O Berliner Zeitung trouxe, na quarta-feira, uma reportagem sobre a prisão do ex-chefe da Marinha da Guiné-Bissau, Bubo Na Tchuto, pela agência norte-americana de combate ao tráfico de drogas (DEA, sigla em inglês).

O jornal refere-se a uma “ação espetacular em alto-mar, com detalhes ainda mantidos em segredo” e revela os pormenores da operação conduzida pela Agência.

O jornal explica como foi a emboscada preparada pela DEA para prender Na Tchuto, em que os oficiais norte-americanos se passaram por membros de um cartel latino-americano interessado em transportar uma carga de cocaína no valor de 400 milhões de dólares para a Europa.

Bubo Na Tchuto, considerado uma figura-chave no tráfico internacional de cocaína, receberia 13% do valor em comissão. A proposta previa ainda o envio de armas para os rebeldes das FARC, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

Destaca-se ainda o fato de um possível envolvimento do presidente interino da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamadjo, no negócio, e relembra-se o histórico de golpes de Estado no país.

Violência continua em Bangui

Com o título ”Rebeldes contra a milícia, Bangui não alcança a paz”, o jornal Die Tageszeitung, de Berlim, aponta a dificuldade do novo governo da República Centro-Africana em controlar o conflito no país e o anúncio do envio de mais mil soldados dos países vizinhos para reforçar a segurança na cidade.

A matéria informa ainda que os homens da Séleka fazem buscas por armas nas casas dos moradores de Bangui, tendo jornais locais denunciado que quando encontram objetos de valor, estes tambám são confiscados.

De Portugal para Angola

Nesta sexta-feira, o jornal Die Zeit, apresentou uma reportagem sobre a migração Norte-Sul, na reportagem “Também para a África”. “Antes da queda eles fogem para seu país de origem, muitos portugueses procuram trabalho na antiga colónia Angola”, escreve o jornalista alemão e conta a história de um português que trocou o litoral luso pela capital Luanda.

O salário passou de dois mil euros para 14 mil dólares. O relato envolve as saudades de casa e da família e também fala-se do alto custo de vida em Luanda, do crescimento económico de Angola e dos problemas do governo angolano com questões de direitos humanos.

Africanos nos palcos alemães

Também a cultura africana ganhou as linhas da imprensa alemã esta semana, na Renânia do Norte.

O jornal General Anzeiger, de Bonn, antiga capital da Alemanha Ocidental,trouxe uma matéria sobre o festival de dança anual do Estado, que decorre até o próximo dia sete em oito cidades da região. O General Anzeiger destaca a apresentação folclórica da companhia do coreógrafo do Benin, Tchekpo Dan Agbetou.

O jornal Kölner Stadt-Anzeiger, de Colónia, aborda outro espetáculo do festival. “Mitumba – Ein Happening”, da coreógrafa alemã Stephanie Thiersch, com dançarinos e assistentes da Tanzânia, do Quénia e da Nigéria. Na entrada do teatro, formou-se uma longa fila.

Os ingressos eram trocados por peças de roupas, doadas pelo público. “Mitumba” é a palavra em suaíli para o envio de roupas velhas para serem comercializadas em África, que a coreógrafa transformou no conceito do espetáculo. As roupas são vendidas novamente para o próprio público, por um ou dois euros, revela a reportagem.