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Consumo de drogas em Nampula preocupa Governo

Sitoi Lutxeque (Nampula)
26 de junho de 2018

Governo moçambicano continua com as ações de combate às drogas, porque considera imperioso o envolvimento dos jovens nas campanhas de sensibilização no país.

Uruguay Marihuana Legalisierung
Foto: picture-alliance/AP Photo

O Dia Internacional contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas é celebrado mundialmente no dia 26 junho.

Anualmente a ONU, através do Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC) dá ênfase à Campanha Internacional de Prevenção às Drogas.

A data foi definida pela Assembleia Geral da ONU através da Resolução 42/112 de 7 de dezembro de 1987, implementando a recomendação da Conferência Internacional sobre o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, realizada em 26 de junho do mesmo ano, ocasião em que se aprovou o Plano Multidisciplinar Geral sobre Atividades Futuras de Luta contra o Abuso de Drogas.

Aumento de consumo em Nampula

Em Moçambique, a cannabis sativa, vulgo suruma, é uma das drogas mais consumidas, em paralelo com o uso excessivo do álcool principalmente na província nortenha de Nampula, na sua maioria, por jovens e adolescentes que ainda frequentam estabelecimentos escolares.De 2014 a esta parte, mais de três mil pacientes foram atendidos por consumo abusivo do álcool nos serviços de Psiquiatria e Saúde mental e 79 pessoas já foram detidas por tráfico e consumo de drogas na província de Nampula.

Sede da diireção do Combate e Prevenção a Droga - NampulaFoto: DW/S. Lutxeque

A situação está a preocupar, também, os jovens que apontam o desemprego como uma das consequências para o aumento deste fenómeno. O Governo mostra-se igualmente aflito, porque diz que muitos jovens estão a perder-se na droga e, como resposta, não cessa de lançar campanhas de sensibilização para travar o problema.

Um cidadão que apenas quis identificar-se por Domingos diz ser desempregado e confessou à DW- África ser consumidor de álcool. Mas pare ele, que conhece muitas outras pessoas também consumidores de álcool, o desemprego pode não ser a principal causa.

"Há outras pessoas que bebem por não terem emprego e outras simplesmente pelo prazer de consumir álcool. Outras não querem estudar, mas é verdade que encontrar um emprego está difícil", disse.

Consumo de álcool também aumentaNa verdade, nos últimos anos o consumo do álcool em Nampula "excedeu os limites", como dizem os especialistas e que dão como exemplo o consumo nas escolas. Mas há também alunos que, para além do álcool, consomem drogas, afirma Isac António, estudante da décima classe na Secundária de Nampula.

Foto: picture-alliance/dpa

"Há alunos que também bebem durante o período das aulas. Ontem (25.06), por exemplo, muitos colegas estavam a beber na  [na festa da independência do país] e convidaram-me para fazer o mesmo. Como não aceitei o convite, chamaram-me nomes, simplesmente por ter recusado consumir álcool", lamentou.

Governo está preocupado

As autoridades governamentais assumem que a situação ligada ao consumo de álcool e drogas na província de Nampula é preocupante, e, segundo Germano Joaquim, diretor do Gabinete Provincial de Combate à Droga, já estiveram em tratamento 3362 cidadãos de 2014 até o presente ano, precisamente devido a problemas de perturbações mentais e de comportamento provocados pelo consumo de álcool e drogas."Para podermos reduzir esta tendência dos jovens enveredarem por este caminho, recomendamos, sempre, aos pais e encarregados de educação que devem colaborar no sentido de não permitir que os seus educandos caiam no mundo da droga e que os estudantes não levem para as escolas bebidas alcoólicas. O que principalmente nos preocupa são aqueles jovens que, praticamente com a formação académica concluída, enveredam pela via do consumo da droga e do álcool", disse.

Governo preocupado com drogas em Nampula

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Para o porta-voz da polícia de Nampula, Zacarias Nacute, o consumo excessivo de álcool tem sido um dos métodos usados pelos malfeitores para a prática de diversas ações criminais na província mais populosa do país.

"O álcool é um dos catalisadores para algumas situações negativas que têm ocorrido aqui na província, porque em muitos desses casos registados na calada da noite, a polícia chegou à conclusão que os seus autores estavam sob efeito de álcool, para se calhar ganharem coragem na prática dos delitos", disse.

Balanço em 2017As autoridades moçambicanas apreenderam 7,6 milhões de quilos de cannabis e 21 mil quilos de cocaína durante o ano transato, números que justificam "maior atenção à prevenção e combate ao tráfico de drogas", declarou a porta-voz do Governo moçambicano, Ana Comona, falando recentemente à imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, em Maputo.

Trecho da cidade de NampulaFoto: DW/J. Beck

Da quantidade de cannabis apreendida, 73% é proveniente da província da Zambézia, centro de Moçambique, enquanto a cocaína foi apreendida sobretudo no Aeroporto Internacional de Maputo, considerado um dos principais pontos de trânsito de tráfico de drogas no país. A faixa etária entre os 21 e 30 anos é apontada no relatório como a que mais consome drogas, sendo a preferida.

A porta-voz do Governo moçambicano referiu que o executivo vai continuar com as ações de combate às drogas, considerando imperioso o envolvimento dos jovens nas campanhas de sensibilização desenvolvidas no país. "Vamos reforçar a capacidade do Governo e as medidas de vigilância, tanto na componente de prevenção quanto na componente de combate", reiterou Ana Comona.

 

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