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Campanha eleitoral guineense arranca com apelos à segurança

Iancuba Dansó (Bissau)
13 de maio de 2023

A campanha eleitoral para as legislativas da Guiné-Bissau arrancou com eventos das diferentes formações políticas do país. O Governo fez apelos e disse que vai garantir "segurança a todos, sem distinção".

Foto: Iancuba Danso/DW

Arrancou este sábado (13.05) a campanha eleitoral para as sétimas eleições legislativas da história da Guiné-Bissau, país que atualmente enfrenta vários desafios com o agudizar dos problemas sociais, que vão de aumento de custo de vida, à iminência de mais uma greve geral nos setores da educação e da saúde, prevista para a próxima segunda-feira (15.05).

Os 20 partidos e duas coligações de partidos têm a missão de convencer os cerca de 900 mil eleitores guineenses, recenseados no país e na diáspora, para umas eleições em que já surgiram várias vozes a apelar à contenção verbal durante a campanha eleitoral.

Eventos no primeiro dia de campanha

Para o primeiro dia da campanha eleitoral, a Coligação Plataforma Aliança Inclusiva - Terra Ranca, liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), realizou esta manhã um evento político, com comício, em Bissau, no círculo eleitoral 28.

Militantes da Coligação Plataforma Aliança Inclusiva - Terra Ranca durante o evento de campanha este sábadoFoto: Iancuba Danso/DW

O Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15) agendou para esta tarde, um comício popular no Espaço Verde do Bairro de Ajuda, em Bissau, enquanto o Partido da Renovação Social (PRS) elegeu Quinhamel, região de Biombo, no norte da Guiné-Bissau, como local para abrir a sua campanha eleitoral, também na tarde deste sábado.

Fodé Carambá Sanhá, presidente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz, Democracia e Desenvolvimento, disse que não há necessidade de ir ao extremo neste período.

"A disputa eleitoral de caça ao voto não justifica as abordagens hostis, nexo de ódio, de fragmentação social, por chamamento étnico religioso ou a regionalização, porque sempre vivemos em ambiente de boa coabitação, de sã convivência, na coesão social", afirmou Sanhá no ato da assinatura, pelos partidos, do Código de Conduta Ética Eleitoral, na sexta-feira.

Governo disse que vai garantir "segurança a todos, sem distinção nem discriminação"Foto: Iancuba Danso/DW

Apelos à segurança dos cidadãos

A campanha eleitoral arranca numa altura em que a segurança dos cidadãos volta a ser uma preocupação, depois do ataque, na semana passada, à residência do analista político Fransual Dias. Mas o ministro da Administração Territorial e Poder Local, Fernando Gomes, deixou uma garantia, em nome do Governo.

Gomes afirmou que "o Governo vai dar segurança a todos os partidos e coligações, para que possam fazer a sua campanha sem qualquer constrangimento”.

"O Governo decidiu dar segurança a todos, sem distinção nem discriminação", garantiu.

Contudo, o governante diz que o executivo não dá carta branca aos envolvidos na campanha eleitoral: "O Governo não vai permitir a desordem, a violência, durante a campanha eleitoral, porque se isso descambar, será da responsabilidade do Governo, e o Governo tem que garantir paz aos cidadãos".

As sétimas eleições legislativas da Guiné-Bissau estão marcadas para o dia 4 de junhoFoto: Iancuba Danso/DW

Debate político

A outra preocupação tem a ver com a tônica do debate político durante a campanha eleitoral, que foi antecedida por ataques e indiretas entre alguns líderes políticos. Mas o jornalista Sabino Santos analisa o momento da outra maneira e diz que haverá uma fragmentação da campanha, com os partidos aliados a posicionarem-se do mesmo lado, o que, segundo disse, terá consequências.

"Quando se tem uma campanha eleitoral fragmentada, a primeira coisa que vai acontecer é a fragmentação dos votos. Mas, mais a frente, muita coisa vai contar, a convicção das pessoas e o momento que o país vive. São esses elementos que definirão os resultados eleitorais”, considera o jornalista.

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