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Guiné-Bissau: caminho acidentado até às presidenciais

21 de fevereiro de 2012

A Guiné-Bissau vai escolher o próximo Presidente a 18 de março, depois da morte do anterior Presidente Malam Bacai Sanhá, vítima de doença. Mas até lá as autoridades guineenses terão muitos obstáculos pelo caminho.

A Guiné-Bissau vai realizar eleições presidenciais a 18 de março, mas as dificuldades em organizá-las são muitas
A Guiné-Bissau vai realizar eleições presidenciais a 18 de março, mas as dificuldades em organizá-las são muitasFoto: picture-alliance/dpa

Exemplo das dificuldades que o país enfrenta são os confrontos da segunda-feira entre polícias e militares. O governo guineense e a chefia militar minimizaram esses confrontos, que tiveram lugar frente à Comissão Nacional de Eleições (CNE), em Bissau, classificando-os de "um incidente".

Milhares de jovens não vão poder votar

Um grupo de jovens seguiu Ibraima Jaló, candidato a Presidente da República pelo CNA (Congresso Nacional Africano), à CNE, exigindo votar nas eleições, provocando desacatos na rua. Os jovens que se manifestaram afirmavam que pertenciam ao movimento "No misti vota" (nós queremos votar), e protestavam por não poderem votar, visto que as eleições presidenciais foram antecipadas e a CNE alegou que não tem tempo para fazer um novo recenseamento.

A Polícia de Ordem Pública (POP) foi chamada a intervir, dispersando os manifestantes com gás lacrimogéneo, mas pouco depois chegou um primeiro grupo de militares, que insultou e espancou alguns polícias.

CNE queixa-se de falta de dinheiro para preparar o escrutínio

Várias personalidades ligadas à CNE manifestaram repetidamente o seu descontentamento face à falta de meios para realizar as próximas eleições. Também o Primeiro Ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, já viajou a Portugal, onde pediu apoio financeiro para a realização das eleições presidenciais de março. Raimundo Pereira, presidente interino da Guiné-Bissau, também tentou sensibilizar os seus homólogos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para a situação da Guiné-Bissau" e conseguiu apoio por parte da Nigéria e da organização regional que contribuíram com três milhões de dólares para a realização das eleições presidências.


União Europeia envia missão de peritos eleitorais

Raimundo Pereira, Presidente interino da Guiné-Bissau, pediu ajuda à CEDEAOFoto: picture-alliance/dpa


A missão "já está em preparação e chegará em breve ao país", informou a delegação da União Europeia. O objetivo da missão da UE é avaliar as eleições.
O envio desta missão de peritos surge no seguimento de um pedido nesse sentido feito pela CNE.

Carlos Gomes Júnior, Primeiro Ministro, esteve em Portugal para pedir apoio na realização das presidenciais de 18 de marçoFoto: AP

A União Europeia já enviou missões de observação à Guiné-Bissau, nomeadamente às eleições de 2005, 2008 e 2009.

Autor: António Cascais (com agências)
Edição: António Rocha

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