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PolíticaBrasil

Grupo dos BRICS vai passar a integrar mais seis países

Lusa
24 de agosto de 2023

O grupo de economias emergentes BRICS, anunciou hoje a entrada de Argentina, Egito, Etiópia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos no bloco, numa expansão histórica.

15th BRICS Gipfel in Südafrika
Foto: BRICS/Handout/AA/picture alliance

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, anunciou hoje a entrada de Argentina, Egito, Etiópia, Irão, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos no grupo de economias emergentes BRICS (formado por Brasíl, Rússia, Índia, China e África do Sul). 

"Decidimos convidar a República da Argentina, a República Árabe do Egito, a República Federal da Etiópia, a República Islâmica do Irão, o Reino da Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, para serem membros de pleno direito, efetivo a partir de 1 de janeiro de 2024", anunciou. 

O líder sul-africano falava em conferência de imprensa conjunta, em Sandton, sobre o resultado das deliberações da 15.ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo do BRICS, hoje terminada, em Joanesburgo, na África do Sul.

Na sua intervenção, o Presidente Ramaphosa disse que os líderes dos BRICS adotaram a declaração "Joanesburgo II" da 15.ª Cimeira dos BRICS e consideroou que a cúpula "foi uma plataforma para várias organizações e organismos apresentarem as suas ideias para o crescimento e desenvolvimento nos países do BRICS, isto inclui 1.500 líderes empresariais e formações de jovens". 

Nesse sentido, o chefe de Estado sul-africano reiterou que "os países do BRICS estão aptos para enfrentar a reforma dos sistemas financeiros globais". 

"A questão dos instrumentos de pagamento em moeda local nas trocas comerciais entre os países membros será tratada pelos governadores dos bancos centrais dos países do BRICS", avançou. 

Ramaphosa adiantou que o bloco "deliberou sobre o comércio de moeda local e sistemas de pagamento alternativos", sem avançar detalhes. 

Maiores produtores de petróleo do mundo

Com a entrada da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irão, o bloco de economias emergentes passa também a contar com seis dos nove maiores produtores de petróleo do mundo, juntamente com Rússia, China e Brasil. 

A Arábia Saudita é o segundo maior produtor de petróleo do mundo, depois dos Estados Unidos, com uma produção média diária estimada em 11 milhões de barris e 17% das reservas mundiais, segundo dados divulgados em julho por operadores ligados ao setor. 

O bloco representa atualmente mais de 42% da produção mundial e deve mudar a economia global até 2030, sendo os maiores parceiros comerciais de África. 

Nos últimos dois dias, chefes de Estado de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul estiveram envolvidos em conversações sobre vários temas, incluindo o reforço da cooperação de segurança, energética, comercial, económica e social. 

Brasil, Índia e África do Sul estiveram representados pelos respetivos chefes de Estado na cimeira dos BRICS, que decorreu entre 22 e 24 de agosto.  

A Rússia, que também integra o bloco, esteve representada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov. 
Cerca de 1.500 líderes empresariais de vários países participaram no Fórum empresarial do bloco, segundo o Presidente sul-africano. 

Próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS será realizada em outubro de 2024Foto: DW

Próxima cimeira

O Presidente russo, Vladimir Putinanunciou, ontem (23.08), por videoconferência, que a próxima cimeira de chefes de Estado e de Governo dos BRICS será realizada em outubro de 2024, na cidade de Kazan, na Rússia.

Putin cancelou a sua deslocação à África do Sul por receio de ser detido na sequência do mandado de detenção emitido pelo Tribunal Penal Internacional por alegados crimes de guerra na Ucrânia.

A primeira Cimeira dos BRIC ocorreu em Yekateringburg, na Rússia, em junho de 2009, onde os líderes eleitos dos quatro países declararam formalmente a adesão ao bloco económico dos BRIC. A África do Sul foi convidada a ingressar no bloco em dezembro de 2010, tendo a sigla sido alterada para BRICS.

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