1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW
ConflitosIsrael

Guerra Israel-Hamas: Israel responde a ataque do Hezbollah

sq | com agências
5 de dezembro de 2023

Conflito se intensifica na fronteira Israel-Líbano: Israel ataca posições do Hezbollah no Líbano. Enquanto isso, exército intensifica operações no sul de Gaza e ONU teme cenário "mais infernal".

Líbano
De acordo com o exército, a força aérea israelita voltou a atacar alvos da milícia xiita Hezbollah no vizinho Líbano. Foto: Hussein Malla/AP Photo/dpa/picture alliance

Os militares israelitas realizaram um novo ataque contra posições da milícia do Hezbollah no sul do Líbano. O ataque foi em resposta a um bombardeamento que, segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI), teve origem do lado libanês da fronteira.

Na terça-feira (05.12), a FDI anunciou que seus caças "atingiram postos de lançamento do Hezbollah, infraestruturas terroristas e um complexo militar" em resposta a "lançamentos do Líbano para Israel" na segunda-feira.

"Além disso, em resposta a um lançamento do Líbano para a área de Zar'it, no norte de Israel, as Forças de Defesa de Israel atingiram as fontes do fogo", acrescentou. "A fim de eliminar uma ameaça, as FDI atingiram alguns outros locais em território libanês".

Ataque no sul de Gaza

O exército israelita intensificou hoje (05.12) as operações contra o grupo islamita Hamas no sul de Gaza, onde testemunhas relataram violentos combates, fazendo temer um "cenário ainda mais infernal" para os civis, segundo a ONU. 
Empenhado desde 27 de outubro numa ofensiva terrestre no norte do território palestiniano sitiado, o exército israelita alargou as operações terrestres a toda a Faixa de Gaza, quase dois meses após o início da guerra desencadeada por um ataque do Hamas contra Israel. 
Desde o recomeço dos combates, a 01 de dezembro, após uma trégua de sete dias, o exército israelita tem vindo a bombardear intensamente o sul de Gaza, matando e ferindo muitos dos habitantes da região e civis que aí se refugiaram, encurralados numa zona cada vez mais restrita. 

Testemunhas relataram à agência de notícias France-Presse (AFP) violentos combates desde segunda-feira à noite perto de Khan Younis, o novo epicentro das tensões, e ataques aéreos em direção a Rafah, no extremo sul do território. 
A agência de notícias palestiniana Wafa deu conta também de vários mortos num ataque na cidade de Gaza, mais a norte. Também esta madrugada, o braço armado do Hamas anunciou que tinha disparado foguetes contra Beersheva, uma grande cidade israelita no deserto do Negev. 

Deslocação forçada de palestinianos em Gaza.Foto: Mustafa Hassona/AA/picture alliance

ONU teme cenário "mais infernal"

As organizações internacionais alertaram para os riscos que correm os civis em Gaza, onde "todos os serviços de telecomunicações" estão paralisados, devido a "um corte nas principais redes de fibra do lado israelita", segundo o grupo palestiniano de telecomunicações Paltel. 
"Está prestes a desenrolar-se um cenário ainda mais infernal, ao qual as operações humanitárias poderão não conseguir dar resposta", afirmou a coordenadora humanitária da ONU para os Territórios Palestinianos, a canadiana Lynn Hastings. 
A presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Mirjana Spoljaric, que chegou à Faixa de Gaza na segunda-feira, condenou o sofrimento "intolerável" da população. 
"O que mais me chocou foram as crianças que têm ferimentos horríveis e que também perderam os pais e não têm ninguém para cuidar delas", acrescentou, sublinhando que os civis "não têm para onde ir". 
De acordo com a ONU, 1,8 milhões de pessoas, cerca de três quartos da população total de Gaza, já foram deslocadas pela guerra.  
"Vimos o que aconteceu no norte de Gaza. Isto não pode servir de modelo para o sul", acrescentou o diretor regional da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ahmed Al-Mandhari. 
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou na segunda-feira que tinha recebido uma notificação do exército israelita a instruir a organização para "retirar" os seus fornecimentos de um armazém médico no sul da Faixa de Gaza no prazo de 24 horas, "uma vez que as operações no terreno o vão tornar inutilizável". 
Mas o organismo de defesa israelita que supervisiona as atividades civis nos Territórios Palestinianos negou que tenha pedido à OMS para evacuar o armazém no sul de Gaza. 
No entanto, o exército israelita pediu às organizações humanitárias internacionais apoio para "ajudar a criar infraestruturas" em Al-Mawasi, uma zona costeira no sul da Faixa de Gaza, entre Khan Younis e Rafah, para onde Israel está a pedir aos civis que se retirem. 
 

Refugiados palestinianos em RafahFoto: Fatima Shbair/AP Photo/picture alliance

Japão apela a nova pausa humanitária 

O Governo japonês fez um apelo a Israel e ao Hamas para negociarem um novo cessar-fogo, buscando uma pausa humanitária que permita a entrada de ajuda na Faixa de Gaza. O porta-voz do Governo, Hirokazu Matsuno, manifestou a preocupação do Japão com o agravamento da situação, que descreveu como "crítica, especialmente do ponto de vista humanitário".

"O Japão continua a envidar esforços diplomáticos junto dos países relacionados e das organizações internacionais para exigir o respeito pela lei e pela resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com o objetivo de tomar medidas concretas para melhorar a situação humanitária e libertar imediatamente os reféns", afirmou.

Para Matsuno, é "necessário" que todas as partes envolvidas tomem medidas para evitar vítimas civis. O Japão, atual presidente rotativo do Grupo dos Sete (G7), tem apelado a este cessar-fogo juntamente com outros países do G7.

Helicóptero militar israelita | Foguetes sobre a fronteira entre Gaza e IsraelFoto: Ohad Zwigenberg/AP Photo/picture alliance

Principais acontecimentos de segunda-feira

No decorrer da segunda-feira, o exército israelita renovou os apelos a evacuações em massa em torno da cidade de Khan Younis, no sul de Gaza. Funcionários da ONU e pessoas no terreno enfrentaram dificuldades devido ao acesso irregular à Internet e à eletricidade, tornando desafiador o cumprimento das instruções de evacuação.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) revelou que quase 1,9 milhões de pessoas em Gaza foram deslocadas desde 7 de outubro, representando mais de 80% da população do território. A presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, e a coordenadora humanitária da ONU para os territórios palestinianos, Lynn Hastings, apelaram a uma "solução política" para pôr termo aos combates em Gaza.

O julgamento por corrupção do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu também foi retomado na segunda-feira, após um hiato provocado pela guerra com os militantes do Hamas em Gaza.

Médio Oriente: Trégua renovada, mas sem paz à vista

03:39

This browser does not support the video element.