Guerra na Ucrânia: Rússia intensifica ataques
21 de outubro de 2022Na manhã desta sexta-feira (21.10), várias bombas, lançadas pelas forças russas, atingiram várias cidades ucranianas, entre as quais Kharkiv e Zaporíjia. Em Kharkiv, pelo menos seis pessoas ficaram feridas "no ataque russo a uma infraestrutura industrial", escreveu o governador regional Oleh Sinegubov no Telegram.
As forças pró-russas, por sua vez, acusam a Ucrânia de ter morto quatro civis na sequência do bombardeamento da ponte Antonovsky, em Kherson, cidade do leste da Ucrânia, anexada pela Federação Russa. Perante a contraofensiva ucraniana na zona, civis começaram a ser retirados da região.
Barragem no rio Dnieper minada pelos russos?
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse na quinta-feira à noite no seu discurso diário, nas redes sociais, que as forças russas minaram uma barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, situada numa zona no sul do país controlada pelos russos.
"Seria uma catástrofe monumental se a barragem ruísse", adiantou Volodymyr Zelensky.
A barragem no rio Dnieper encontra-se numa zona controlada pelas forças russas, muito perto da região onde se encontram as forças ucranianas que tentam reconquistar o território.
Peritos militares iranianos na Crimeia?
Depois dos Estados Unidos da América e da União Europeia terem denunciado o uso, por parte das forças russas, de "drones kamikaze" de fabrico iraniano contra Kiev e outras cidades ucranianas, a administração norte-americana disse esta sexta-feira que também há peritos iranianos no terreno, mais precisamente na Crimeia - a península ucraniana anexada pela Rússia em 2014 - para prestarem apoio técnico e ajudarem os russos a operarem os "drones kamikaze".
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, não adiantou o número de peritos iranianos que se encontram no terreno, mas salientou que - mesmo sendo um número reduzido - "o Irão está agora diretamente envolvido nesta guerra", através da presença de agentes militares e do fornecimento de "armamento que põe em causa a segurança de civis ucranianos".
Teerão aconselhou, entretanto, os seus cidadãos com residência na Ucrânia a abandonarem o país para a sua própria segurança. Advertiu também os cidadãos iranianos a evitar viagens à Ucrânia.
UE vai desbloquear 18 mil milhões de euros para a Ucrânia
Em Bruxelas, a União Europeia (UE) voltou a emitir sinais inequívocos de que continua ao lado do Governo da Ucrânia, anunciando que continuará a financiar o país sob ataque das forças da Rússia.
"É muito importante para a Ucrânia ter um fluxo de receitas previsível e estável", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, após uma cimeira da União Europeia, esta sexta-feira em Bruxelas.
A Ucrânia precisará de três a quatro mil milhões de euros por mês para cobrir as suas necessidades básicas. O montante deverá ser financiada pelo UE, pelos EUA e pelas instituições financeiras, disse ainda von der Leyen.
"É por isso que, ao longo do próximo ano, vamos transferir para Kiev cerca de 1,5 mil milhões por mês", anunciou a presidente da Comissão Europeia.