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Maputo: Governo vai subsidiar "chapas" após paralisação

4 de julho de 2022

A Federação dos Transportadores Rodoviários de Moçambique, FEMATRO, anunciou que não haverá subida da tarifa do chapa, depois de conversações com o Governo, que prometeu subsidiar os transportes nos próximos seis meses.

Terminal de transportes da Praça dos Combatentes, Maputo.Foto: Romeu da Silva/DW

Na manhã desta segunda-feira (04.07), os "chapas" paralisaram os transportes, criando caos na capital, Maputo, e na cidade da Matola. O Governo já reagiu e prometeu que não haverá subida do transporte semicoletivo de passageiros na região da grande Maputo, anunciando ainda que continuará a subsidiar os "chapas" por um período de mais seis meses.

A novidade foi avançada pelo presidente da FEMATRO, Federação dos Transportes Rodoviários de Moçambique, Castigo Nhamane, que garantiu o regresso dos chapas às ruas da grande Maputo, depois da paralisação na manhã desta segunda-feira: "Todos os meios que ficaram paralisados voltam a operar e o Estado vai assumir o remanescente que os operadores iriram ajustar. O passageiro continuará a pagar o preço atual e o Estado assumirá esse subsidio”, afirmou Nhamane, em entrevista à DW África.

Aumento do preço dos combustíveis ameaça taxistas e utentes

O presidente da agremiação disse que o desejo de aumentar a tarifa do transporte é do início deste ano e a proposta era um aumento na ordem dos sete meticais (cerca de 10 cêntimos de euro) por causa da subida dos preços dos combustíveis.

“Os sete meticais hoje já estão desajustados com mais um aumento dos preços dos combustíveis, no sábado passado", aponta Castigo Nhamane. "Entretanto, hoje não interessava falar sobre quanto ia aumentar, porque o Estado apareceu a assumir que devemos continuar a transportar com a tarifa atual - e no resto o Estado vai colocar uma almofada", explica.

Nesta segunda-feira milhares de maputenses tiveram que se deslocar a pé para os seus locais de trabalhoFoto: Romeu da Silva/DW

Paralisação dos chapas provoca caos e longas filas

Os utentes do chapa viveram esta manhã momentos de caos e de longas filas, sendo obrigados a lidar com muito tempo de espera nas paragens e terminais. Em muitos casos, e perante a falta de alternativas, os utentes tiveram que fazer muitos quilómetros a pé, para chegarem aos seus postos de trabalho.

"Estou à espera desde as 06h00 da manhã, não há transporte, não carregam", queixou-se uma cidadã aos microfones da DW África. "Não está fácil, estamos a sofrer aqui e não sabemos se vamos conseguir trabalhar ou não", afirmou outra cidadã. "O Governo devia procurar soluções para o transporte, para irmos ao serviço", pedia outra voz.

Esta manhã, os chapeiros estacionaram as suas viaturas nos terminais à espera de novas ordens das autoridades. Em conversa com a DW África, vários taxistas descreveram a situação como "insustentável".

"O preço do combustível não está a dar, está insuportável", afirmou um deles, adiantando que o litro de combustível está a 86 meticais e que "assim não compensa".

Nesta segunda-feira, o comércio esteve encerrado, nas primeiras horas, por se temer tumultos na Praça dos Combatentes vulgo "Xikeleni", onde se situa o maior terminal de transportes coletivos e semicoletivos da capital moçambicana. No mercado Grossista do Zimpeto, a norte do centro de Maputo, a polícia foi mesmo obrigada a lançar gás lacrimogénio para dispersar populares que colocaram barricadas na Estrada Nacional EN1.

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