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Governo antevê "alguma escalada" de ataques em Cabo Delgado

Lusa
27 de setembro de 2023

O ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, prevê um aumento das incursões terroristas no norte do país, como ato de vingança pela recente morte em combate dos seus comandantes.

Combate aos terroristas na província moçambicana de Cabo Delgado
Foto: Roberto Paquete/DW

"Esperamos ainda mais alguma escalada, mas nós podemos garantir que vamos continuar a combater", afirmou o ministro da Defesa de Moçambique, Cristóvão Chume, durante a conferência "Mobilizar a Inteligência Coletiva para Combater e Prevenir o Extremismo Violento e o Terrorismo em África - Soluções Africanas para Problemas Africanos", que arrancou esta quarta-feira (27.09) na capital moçambicana.

Cristóvão Chume avançou que o Governo tinha "total certeza" de que os insurgentes iriam "vingar-se" contra a morte em combate, em final de agosto, do principal líder do grupo terrorista na província de Cabo Delgado, o moçambicano Bonomade Machude Omar, juntamente com outros elementos da liderança.

Cristóvão Chume, ministro da Defesa de MoçambiqueFoto: Roberto Paquete/DW

O governante apontou o assassínio de 12 pessoas este mês no distrito de Mocímboa da Praia como prova da ação vingativa dos terroristas na sequência da "pressão operativa" que está a ser exercida pelas forças governamentais moçambicanas, da África Austral e do Ruanda.

"Estamos cientes de que a eliminação dos comandantes dos terroristas apenas não significa o fim do terrorismo", enfatizou o ministro da Defesa moçambicano.

Esse desafio, prosseguiu, impõe igualmente o desencadeamento de outras ações, como a criação de oportunidades sociais e económicas às comunidades afetadas pela violência armada em Cabo Delgado.

O ministro assinalou que as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas devem continuar a melhorar as suas capacidades operativas, reiterando o pedido de ajuda aos parceiros internacionais em termos de treino e fornecimento de "material letal".

Realçando o alastramento do terrorismo e do extremismo violento em África, Cristóvão Chume sublinhou a importância de os países do continente intensificarem a cooperação e a troca de informação para o combate aos grupos locais.

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