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Governo moçambicano alerta para intenções de golpe de Estado

5 de novembro de 2024

Há uma "intenção firme e credível" de alterar a ordem constitucional em Moçambique, diz o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume. "Não há quem prepara uma marcha para a Ponta Vermelha para dar mergulho na piscina".

Protesto em Maputo contra os resultados das eleições gerais, a 2 de novembro de 2024
Manifestantes moçambicanos denunciam a "ditadura" no país e exigem mudançasFoto: Alfredo Zuniga/AFP

O ministro da Defesa Nacional de Moçambique, Cristóvão Chume, alerta que há sinais de que forças externas e internas se preparam para um golpe de Estado em Moçambique.

"Nós dissemos que é credível os atos preparatórios para a alteração do poder democraticamente instituído", disse Chume esta terça-feira (05.11), durante uma conferência de imprensa.

Segundo o governante, "não há quem ataque as Forças de Defesa e Segurança só por um simples prazer. Não há quem prepara uma marcha para a Ponta Vermelha para dar mergulho na piscina, por um puro prazer. Temos situações semelhantes no mundo que estão a ser copiadas para implementar no nosso país".

Ministro avisa: Militares vão intervir

O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou sete dias de greve e protestos, culminando com uma grande manifestação em Maputo, na próxima quinta-feira (07.11).

Cristóvão Chume: "Não há quem ataque as Forças de Defesa e Segurança só por um simples prazer"Foto: Delfim Anacleto/DW

Mondlane contesta os resultados das eleições gerais de 9 de outubro, divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que dão a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo.

O ministro da Defesa Nacional deixou um aviso para quem possa ter intenções de alterar a ordem constitucional: "Face a este escalar da situação, as Forças de Defesa e Segurança, em particular as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, têm a missão e o mandato de defender a nossa soberania e a segurança da nossa soberania."

Cristóvão Chume lembrou a guerra civil por que o país passou. "Como nação, fomos capazes de superar juntos inúmeros desafios, entre eles um conflito que durou 16 anos", realçou.

"Eis mais uma oportunidade para demonstrarmos a nossa união, reforçarmos os fatores de coesão e discutirmos o que nos divide."

Médicos protestam contra violência pós-eleitoral

Nesta terça-feira (05.11), algumas ruas dos bairros periféricos de Maputo estavam repletas de escombros; parecia que a cidade tinha sido sacudida por um terramoto. Jovens manifestantes deitaram nas ruas e avenidas pedregulhos, jogaram lixo no chão, partiram garrafas e carregaram contentores para bloquear as rodovias.

Outro cenário mostrava resquícios de um combate militar, com cápsulas de balas reais e cartuchos de gás lacrimogéneo espalhados pelo chão.

Manifestantes montaram barricadas nas ruas de MaputoFoto: Jaime Álvaro/DW

Segundo Napoleão Viola, presidente da Associação Médica de Moçambique, pelo menos 108 pessoas foram baleadas e 16 morreram durante a violência pós-eleitoral das últimas semanas. Os médicos saíram, esta terça-feira, à rua para protestar.

"Em nome de todos os profissionais de saúde, nós dizemos basta aos baleamentos, basta de violência e [peço para que] efetivamente nos possamos unir para salvar o país", apelou Napoleão Viola.

O criminalista José Capassura classifica a atuação da polícia contra os manifestantes como sendo exagerada. "Numa situação em que utilizam não só balas verdadeiras como também atiram de forma direta o gás lacrimogéneo, contrariando os protocolos de disparo de gás", denunciou.

Médicos protestam: "Não matem os moçambicanos"

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