Primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, anuncia criação de dois novos ministérios e a entrada no Governo de mais dois ministros e seis secretários de Estado.
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A proposta de alteração governamental apresentada esta quarta-feira (20.12) pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, ao Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, inclui ainda a criação do cargo de vice-primeiro-ministro, que será ocupado em acumulação pelo atual ministro das Finanças, Olavo Correia.
"O vice-primeiro-ministro assumirá funções de coordenação económica e das reformas económicas, zelará pelo bom funcionamento do ecossistema de apoio à competitividade e ao bom ambiente de negócios e, ao mesmo tempo, acumulará as funções de ministro das Finanças", declarou Correia e Silva.
O vice-primeiro-ministro terá três secretários de Estado: "Uma secretária de Estado para a Modernização Administrativa que é a dra. Edna Oliveira, atual vereadora da Câmara Municipal da Praia. Vai ter um secretário de Estado para a Inovação e Formação Profissional, que é o dr. Pedro Lopes, muito ligado a ações de inovação e tem um conjunto de competências muito fortes nesta área. O vice-primeiro-ministro vai ter um secretário de Estado das Finanças que é o dr. Gilberto Barros, um quadro sénior do Banco Mundial que regressa à Cabo Verde para dar o seu contributo", acrescentou.
Cabo Verde- Governo/remodelação - MP3-Stereo
Pasta da Economia desmembrada
O primeiro-ministro desmembrou o atual Ministério da Economia e Emprego criando dois novos ministérios.
"Nós criamos um Ministério do Turismo e Transportes e o Ministério da Economia Marítima que terão o mesmo ministro. Portanto, o ministro José Gonçalves assumirá os dois ministérios e terá um secretário de Estado que o apoiará no domínio da economia marítima", explicou.
O ministério da Economia Marítima terá como secretário de Estado Adjunto Paulo Lima Veiga e passa a localizar-se na ilha de São Vicente "por razões que têm a ver com termos já, em São Vicente, tudo o que é administração relacionada a ecomonia do mar . Estou a falar da direção-geral da Economia Marítima, do Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas, da Agência Marítima e Portuária e, também, do fato de termos um forte empenho no desenvolvimento do projeto de criação da Zona Económica e Exclusiva para a Economia Marítima, em São Vicente".
Reforços adicionais
O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, dos Assuntos Parlamentares e do Desporto, Fernando Elísio Freire, passa a ministro de Estado, reforçando o seu papel de coordenador político do Governo.
Terá como secretário de Estado o atual diretor do gabinete do primeiro-ministro, Carlos Monteiro.
O Ministério da Educação terá como secretário de Estado o antigo presidente da Câmara Municipal do Porto Novo, Amadeu Cruz.
Ulisses Correia e Silva chamou para o Governo Alexandre Monteiro, atual presidente do Conselho de Administração da empresa pública de energia, Electra, que regressa ao Ministério da Indústria, Comércio e Energia - cargo que desempenhou nos anos 90 do século passado.
O diplomata Júlio Herbert Lopes, atual conselheiro diplomático do primeiro-ministro, será ministro-adjunto do primeiro-ministro e responsável pela pasta de Integração Regional.
"A criação deste cargo tem a ver com a necessidade de termos uma presença muito mais forte da diplomacia política e económica e da defesa das condições para termos um estatuto especial na CEDEAO. Por isso, a área que tem a ver com a integração regional passará para a chefia do Governo", concluiu.
Já o atual ministro dos Assuntos Parlamentares e Presidência do Conselho de Ministros sobe a ministro de Estado.
Esta é a primeira mudança do elenco governamental que tomou posse a 20/22 de abril de 2016, que era composto por 11 ministros, além do primeiro-ministro, e não tinha secretários de Estado.
De fortalezas a cinemas: o património colonial português em África
A colonização portuguesa nos países africanos deixou edificações históricas, que vão desde fortificações militares, igrejas, estações de comboio, até cinemas. Boa parte deste património ainda resiste.
Foto: DW/J.Beck
Calçada portuguesa
Na Ilha de Moçambique, antiga capital moçambicana, na província de Nampula, a calçada portuguesa estende-se à beira mar. A herança colonial que Portugal deixou aqui é imensa e está presente num conjunto de edificações históricas, entre fortalezas, palácios, igrejas e casas. Em 1991, este conjunto foi reconhecido como Património Mundial da UNESCO.
Foto: DW/J.Beck
Fortaleza de São Sebastião
A Fortaleza de São Sebastião, na Ilha de Moçambique, começou a ser erguida pelos portugueses em 1554. O motivo: a localização estratégica para os navegadores. Ao fundo, vê-se a Capela de Nossa Senhora do Baluarte, de 1522, que é considerada a mais antiga estrutura colonial sobrevivente no sul de África.
Foto: DW/J.Beck
Hospital de Moçambique
O Hospital de Moçambique, na Ilha de Moçambique, data de 1877. O edifício de estilo neoclássico foi durante muito tempo a maior estrutura hospitalar da África Austral. Atualmente, compõe o património de construções históricas da antiga capital moçambicana.
Foto: DW/J.Beck
Fortaleza de Maputo
A Fortaleza de Maputo situa-se na baixa da capital moçambicana e é um dos principais monumentos históricos da colonização portuguesa no país. O espaço foi ocupado no início do século XVIII, mas a atual edificação data do século XX.
Foto: DW/J.Beck
Estação Central de Maputo
Desde a construção da Estação Central dos Caminhos-de-Ferro (foto) na capital moçambicana, no início do século XX, o ato de apanhar um comboio ganhou um certo charme. O edifício, que pode ser comparado a algumas estações da Europa, ostenta a uma fachada de estilo francês. O projeto foi do engenheiro militar português Alfredo Augusto Lisboa de Lima.
Foto: picture-alliance / dpa
Administração colonial portuguesa em Sofala
Na cidade de Inhaminga, na província de Sofala, centro de Moçambique, a arquitetura colonial portuguesa está em ruínas. O antigo edifício da administração colonial, com traços neoclássicos, foi tomado pela vegetação e dominado pelo desgaste do tempo.
Foto: Gerald Henzinger
"O orgulho de África"
Em Moçambique, outro de património colonial moderno: o Grande Hotel da Beira, que foi inaugurado em 1954 como uma das acomodações mais luxuosas do país. O empreedimento português era intitulado o "orgulho de África". Após a independência, em 1975, o hotel passou a ser refúgio para pessoas pobres. Desde então, o hotel nunca mais abriu para o turismo.
Foto: Oliver Ramme
Cidade Velha e Fortaleza Real de São Filipe
Em Cabo Verde, os vestígios da colonização portuguesa espalham-se pela Cidade Velha, na Ilha de Santiago. Entre estas construções está a Fortaleza Real de São Filipe. A fortificação data do século XVI, período em que os portugueses queriam desenvolver o tráfico de escravos. Devido à sua importância histórica, a Cidade Velha e o seu conjunto foram consagrados em 2009 Património Mundial da UNESCO.
Foto: DW/J. Beck
Património religioso
No complexo da Cidade Velha está a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, conhecida por ser um dos patrimónios arquitetónicos mais antigos de Cabo Verde, com mais de 500 anos. Assim como em Cabo Verde, o período colonial português deixou outros edifícios ligados à Igreja Católica em praticamente todos os PALOP.
Foto: DW/J. Beck
Palácio da Presidência
Na cidade da Praia, em Cabo Verde, a residência presidencial é uma herança do período colonial português no país. Construído no século XIX, o palácio abrigou o governador da colónia até a independência cabo-verdiana, em 1975.
Foto: Presidência da República de Cabo Verde
Casa Grande
Em São Tomé e Príncipe, é impossível não reconhecer os traços da colonização portuguesa nas roças. Estas estruturas agrícolas concentram a maioria das edificações históricas do país. A imagem mostra a Casa Grande, local onde vivia o patrão da Roça Uba Budo, no distrito de Cantagalo, a leste de São Tomé. As roças são-tomenses foram a base económica do país até a indepência em 1975.
Foto: DW/R. Graça
Palácio reconstruído em Bissau
Assim como em Cabo Verde, na Guiné-Bissau o palácio presidencial também remonta o período em que o país esteve sob o domínio de Portugal. Com arquitetura menos rebuscada, o palácio presidencial em Bissau foi parcialmente destruído entre 1998 e 1999, mas foi reconstruído num estilo mais moderno em 2013 (foto de 2012). O edifício, no centro da capital guineense, destaca-se pela sua imponência.
Foto: DW/Ferro de Gouveia
Teatro Elinga
O Teatro Elinga, no centro de Luanda, é um dos mais importantes edifícios históricos da capital angolana. O prédio de dois andares da era colonial portuguesa (século XIX) sobreviveu ao "boom" da construção civil das últimas décadas. Em 2012, no entanto, foram anunciados planos para demolir o teatro. Como resultado, houve fortes protestos exigindo que o centro cultural fosse preservado.
Foto: DW
Arquitetura colonial moderna
O período colonial também deixou traços arquitetónicos modernos em alguns países. Em Angola, muitos cinemas foram erguidos nos anos 40 com a influência do regime ditatorial português, o chamado Estado Novo. Na foto, o Cine-Teatro Namibe (antigo Moçâmedes), um dos mais antigos do país, é um exemplo. Foi o primeiro edifício de arquitetura "art déco" na cidade de Namibe.