Governo guineense vai proibir toda a atividade de pesca durante o mês de janeiro, no âmbito do período de repouso biológico e marinho, segundo o secretário-geral do Ministério das Pescas da Guiné-Bissau, Maurício Sanca.
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"Pela primeira vez, em 48 anos, da nossa independência que o nosso mar será fechado à atividade de pesca", notou o secretário-geral do Ministério das Pescas da Guiné-Bissau, Maurício Sanca, aludindo ao programa "No Fitcha no mar pa amanhã" (Fechemos o nosso mar para garantir o futuro).
A decisão foi tomada no âmbito da observação do período de repouso biológico e marinho, decretada pelo Governo em Conselho de Ministros, realizado no passado dia 2.
O período de interdição de pesca em janeiro justifica-se com o facto de ser o mês em que há maior reprodução do peixe, assinalou Maurício Sanca, que vê a iniciativa como fator que vai permitir a regeneração de espécies.
A medida também vai permitir ao país ter elementos para elaborar um novo plano de gestão de recursos haliêuticos em 2022 a partir de um estudo a ser feito também em janeiro, observou Sanca, salientando que a pesca "é uma das principais fontes de recursos" do Estado guineense.
Reforço da vigilância
Gana: Da exploração piscícola à mesa
02:22
De 1 a 31 de janeiro, o patrulhamento das águas da Guiné-Bissau, incluindo na Zona Económica Comum com o Senegal, será reforçado para que não seja permitida qualquer atividade de navios de pesca que podem acostar em Bissau ou nos países vizinhos, disse o secretário-geral do Ministério das Pescas.
Três navios de "grande porte" vão participar na fiscalização do período do repouso biológico e ainda várias "pequenas embarcações", num trabalho que contará com entidades como o Ministério das Pescas, Guarda Nacional, Marinha de Guerra, Estado-Maior General das Forças Armadas e várias outras instituições estatais.
Maurício Sanca disse ainda à agência Lusa que todos os parceiros, nomeadamente armadores de pesca, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), União Europeia, Senegal, entre outros, foram avisados sobre a decisão "soberana da Guiné-Bissau em fechar o mar durante 31 dias", afirmou.
"A quem for apanhado a desrespeitar essa decisão do Estado da Guiné-Bissau será imediatamente aplicada uma multa rápida conforme está na Lei Geral de Pesca", acrescentou o secretário-geral do Ministério das Pescas.
Parque Natural do Rio Cacheu: Uma Guiné-Bissau desconhecida
No Parque dos Tarrafes de Cacheu esconde-se o melhor de uma Guiné-Bissau quase desconhecida. Pesca de camarão no Rio Chacheu chega a atingir 80% das licenças atribuídas, nomeadamente aos países da União Europeia.
Foto: DW/B. Darame
Três tipos de mangais
Impressiona a cobertura de mangal, tal como a vida que é levada no interior do parque de Cacheu, onde salta à vista o potencial para o ecoturismo. O parque protege a maior concentração contínua dos mangais na sub-região africana.
Foto: DW/B. Darame
Roteiro de ecoturismo
Ameaça chover no Parque Natural dos Tarrafes de Cacheu. Este local faz parte do roteiro de ecoturismo. A pesca artesanal praticada pelos povos locais, desprovidos de quaisquer meios de seguranca, é o que sustenta a riqueza da zona.
Foto: DW/B. Darame
Desfrutar da pesca
No primeiro dia após a abertura do repouso biológico do rio Cacheu, os pescadores puderam verificar que os peixes aumentaram em quantidade e tamanho.
Foto: DW/B. Darame
Pesca em família
Pai e filho durante uma sessão de pesca no interior do Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu. A pesca artesanal e de subsistência é a alavanca de várias famílias ao redor das cidades de Cacheu, São Domingos e Farim.
Foto: DW/B. Darame
Efeitos da exploração abusiva
A erosão costeira é uma das ameaças devido ao corte do mangal e da agricultura itinerante ao nível do interior do parque. A pressão sobre os recursos é notória tendo como base o aumento demográfico.
Foto: DW/B. Darame
Práticas ecológicas
A conciliação da exploração dos recursos e práticas ecológicas tendo em vista a perenidade dos recursos é apontada como o caminho para a sustentabilidade das comunidades residentes no Parque Natural dos Terrafes de Cacheu. Os habitantes fazem o cultivo de arroz à mão - uma produção ainda mecânica.
Foto: DW/B. Darame
Cultivo de Arroz
O cultivo e a colheita do arroz, a base da dieta alimentar dos guineenses, é uma atividade feita na época das chuvas que visa garantir o autosuficiência alimentar dos povos de campo. É uma atividade que envolve homens, mulheres e crianças no interior da Guiné-Bissau.
Foto: DW/B. Darame
Produção de carvão
As alternativas à produção energética para o consumo doméstico é um dos desafios da conservação na Guiné-Bissau. Troncos árvores são colocados numa espécie de forno para a sua transformação em carvão. O produto é usado essencialmente na cozinha.
Foto: DW/B. Darame
Casas improvisadas
A existência de santuários no interior do parque é um dos valores simbólicos mais importantes que a cultura desempenha na conservação do espaço natural e na ligação entre a população local e o parque.
Foto: DW/B. Darame
Diversão dos jovens no porto
Saltos e mergulhos são as atividades de lazer prediletas dos jovens no Porto de Cacheu ao fim da tarde. Um processo quase que de socialização obrigatória.