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Guiné-Bissau: "Crise está ultrapassada porque é inaceitável"

Lusa
18 de novembro de 2019

Domingos Simões Pereira, candidato do PAIGC, considera que a mais recente crise política guineense "está ultrapassada". E que "o povo guineense não vai tolerar qualquer subversão da ordem democrática".

Domingos Simões PereiraFoto: DW/M. Sampaio

Em entrevista à agência de notícias Lusa este domingo (17.11), o candidato do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde (PAIGC) às presidenciais guineenses, Domingos Simões Pereira, considerou que a crise no país está "ultrapassada".

"Está ultrapassada, porque é uma situação inaceitável. Ninguém irá permitir isso. Podem continuar a orquestrar porque quem não tem um projeto, porque quem não acredita em democracia como um momento em que o povo decide vai estar sempre a orquestrar", afirmou o candidato às eleições de 24 de novembro, no final de um comício no campo de Lala Quema, em Bissau.

O antigo primeiro-ministro considerou ainda que "o povo guineense não vai tolerar qualquer de subversão da ordem democrática". E que a população deve estar preparada, assim como as autoridades, caso haja esta "ameaça".

Foto: picture-alliance/dpa/M. Cruz

Alianças

Questionado pela Lusa sobre o facto de vários candidatos eleitorais estarem a planear unir-se contra ele, Domingos Simões Pereira disse que não preocupa e que essas alianças são "perfeitamente normais" em democracia.

"A única diferença é que eles confiam nas alianças que vão estabelecendo e eu confio no povo guineense, porque eu estou a falar do povo, estou a falar de futuro, estou a falar de esperança e é nisso que eu acredito", afirmou, salientando que a única coisa que o preocupa é que haja condições para que o povo se possa exprimir em absoluta liberdade.

Domingos Simões Pereira salientou também que gostava que a atual campanha servisse para discutir projetos e ideias com a participação de todos os guineenses e debater as suas visões com as visões dos outros candidatos.

Apoiantes do PAIGC durante a campanha para as legislativas, em marçoFoto: DW/B. Darame

"Acho extraordinário que candidatos com telhados de vidro estejam a atirar pedras, eu não entendo isso e isso só pode ter uma explicação que é distrair a atenção das pessoas. Querem convocar-me para uma discussão que o povo guineense está saturado de ouvir. Eu não vou fazer isso. Eu vou falar daquilo que o povo guineense quer ouvir", disse.

Tensão política

A Guiné-Bissau iniciou a campanha para as eleições presidenciais num momento de especial tensão política, depois de o Presidente ter demitido o Governo de Aristides Gomes, saído das legislativas de 10 de março, e nomeado um outro liderado por Faustino Imbali.

Grande parte da comunidade internacional opôs-se a estas decisões e a CEDEAO exigiu a demissão de Imbali, sob pena de impor "pesadas sanções" aos responsáveis pela instabilidade política.

Imbali acabou por se demitir, pouco antes de serem conhecidas as decisões dos chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que decidiram reforçar a presença da força de interposição Ecomib no país e advertir o Presidente guineense, José Mário Vaz, de que qualquer tentativa de usar as forças armadas para impor um ato ilegal será "considerada um golpe de Estado".

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