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Moçambique: "Revisão da lei autárquica visa transparência"

Lusa
14 de abril de 2022

Governo de Moçambique propõe na Assembleia da República uma lei das autarquias que, no seu entender, assegura reforço da transparência na gestão dos recursos públicos e clarificação de competências entre os poderes.

Mosambik Parlament | Abgeordnete
O Parlamento moçambicano (foto de arquivo).Foto: DW/L. Matias

A ministra moçambicana da Administração Estatal e Função Pública, Ana Comoane, anunciou o objetivo do executivo, quando apresentava a proposta de revisão da Lei de Bases da Criação, Organização e Funcionamento das Autarquias Locais no Parlamento moçambicano.

O "reforço das medidas de boa gestão autárquica, através da promoção da transparência e publicação dos atos administrativos e de gestão da coisa pública" é um dos fins pretendidos na proposta, disse Comoane.

"Clarificação de atribuições"

O exercício visa igualmente a clarificação de atribuições e competências dos órgãos autárquicos na sua relação com outras entidades descentralizadas de nível provincial, no quadro da gestão dos serviços básicos, como saúde, educação e saneamento.

O aprofundamento dos princípios e regras orientadores da criação e extinção das autarquias locais, bem como clarificação dos procedimentos relacionados com as ausências e impedimentos dos titulares das autarquias locais enquadram-se nos objetivos do documento, acrescentou aquela governante.

"A presente proposta prende-se com a necessidade de aprofundar, aperfeiçoar e uniformizar o quadro-jurídico legal sobre matérias estruturantes de organização e funcionamento das autarquias locais, para melhor prossecução do interesse último, que é o da crescente melhoria dos serviços prestados aos munícipes", sublinhou Ana Comoane.

Confiança na aprovação do documento

Comoane mostrou confiança na aprovação do documento pela Assembleia da República, assinalando que o mesmo foi "objeto de escrutínio e enriquecimento ao nível das comissões especializadas" do parlamento.

As três bancadas do parlamento moçambicano, nomeadamente a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder e com maioria, Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, e Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro partido, pediram tempo para analisar a proposta de revisão da lei, levando ao adiamento da aprovação do mesmo, primeiro na generalidade, e depois na especialidade.