

No balanço de pouco mais de cinco meses, lê-se no documento, e além dos repatriamentos e expulsões, as autoridades angolanas encerraram 159 cooperativas e 289 "lojas" que se dedicavam à compra ilícita de diamantes, tendo sido apreendidas elevadas somas monetárias, não especificadas.

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No comunicado é também indicado que foram aprendidos 34.480 quilates de diamantes e 121.783 pedras preciosas, bem como 178 retroescavadoras, 30 máquinas de pás carregadoras, 40 buldózeres, 18 máquinas niveladoras, 11 tratores agrícolas, 346 viaturas ligeiras e pesadas, 481 motorizadas e 31 bicicletas.

Na lista estão também 123 dragas, 87 lavarias, 511 motobombas, 16 jangadas, 98 botes pneumáticos, 15 detetores de diamantes, 128 compressores de ar, 248 balanças, 155 geradores, 214 cofres, 160 contentores e 114 armas de fogo.

"As ações levadas a cabo no âmbito da Operação Transparência continuam a forçar a retirada de cidadãosenvolvidos na prática do garimpo, que em virtude da mesma alteraram o seu 'modus operandi', atuando em pequenas bolsas e em locais de difícil acesso", lê-se no documento.

No período em referência, lê-se na nota, os órgãos do Sistema de Segurança Nacional procederam à desarticulação e expulsão de garimpeiros nacionais e estrangeiros, nas províncias de Malanje, Uíge, Lunda Norte, Lunda Sul, Cuanza Sul, Bié e Cuando Cubango.

Operação alargada

No comunicado é referido que as ações da "Operação Transparência"foram estendidas, posteriormente, às províncias de Luanda, Bengo, Zaire e também para o litoral.

Sobre esta última questão, as autoridades angolanas lembram que tal deveu-se à "saída de um elevado número de imigrantes das áreas de incidência diamantífera para as capitais de províncias, onde não se faziam sentir os efeitos da Operação, bem como pelo facto, de haver indícios de atividades ilícitas nas águas territoriais".

O comunicado adianta ainda que a operação tem contado com o apoio de quatro aeronaves da Força Aérea Nacional para o transporte de imigrantes ilegais e das forças envolvidas nas ações, tendo sido realizados mais de 580 voos, que consumiram perto de 650 mil litros de combustível.

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