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Greve de taxistas em Luanda: agressões, destruição e prisões

Pedro Borralho Ndomba (Luanda)5 de outubro de 2015

Vários indivíduos foram detidos pela Polícia Nacional de Angola na sequência de uma greve de taxistas iniciada durante a manhã desta segunda-feira (05.10), em Luanda, e que resultou em agressões e destruição de viaturas.

Foto: DW/P. B. Ndomba

Os taxistas em Luanda decretaram na manhã desta segunda-feira (05.10), uma greve que visa por um lado, chamar a atenção das autoridades para a falta de paragens para os passageiros e por outro, denunciar os atos de corrupção por parte de alguns agentes da polícia nacional. A ação dos taxistas, afetou milhares de luandenses que usam diariamente estes serviços.

A atitude que surpreendeu a sociedade, teve o início nas primeiras horas do dia. Vários taxistas recusaram-se em transportar os passageiros que esperavam pelos seus serviços em diferentes zonas de Luanda.

Muitos dos taxistas que tentaram trabalhar, viram as viaturas vandalizadas pelos próprios colegas que montavam barreiras no meio das estradas, com pneus em chamas.

Luanda parou

No entanto, as paragens de táxis estavam cheias de pessoas que esperavam os "Azuis e branco".

Vários cidadãos tiveram que andar à pé, muitos chegaram atrasados nos locais de trabalho, enquanto outros preferiram regressar para as suas casa devido a situação.

Em declarações à DW África, alguns taxistas alegaram que a greve visa protestar contra a falta de locais definidos para o carregamento de passageiros que foram bloqueados pela Policia Nacional sem que fosse dada qualquer explicação.

"Estamos em greve porque não temos espaços para carregar e descarregar os passageiros. Quando utilizamos estes locais proibidos, somos perseguidos pelos policias", explicou Domingos Cassua que trabalha há 15 anos como candongueiro.

"Nós só queremos paragens para continuarmos a exercer o nosso trabalho" disse um outro taxistas identificado apenas por Olha Hora.

Polícia corrupta acusam os taxistas

Segundos os taxistas, as zonas dos congolenses, Cuca, Cacuaco, São Paulo, Viana e Benfica são áreas onde encontram dificuldades para exercerem o trabalho. E também acusam os agentes reguladores de transito de estarem a extorqui-los muito dinheiro.Por sua vez o presidente da Associação dos Taxistas de Luanda (ATL), Manuel Faustino, disse que a greve não foi convocada pela sua organização, mas reconhece as dificuldades que os seus membros enfrentam todos os dias. Por isso apelou aos taxistas para não praticarem atos de vandalismo.

"Nós também somos agentes económicos como os outros, por isso merecemos respeito. Mas isso não implica que tenhamos um comportamento de arruaceiro. Vamos discutir e reivindicar os nossos direitos legalmente", disse Manuel Faustino.

Taxistas numa artéria de Luanda, capital de AngolaFoto: DW/P. B. Ndomba

Quando termina a greve?

Durante a semana, os taxistas vão encontrar formas para reunir com o Governo da província e discutir o problema.

O presidente da ATL diz que vários taxistas foram detidos. Dados também confirmados pelo porta-voz da Policia de Luanda que em declarações ao portal Rede Angola, não revelou o número de candongueiros que estão sob custódia da polícia.

"Vários dos nossos colegas foram detidos em diferentes zonas de Luanda. Vamos procurar saber qual será o destino destes colegas detidos".

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