Ala MADEM-G15 leal a Braima Camará adia congresso
7 de setembro de 2024De acordo com a fonte do secretariado do MADEM-G15, o adiamento do congresso, que deveria decorrer em Bissau, entre sábado e domingo, deveu-se “à situação interna do partido”.
“A direção superior do partido achou por bem não realizar o nosso primeiro congresso neste momento, prepará-lo para ser realizado dentro de pouco tempo”, afirmou a mesma fonte.
Questionado sobre se o adiamento do congresso se ficou a dever à anotação pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ao congresso extraordinário da outra ala de militantes do MADEM-G15, a fonte disse que “sim e não”.
Na terça-feira, o presidente do STJ, juiz Lima André, emitiu um despacho na qual reconhecia um congresso extraordinário realizado no dia 17 de agosto passado, por um grupo de militantes do MADEM G-15 e no qual foi eleita a veterana Satu Camará, de 76 anos, coordenadora do partido.
A ala de Braima Camará considerou que se tratou de “um golpe” por parte do grupo de Satu Camará, que, disse, decidiram realizar o “dito congresso” à margem dos estatutos do MADEM-G15.
A fonte do secretariado ligado à Braima Camará defendeu que, “por um lado” o adiamento “é por causa da confusão criada pelo Supremo” e por outro “é para preparar melhor” o congresso extraordinário que admitiu poderá ter lugar dentro de 15 dias.
O MADEM-G15, criado em 2018 por dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), dividiu-se em dois grupos de militantes.
Um grupo, liderado por Satu Camará, posicionou-se ao lado do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, a quem promete apoiar para um segundo mandato, e outro leal à Braima Camará.
Camará se incompatibilizou com Sissoco Embalo a partir do momento em que afirmou que não o apoia para um segundo mandato enquanto este não se dirigir aos órgãos internos do MADEM-G15.