Guiné-Bissau: CNE ainda a receber resultados das regiões
Lusa
7 de junho de 2023
Comissão Nacional de Eleições não confirma se os resultados das eleições legislativas serão conhecidos esta quarta-feira. "Só vai ser decidido depois do início dos trabalhos de compilação nacional", afirma.
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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Guiné-Bissau ainda está a receber resultados das eleições legislativas de domingo das regiões, disse esta quarta-feira (07.06) aos jornalistas a porta-voz e secretária executiva daquele órgão, Felisberta Moura Vaz.
A responsável falava depois de um encontro com uma delegação da missão de observação eleitoral da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), liderada pelo ex-Presidente de Cabo Verde Jorge Carlos Fonseca, que foi felicitar a CNE pelo seu trabalho.
"Também tentaram saber se vai haver divulgação dos resultados hoje ou não, mas deixamos claro que só vai ser decidido depois do início dos trabalhos de compilação nacional, porque há ainda regiões que não recebemos", precisou Felisberta Moura Vaz.
A CNE tinha previsto divulgar os resultados eleitorais hoje durante a manhã, mas só agora vai iniciar a reunião da plenária para começar a compilar os resultados nacionais, enquanto aguardam pela chegada de resultados das regiões em falta.
"Resultados provisórios o mais rapidamente possível"
Antes, em declarações aos jornalistas, o chefe da missão de observação eleitoral da CEDEAO, Jorge Carlos Fonseca, disse que a reunião serviu também para serem informados do estado da situação do apuramento dos resultados.
“Portanto, nós esperamos que, apesar de a lei estabelecer um prazo para os resultados definitivos entre 07 e 10 dias, a CNE está também ciente dessa necessidade e vai proclamar o mais rapidamente possível. Nós não saímos daqui com a certeza de que será hoje ou amanhã (quinta-feira), mas o compromisso de que será o mais rápido possível, dentro dos condicionalismos que tem", afirmou.
O chefe da missão de observação eleitoral da CEDEAO disse que a CNE ainda aguarda do apuramento de uma ou outra região e que irão "trabalhar hoje afincadamente" para ter os “resultados provisórios o mais rapidamente possível”.
"Já sabemos, em todo o lado é assim, como as eleições terminaram no dia 04 de junho, já se passaram alguns dias, e cria-se alguma expectativa, tensão, ansiedade junto das pessoas para saberem os resultados, sobretudo que surgem nas redes sociais e por outros meios", afirmou.
O dia do voto na Guiné-Bissau
As eleições legislativas da Guiné-Bissau decorreram num ambiente tranquilo, apesar de alguns problemas logísticos. Na diáspora, houve confusão. Líderes políticos pedem que a "vontade do povo" seja respeitada.
Foto: F. Tchumá/DW
Ambiente tranquilo
A votação começou pontualmente às 7h locais em toda a Guiné-Bissau, segundo as autoridades eleitorais. Em Bissau, a DW constatou que, apesar de longas filas, a votação arrancou num ambiente tranquilo e sem problemas.
Foto: F. Tchumá/DW
Votação não parou
Mesmo com a falta de tinta indelével em alguns locais de votação, os eleitores seguiram o processo eleitoral normalmente, de acordo com relatos dos correspondentes da DW na capital guineense.
Foto: Darcicio Barbosa/AP/picture alliance
Sissoco votou em Gabú
Longe de Bissau, em Gabú, no leste do país, o Presidente Umaro Sissoco Embaló depositou o seu voto na urna acompanhado de vários apoiantes. Em declarações à imprensa, Sissoco Embaló avisou que não vai permitir a contestação dos resultados das eleições legislativas: "O povo está a votar e quem for eleito é que vai governar", garantiu.
Foto: DW
"Bom-senso" nas eleições
Em Bissau, Domingos Simões Pereira, que lidera a coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, disse temer "a eventualidade de alguém querer brincar com a vontade expressa pelo povo guineense". "Espero que tenhamos o bom-senso para não incorrer neste tipo de brincadeira", afirmou Simões Pereira.
Foto: Iancuba Dansó/DW
"Celebração da democracia"
O líder do MADEM-G15, partido que está no Governo desde 2020, votou no centro de Bissau e afirmou que estas eleições são uma "celebração da democracia", o caminho pelo qual os guineenses vão "encontrar a estabilidade consistente e duradoura". "Esta é a vez da Guiné-Bissau", disse Braima Camará.
Foto: A. Cabral/DW
"Aceitem a vontade do povo"
Botché Candé, do Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), exerceu o seu direito de voto na cidade de Bafatá, no leste do país. Em declarações à imprensa, disse esperar uma boa convivência entre o Presidente da República e o candidato eleito nestas eleições. Também lançou um apelo aos líderes políticos do país: "Aceitem a vontade do povo".
Foto: privat
Um apelo à paz
A única mulher candidata à liderança do Governo nestas eleições fez um apelo à paz minutos após exercer o seu direito ao voto. Joana Cobdé, presidente do Movimento Social Democrático (MSD), disse que o país está cansado das crises políticas e questionou: "Se continuarmos a brigar, quem é que vai estabilizar este país?".
Foto: I. Dansó/DW
Confusão em Lisboa
A votação na Embaixada da Guiné-Bissau em Lisboa foi marcada por uma confusão na longa fila que se formou desde cedo. As autoridades eleitorais da embaixada admitiram que não foi fácil gerir o processo, mesmo com a ajuda da polícia portuguesa. Em Dacar, a votação foi adiada devido aos confrontos na capital senegalesa.