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Guiné-Bissau vive momentos de calmia com muita expetativa

Iancuba Dansó (Bissau)
25 de novembro de 2019

Um dia depois das eleições presidenciais a Guiné-Bissau aguarda divulgação dos resultados de um processo considerado transparente pelos observadores internacionais. Resultados deverão ser publicados quarta-feira (27.11)

Célula de Monitorização Eleitoral da Sociedade Civil da Guiné-Bissau Foto: DW/B. Darame

Depois de um dia de votação, esta segunda-feira, (25.11) a Guiné-Bissau viveu uma acalmia total, embora haja muita expetativa à volta da divulgação dos resultados eleitorais.

Os candidatos e os partidos políticos mantém-se em silêncio, depois da Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter pedido que se aguarde pela publicação dos resultados, prevista para esta quarta feira (27.11).

No domingo este órgão pediu aos candidatos e aos órgãos de comunicação social para que se abstivessem de divulgar quaisquer resultados, tendo a Secretária Executiva da entidade, Felisberta Moura Vaz, salientado que a CNE é a única entidade competente para divulgar os resultados.

"Apelar à comunidade nacional e internacional, em particular as candidaturas concorrentes, órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros, a absterem-se de veicular informações conducentes aos resultados eleitorais, esta competência insere-se exclusivamente à CNE”, referiu Moura Vaz.

Pleito considerado transparente pelos observadores eleitoraisFoto: DW/B. Darame

Apelos à calma

O gabinete Nacional da Campanha de Umaro Sissoco Embaló, candidato apoiado pelo Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15) emitiu uma nota à imprensa, na qual garante que, "de acordo com os dados que recolheu em todas as mesas de voto, no país e na diáspora, nenhum candidato vai conseguir mais de 50% dos votos”, supondo desta forma que haverá uma segunda volta.

E esta segunda-feira, os líderes religiosos da Guiné-Bissau apelaram à calma e pediram respeito pelos resultados a serem divulgados pela Comissão Nacional de Eleições.

O Presidente da União Nacional de Imãs da Guiné-Bissau congratulou-se ainda com a forma como decorreu a campanha eleitoral.

"Esperamos com toda a tranquilidade o que dirão os resultados das urnas, para nos conformarmos. Agradecemos aos nossos [candidatos] pela forma como decorreu a campanha até nesta fase e esperamos que sejam também pessoas que vão se conformar com os resultados que serão divulgados”. 

Observadores eleitorais da CPLP na Guiné-BissauFoto: DW/B. Darame

Melhorar a imagem externa do país

Paralelamente à divulgação dos resultados eleitorais, a preocupação dos guineenses reside na imagem do país, que foi mal falada nos últimos anos.

Nesta linha, independentemente de quem ganhar as eleições, o importante para o analista político Rui Landim é a Guiné-Bissau afirmar-se no plano internacional, com respeito, diferentemente dos últimos cinco anos.

"Tem que ser uma Guiné-Bissau unida, que possa afirmar no plano internacional, com respeito e muita respeitabilidade, e não como nos últimos cinco anos, com uma imagem degradada e nos últimos lugares dos países desenvolvidos”, anotou Rui Landim.

As sedes dos partidos e das candidaturas continuaram em silêncio, apesar de em alguns casos haver apoiantes que se mostram confiantes na vitória dos seus candidatos.

Mais de uma centena de observadores internacionais estiveram atentos ao processo de votação em diferentes pontos do país e não hesitaram, mesmo no dia do escrutínio, num balanço preliminar, em considerar que o processo foi transparente.

Observaram as eleições presidenciais guineenses, a União Africana (UA), a Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e os Estados Unidos de América (EUA).

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