1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Governo de Moçambique sem decisão sobre subsídio ao pão

2 de fevereiro de 2017

Executivo Moçambicano ainda não decidiu se continua ou não a subsidiar as panificadoras. O prazo para o efeito terminou esta terça-feira (31.01). Sem decisão, as panificadoras podem agravar o preço do pão.

Mosambik Brot Verkäufer informeller Markt
Vendedor de pão em MaputoFoto: Ismael Miquidade

A medida tem como objetivo evitar o aumento do preço do pão, mas o Governo ainda não decidiu se vai manter ou não os apoios às padarias. Enquanto se aguarda uma posição, o vice-ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, dá duas alternativas ao pão à população: "se não há pão há mandioca. Se não há mandioca há batata doce. Vamos estudar tudo isso e trazer-vos uma resposta que satisfaça.”

Porém, o preço mínimo que se pratica quer na mandioca quer na batata doce é mais caro que o pão.

"A preferência é o pão porque com uns 35 meticais posso comprar cinco pães”, refere Madalena Araújo.

A última vez que se registou uma subida do preço do pão em Moçambique foi em outubro de 2015, quando o pão de 250 gramas passou de seis meticais (0,12 euros) para 7,5 meticais (0,15 euros).

Pão não pode faltar à mesa

Foto: DW/R. da Silva

Os residentes não querem aumentos no preço do pão, até porque, alegam, a vida está cada vez mais cara. Andreia Vítor nota que "para ter pão é muito difícil”.

"Se tens dois filhos ou três, tens que ter dinheiro para três pães. Mas tentamos à nossa maneira. Apelo ao nosso Governo que nos ajude, pelo menos para as coisas baixarem um pouco”, acrescenta Andreia Vítor.

Luísa Augusto, vendeora, refere que não tem qualquer informação sobre o provável aumento do preço do pão. Ainda assim, afirma que este produto não pode faltar às crianças: "Já se habituaram e quando voltam da escola tomam o chá com pão”.

Padarias sem informações sobre subsídios

As padarias não receberam ainda qualquer comunicação do Governo sobre a manutenção ou não dos subsídios, atribuídos nos últimos seis anos.

Panificadores sem informações sobre subsídiosFoto: DW/R. da Silva

Para o padeiro Atanásio Vicente se o apoio terminar o preço do pão deverá aumentar. Ainda assim, cauteloso, diz que prefere esperar pelo anúncio do Governo.

Apesar da crise financeira que o país atravessa, Atanásio Vicente mostra-se esperançado "que tudo vai correr bem”. "O Governo não nos pode aldrabar”, acrescenta.

A esta indecisão sobre o preço do pão, acresce a escassez de farinha. Segundo Vicente Massingue, da padaria House, situada no centro da capital Maputo, o setor é também afetado pela "crise de trigo”. "Às vezes ficamos uma semana sem ter o trigo.”

Subsídios desde 2010

Governo de Moçambique sem decisão sobre futuro do subsídio ao pão

This browser does not support the audio element.

Os subsídios à farinha de trigo foram introduzidos depois dos violentos tumultos, em 2010, nas cidades de Maputo e Matola, em consequência do aumento dos preços do pão.

O subsídio pago aos padeiros foi inicialmente de quatro euros por cada saco de 50 quilogramas.

Entre 2010 e 2015, o Governo terá desembolsado mais de 1,7 mil milhões de meticais (mais de 35 milhões de euros) de subsídio ao preço de pão.

 

Saltar a secção Mais sobre este tema

Mais sobre este tema

Ver mais artigos