Guiné-Bissau e Moçambique vencem no apuramento para o CAN
Lusa | gs
11 de junho de 2017
A seleção moçambicana fez história, na primeira jornada da fase de apuramentos para o CAN, com a primeira vitória de sempre diante da Zâmbia.
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A seleção de futebol da Guiné-Bissau recebeu e venceu, no sábado (10.06), a Namíbia por 1-0, em jogo da primeira jornada do grupo K, da fase de apuramento para a Taça das Nações Africanas que, em 2019, terá lugar nos Camarões.
O estreante Edy, que atua na segunda divisão chinesa, marcou o único golo do encontro aos 22 minutos. A partida em Bissau esteve em risco de não se realizar, porque os jogadores guineenses ameaçaram faltar, reivindicando o pagamento de prémios em atraso e o reembolso de despesas pessoais. Mas na sexta-feira (09.06), os jogadores chegaram a acordo com o Governo guineense e acabaram por disputar a partida.
Também no grupo K, a seleção de futebol moçambicana fez história, com a primeira vitória de sempre diante da Zâmbia. Com a camisola dos "mambas", Stanley Ratifo, médio ao serviço do Colónia, na Alemanha, resolveu a partida aos 90 minutos.
No entanto, no grupo I, a seleção de Angola saiu derrotada por 3-1, em Ouagadougou, frente ao Burkina Faso. O avançado Gelson, do Sporting, marcou aos 23 minutos o único golo dos "Palancas Negras".
No outro jogo do grupo I de apuramento para a final do próximo CAN, o Botsuana perdeu em casa, por 1-0, com a Mauritânia.
A seleção cabo-verdiana de futebol também perdeu, no domingo, em casa com o Uganda por 1-0, no primeiro jogo do grupo L de apuramento para o CAN. Na outra partida do mesmo grupo, a Tanzânia e o Lesoto empataram 1-1.
Os vencedores de cada um dos 13 grupos de apuramento e os dois melhores segundo classificados vão juntar-se à seleção organizadora, os Camarões, na fase final da principal competição do continente africano.
O fascinante mundo do futebol no Sudão
Na Bundesliga, o aquecimento do solo e os estádios cobertos são assuntos que estão na ordem do dia. Luxos que são impensáveis no Sudão, onde as circunstâncias fazem com que o futebol se mantenha próximo das suas raízes.
Foto: DW/P. Wozny
O estádio 'Red Castle'
No estádio “Red Castle”, no Sudão, os adeptos assumem riscos significativos para erguer as bandeiras dos seus clubes. O antiquado estádio, que é a casa do Al-Merreikh Sporting Club, em Omdurman, tem capacidade para 43 mil espetadores. O Dínamo Moscovo, que disputou o jogo inaugural do estádio, é um dos poucos clubes europeus que já jogou no país. É também aqui que joga a seleção nacional do Sudão.
Foto: DW/P. Wozny
Selfies com o treinador Krüger
Para qualquer sítio que Michael Krüger vá no Sudão é reconhecido. Pouco depois de chegar ao aeroporto, o treinador alemão foi interpelado por várias pessoas para tirarem uma selfie com ele. Já no Estádio Al-Merreikh, os apoiantes do clube sudanês pediram-lhe para que assumisse o comando da equipa nacional do país. Krüger recusou - pelo menos até agora.
Foto: DW/P. Wozny
Depois do pôr-do-sol
Por causa do calor, todos os jogos da Primeira Liga sudanesa começam depois do sol se pôr. Enquanto o miúdo com a bola, vindo das camadas jovens do Al Merreikh parece cansado, o atual treinador do clube, Diego Garzitto, de 67 anos, parece aliviado com a descida da temperatura. O francês está no clube desde 2014, tendo vencido o campeonato em 2015.
Foto: DW/P. Wozny
Popularidade dos clubes sudaneses
O facto do Sudão ser normalmente eliminado cedo das competições, como a Taça das Nações Africanas ou a Copa do Mundo, faz com que cresça a popularidade dos clubes dentro do país. Os jogos "nacionais" têm bastante assistência. E o facto dos campos serem maus ajuda a que os jogos sejam sempre uma lotaria, com muitos golos, e os fãs gostam disso. Este jogo ficou 4-2 para o Al-Merreikh.
Foto: DW/P. Wozny
Derby local
Para os fãs do Al-Merreikh, o jogo mais importante da época é o derby contra o Al-Hilal, que venceu a Liga 22 vezes. O Al-Merreikh soma, no total, menos duas vitórias. Como os jogos das duas equipas são transmitidos ao vivo na televisão, estas nunca jogam à mesma hora, exceto no dia do derby.
Foto: DW/P. Wozny
Longo caminho a percorrer
O Sudão tem um longo caminho a percorrer no que ao desenvolvimento das camadas jovens de futebol respeita. Existem apenas três escalões para os quais a maioria dos clubes tem apenas um treinador. As bolas e as chuteiras são duras e os campos
medíocres. Ainda assim, as equipas jovens têm o seu próprio campo. Krüger fez grandes esforços para melhorar esta realidade.
Foto: DW/P. Wozny
Sucesso com equipas africanas
A paciência com os treinadores não é um ponto forte dos clubes africanos, no entanto, Krüger treinou quase três anos o Al-Merreikh. O alemão venceu duas vezes a Liga sudanesa e outras duas a Taça. Também foi durante a sua passagem pelo clube que este se tornou a primeira equipa do Sudão a qualificar-se para a Liga dos Campeões Africana. Krüger também já tinha tido sucesso no Egito e Etiópia.
Foto: DW/P. Wozny
Um desporto que não é para mulheres
Estas duas jovens, que estão a aprender alemão no Instituto Goethe, em Cartum, capital do país, nunca estiveram num jogo de futebol. Somente os homens podem assistir a jogos de futebol na República do Sudão e oficialmente, existe apenas uma equipa de futebol feminina, na Universidade Feminina Ahfad. Algumas jogadoras usam o véu durante o treino.