"Grande número de vítimas civis" em novo ataque no Mali
AFP | mjp
1 de julho de 2018
Explosão de uma bomba este domingo (01.07), em Gao, visava patrulha francesa. Ataque tem lugar numa altura em que decorre a cimeira da União Africana na Mauritânia, com destaque para os conflitos regionais.
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É o terceiro ataque no espaço de alguns dias no Mali: desta vez, o alvo foi uma patrulha de soldados franceses em Gao, no nordeste do país. Segundo o Exército francês, não há vítimas mortais entre os soldados, mas a explosão de uma bomba junto a um veículo militar na localidade de Bourem vitimou "um grande número de civis".
"Houve uma explosão de origem desconhecida e há um grande número de vítimas civis, incluindo crianças", disse o porta-voz do Exército, o coronel Patrik Steiger, à agência de notícias France Presse (AFP).
"Os soldados da operação Barkhane [a operação francesa na região] que estavam no local regressaram à base de Gao", acrescentou. Ainda não é claro o número de vítimas mortais e feridos.
"Os militares franceses da operação Barkhane caíram numa emboscada montada por terroristas, à saída para a cidade de Bourem", confirmaram várias fontes, enquanto uma habitante local disse que um carro-bomba visou uma patrulha de soldados da operação.
"Um blindado barrou a via e o veículo conduzido por um suicida fez-se explodir", disse Fatouma Wangara, que testemunhou voos de helicópteros franceses em Gao.
Segundo uma fonte hospitalar em Gao, "pelo menos dois civis morreram e dez ficaram feridos".
Na sexta-feira, um ataque suicida reivindicado por um grupo ligado à Al-Qaeda contra o quartel-general da força multinacional do G5 Sahel no Mali levantou dúvidas quanto à capacidade da força militar de travar os grupos extremistas islâmicos na região e expôs a frágil situação de segurança no país.
No sábado, quatro soldados malianos foram mortos quando o veículo em que seguiam atingiu uma mina terrestre na região de Mopti, no centro do país.
A escalada de violência está a preocupar as autoridades, numa altura em que o Mali se prepara para ir às urnas, a 29 de julho, para eleger um novo Presidente. O Presidente cessantem Ibrahim Boubacar Keita, enfrenta mais de uma dezena de candidatos.
A instabilidade instalou-se no Mali em 2012, com a insurgência tuaregue, aproveitada pelos extremistas islâmicos para controlar cidades-chave no norte do país. Estes grupos foram expulsos pela operação militar liderada por França, em 2013, mas grandes áreas do país continuam fora do controlo das forças malianas e internacionais, que são frequentemente alvo de ataques.
Estado Islâmico destrói Património Mundial
Palmira foi em tempos uma cidade próspera no meio do deserto. Mas a ira dos extremistas do Estado Islâmico deixou-a em ruínas. Outros patrimónios da humanidade tiveram um destino parecido: por exemplo Tombuctu, no Mali.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Antes e depois dos radicais
Resta pouco da antiga cidade-oásis de Palmira, Património da Humanidade: as termas, as avenidas de colunas e os templos majestosos foram destruídos. Em 2015, os extremistas do Estado Islâmico deitaram abaixo o templo de Baal. O fotógrafo libanês Joseph Eid mostra uma fotografia de 2014 em frente às ruínas - as imagens de Eid estão em exposição no Museu Kestner, em Hanover, no norte da Alemanha.
Foto: Getty Images/AFP/J. Eid
Destroços por todo o lado
Outras zonas de Palmira também foram destruídas pelos radicais do Estado Islâmico, que saquearam a cidade. Estas fotografias foram tiradas em março de 2016. Por enquanto, ainda não se fala em reconstruir Palmira.
Foto: picture-alliance/dpa/V. Sharifulin
Militares protegem Palmira
As tropas governamentais sírias reconquistaram Palmira. E, diariamente, desde março de 2017, militares patrulham as ruínas da cidade contra novos ataques dos radicais do Estado Islâmico. A imagem mostra os destroços do antigo Arco do Triunfo, que foi destruído quase por completo.
Foto: REUTERS/O. Sanadiki
Tombuctu, no Mali
Estes minaretes de argila, típicos do Mali, foram destruídos pelos extremistas do Estado Islâmico em 2012. Entretanto, foram reconstruídos à imagem dos antigos edifícios históricos. O Tribunal Penal Internacional, em Haia, instaurou um processo contra um extremista devido à destruição do Património Mundial.
Foto: picture-alliance/dpa/E.Schneider
Mar Elian, na Síria
O antigo mosteiro de Mar Elian, construído por cristãos a sudeste da cidade de Homs, foi em tempos um edifício magnífico, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade. Mas militantes do Estado Islâmico também destruíram o mosteiro.
Foto: picture-alliance/dpa/Islamischer Staat
Destruição e propaganda
Não é possível verificar integralmente a autenticidade desta cena. Esta é uma imagem retirada de um vídeo propagandístico do Estado Islâmico, que mostra alegadamente os muros do mosteiro de Mar Elian a serem destruídos por bulldozers. Entretanto, militares sírios reconquistaram a cidade de al-Qaryatain e o mosteiro deverá ser reconstruído.
Foto: picture-alliance/dpa
Hatra, no Iraque
No início de 2015, extremistas do Estado Islâmico também destruíram algumas zonas da antiga cidade de Hatra, ex-capital do primeiro reino árabe - a fotografia mostra a cidade antes do ataque. Também foram destruídas estátuas milenares da época dos assírios em Mosul, no norte do Iraque, e na antiga cidade de Nínive. A cidade histórica de Nimrud terá sido demolida com bulldozers.
Foto: picture-alliance/N. Tondini/Robert Harding
Bamiyan-Tal, destruída pelos talibãs
Em 2001, os talibãs, do Afeganistão, destruíram estátuas do Buda de Bamiyan, que foram esculpidas em arenito vermelho no século VI. Só ficaram as covas onde elas estavam. Agora, as estátuas de 50 metros estão a ser reconstruídas com impressoras 3D.