Senegal: Governo de Macky Sall garante maioria no Parlamento
Abu-Bakarr Jalloh | Reuters | AFP | tms
5 de agosto de 2017
Resultado das legislativas foi divulgado este sábado (05.08) pelas autoridades eleitorais. Votação ocorreu no domingo passado em meio a denúncias de fraudes.
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No Senegal, a coligação governamental conquistou uma grande maioria parlamentar, de acordo com resultados provisórios oficiais, divulgados este sábado (05.08) pela Comissão Nacional de Contagem de Votos, através da agência pública APS. As eleições legislativas ocorreram no domingo (30.07) passado e foram marcadas por denúncias de fraude e problemas na votação.
A coligação do Presidente Macky Sall garantiu 125 assentos na Assembleia Nacional do total de 165 lugares depois de ganhar quase 50% dos votos, de acordo com as autoridades eleitorais.
A coligação do ex-presidente Abdoulaye Wade, de 91 anos, que Sall derrotou na eleição presidencial de 2012, e que consolidou a reputação do Senegal como uma das democracias mais estáveis da África Ocidental, ganhou 19 cadeiras. Uma coalizão liderada pelo prefeito de Dacar, Khalifa Sall, conquistou sete lugares.
Segundo a Comissão Nacional de Contagem de Votos, o resultado oficial precisa agora ser validado pelo Conselho Constitucional do país.
Votação complicada
A votação do último domingo foi prejudicada por atrasos na emissão dos documentos de identidade biométrica que impediram que centenas de eleitores votassem. Muitos eleitores ficaram fora das listas nas assembleias de voto ou disseram que não tinham os documentos certos para votar.
"Houve muitas anomalias, ouvimos tudo pelo rádio", disse Abdoulaye Senghor, residente na capital Dacar. "Havia muitas pessoas que queriam votar, mas não conseguiram".
De acordo com o ministro dos Assuntos do Interior, Abdoulaye Daouda Diall, apenas 70% dos eleitores receberam seus cartões de votação.
Denúncia de fraude
Os dois principais partidos da oposição disseram que os problemas com a votação foram projetados para negar a vitória da oposição. Eles acusaram o governo de entregar os novos cartões biométricos de forma seletiva para ajudar a coalizão do presidente Macky Sall.
Com o objetivo de resolver o problema dos atrasos na emissão dos cartões de identidade dos eleitores, as autoridades senegalesas permitiram que os passaportes e outros documentos fossem utilizados como cartões de votação válidos.
De olho em 2019
As eleições legislativas são consideradas como uma primeira rodada para as eleições presidenciais de 2019. O ex-presidente Abdoulaye Wade retornou à cena política após dois anos para ganhar apoio para sua própria lista de candidatos. Mas para o Presidente Sall, uma maioria parlamentar servirá de impulso em sua campanha para o segundo mandato.
Primeiras-damas em África: O amor ao poder
Não são eleitas pelo povo, mas têm muito poder. Algumas têm mesmo ambições presidenciais. Apresentamos-lhe algumas primeiras-damas africanas.
Foto: picture-alliance/dpa/M. Hutchings
Exuberante: Ana Paula dos Santos
Ana Paula dos Santos trabalhou como modelo e hospedeira de bordo. Conheceu o marido, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, a bordo do avião presidencial. Alguns gostam dela pelo seu empenho em causas femininas e infantis, outros criticam-lhe o estilo de vida luxuoso.
Foto: picture-alliance/dpa/P. Novais
De ridicularizada a temida: Grace Mugabe
Durante muito tempo manteve-se nos bastidores. Teve dois filhos de Robert Mugabe quando ele ainda era casado com a primeira mulher. Só após a morte desta é que o Presidente casou com a sua antiga secretária. Hoje Grace Mugabe tem muita influência no partido no poder. Ainda que o negue, Grace, de 51 anos, é tida como sucessora do seu marido de 92 anos.
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Estimada: Margaret Gakuo Kenyatta
Os quenianos adoram a sua primeira-dama. Margaret Gakuo Kenyatta promove campanhas de saúde maternal. A sua campanha para a redução da mortalidade infantil despertou muitas consciências para o tema. Gakuo é tida como modesta e discreta. É filha de um empresário do setor ferroviário e de uma alemã. É casada desde 1991 com o Presidente Uhuru Kenyatta.
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Discreta: Aisha Buhari
Os nigerianos foram surpreendidos pela positiva quando Aisha Buhari disse que respeitaria a Constituição e não se envolveria na política. Depois de ter tomado posse, o seu marido Muhammadu Buhari acabou com o posto de primeira-dama, por ser um desperdício de fundos públicos, inconstitucional.
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Mulher fatal? Dominique Ouattara
Dominique Ouattara sempre gostou de se relacionar com os poderosos. Quando conheceu Alassane Ouattara, no final dos anos 80, já tinha feito carreira como agente imobiliária. Através do casamento a empresária de sucesso ascendeu à primeira liga dos poderosos, na Costa do Marfim. Entretanto ocupa-se de questões ligadas aos direitos das crianças.
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A eterna primeira-dama: Janet Museveni
Janet Museveni celebra 30 anos como primeira-dama, o que faz dela a mais antiga no cargo no continente africano. Depois da controversa vitória do marido, Yoweri Museveni, em fevereiro de 2016, Janet Museveni deverá permanecer ainda longos anos como primeira-dama. A mãe de quatro filhos é deputada desde 2006 e em 2009 foi nomeada ministra para a região de Karamoja, no nordeste do Uganda.
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A conservadora: Marieme Faye Sall
A primeira-dama senegalesa Marieme Faye Sall (à direita com Michelle Obama) é a primeira senegalesa "genuína" a ocupar a posição, todas as anteriores tinham ascendência francesa. Marieme é descrita como uma dona de casa dedicada que não se intromete na política do marido, Macky Sall. O seu estilo de vida conservador vale-lhe muitas críticas.
Foto: Getty Images/AFP/S. Diallo
Atenciosa: Marie Olive Lembe
Foi noiva durante muitos anos do Presidente congolês Joseph Kabila. Em 2006 tornou-se primeira-dama. Marie Olive Lembe di Sita tem dois filhos e é muito amiga da irmã gémea do Presidente, que é tida como braço direito deste. A República Democrática do Congo acaba por ter desta forma duas primeiras-damas.
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Quem é a primeira-dama da África do Sul?
Em 2008, Jacob Zuma começou uma maratona de casamentos. Em quatro anos casou com três mulheres: Nompumelelo Zuma, Thobeka Zuma e Bongi Ngema-Zuma. Além destas três há ainda a esposa de longos anos Sizakelle Zuma. Os críticos dizem que a grande família presidencial custa aos contribuintes uma fortuna. A atual presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, é ex-mulher de Zuma.