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Guiné-Bissau: Qual é o balanço do novo Governo guineense?

Iancuba Dansó (Bissau)
13 de novembro de 2023

Completam-se hoje três meses do novo Governo guineense liderado por Geraldo Martins. Segundo o jornalista Sabino Santos, apesar de algumas medidas positivas, "falta ao Executivo autoridade" para controlar o país.

Guinea Bissau Alltag Straßenszene
Foto: Iancuba Dansó/DW

Três meses depois da entrada em funções do novo Governo da Guiné-Bissau, vários cidadãos ouvidos pela DW África na capital fazem um balan­ço positivo. 

Geraldo Martins, da coligação PAI - Terra Ranka, Foto: privat

O Executivo liderado por Geraldo Martins, da coligação PAI - Terra Ranka, começou a tempo o ano letivo 2023/2024 e baixou o preço dos produtos de bens essenciais no mercado.

É por isso que os guineenses se mostram satisfeitos. "Nós vemos o desempenho do Governo em relação à redução do preço dos produtos da primeira necessidade, que é uma mais-valia para a população, porque vai facilitar a sua vida", disse um funcionário público.

Outros projetos

Um professor destaca outros projetos importantes do Governo: "vê-se que está interessado em pôr a iluminação em todos os pontos do país e viu-se recentemente grupos de geradores a serem levados para Bubaque (nas Ilhas), Bafatá e Gabú [no leste do país]". 

A redução do preço do arroz, do pão e do peixe enquadram-se no programa de urgência do Executivo, traçado para os primeiros cem dias de governação. 

O analista político Rui Landim também dá nota positiva ao Executivo nos primeiros três meses de mandato. Sublinha, no entanto, a existência de "forças de bloqueio" que estarão a dificultar a ação do Executivo. "A ação do Governo ainda é objeto de entraves e perturbações. Nós vimos aqui o caso do pão".

Os padeiros e o Governo da Guiné-Bissau desacordaram quanto ao preço do pão no paísFoto: Iancuba Dansó/DW

"Braço-de-ferro"

Há um mês, houve um braço-de-ferro entre o Governo e os padeiros, que contestavam a descida do preço do pão. O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, colocou-se do lado dos padeiros. O diferendo levou à escassez do produto.

"E vimos agora a recente invasão do Supremo Tribunal de Justiça e tudo. Quer dizer, são forças do mal e forças de bloqueio. Mas em três meses, fazer isto que o Governo está a fazer, é um trabalho hercúleo."

Recentemente, várias vozes criticaram o Governo pela alegada passividade em relação à invasão, por homens armados, do Supremo Tribunal de Justiça. O Governo só se pronunciou sobre o assunto quase uma semana depois do sucedido. 

O jornalista guineense Sabino SantosFoto: Privat

Ainda assim, o jornalista Sabino Santos elogia a atuação do Executivo até aqui.

Melhor controlo do Governo

"Mas há a necessidade de um controlo melhor do Governo sobre o país, é algo que não tem neste momento. Basta falar da questão do Supremo Tribunal de Justiça e a polémica que se deu na redução dos preços dos produtos de primeira necessidade, para provar que falta ao Governo autoridade para controlar o país" diz o jornalista.

O analista político Rui LandimFoto: Iancuba Dansó/DW

O analista Rui Landim aponta outras falhas no Executivo. "Claro que há algumas falhas que devem ser corrigidas, as nomeações [na administração pública] que não batem com aquilo que é o perfil necessário, mas isto são coisas que passam. Nós estamos sob o domínio de arranjos políticos que devem ser feitos e são custos que se deve pagar para a estabilidade".

Fazem parte do Governo, para além dos cinco partidos da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva, liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Partido da Renovação Social (PRS) e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG). 

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