Num jogo emocionante contra a seleção de Moçambique, a seleção guineense empatou por 2-2 e conseguiu qualificar-se para a fase final da Taça das Nações Africanas, a ser disputada no Egito.
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A Guiné-Bissau qualificou-se este sábado (23.03) para a fase final da Taça das Nações Africanas (CAN2019), ao empatar por 2-2 na receção à seleção de futebol de Moçambique, na última jornada do grupo K. A partida decorreu no Estádio Nacional 24 de Setembro, em Bissau.
Num encontro em que as duas seleções disputavam diretamente o apuramento, a selação guineense chegou ao intervalo em vantagem, depois de um golo de Piqueti, aos 13 minutos.
Moçambique deu a volta no marcador na segunda parte, com golos de Stanley Ratifo (49) e de Nelson Divrassone (89), resultado que, apesar de adverso para a Guiné-Bissau, apurava as duas equipas, em virtude de a Namíbia, que também estava na corrida, estar a perder na Zâmbia.
Guiné-Bissau apura-se para fase final da CAN2019
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No entanto, um golo de Frederic Mendy, aos 90+4, possibilitou o empate 2-2, dando a vitória no grupo K aos guineenses, enquanto Moçambique acabou em terceiro e afastado da fase final.
O treinador da seleção da Guiné-Bissau, Baciro Candé, disse que o país está de parabéns e felicitou os jogadores guineenses, salientando que a qualificação para a CAN2019 é "obra deles".
"A Guiné-Bissau está de parabéns, quem saiu vencedor foi a Guiné-Bissau a nossa pátria. Queria felicitar os meus jogadores, isto tudo é obra deles. Neste momento, não tenho muita coisa a dizer. Há empenho e determinação e o querer sempre vencer dos meus jogadores, porque incutimos isso no espírito deles", afirmou Baciro Candé, na conferência de imprensa realizada a seguir ao final do jogo.
Angola
Na sexta-feira (22.03), a seleção de Angola também já se qualificou para a fase final da Taça ao vencer 1-0 a seleção do Botsuana em Francistown, na última ronda de apuramento pelo grupo I.
A Taça das Nações Africanas será disputada a partir de junho no Egito.
Guiné-Bissau: um pequeno país de futebolistas gigantes
Os números falam por si. Em 2017, Bruma ruma para o Leipzig por 12,5 milhões de euros. E o talento guineense não se esgota aqui.
Foto: picture-alliance/Anadolu Agency/O. Coban
Bruma
Bruma começou cedo. Deixou Bissau aos 12 anos para ir atrás do seu sonho em Portugal. Integrou a academia do Benfica e depois a do Sporting. Em 2013, o extremo alcançou a equipa principal dos verdes e brancos. Passou depois pelo Galatasaray e pelo Real Sociedad até chegar à Bundesliga, onde veste atualmente a camisola do RB Leipzig, que pagou cerca de 12,5 milhões pela sua transferência.
Foto: picture-alliance/Anadolu Agency/O. Coban
Úmaro Embaló
Parecia ser a mais cara transferência de sempre de um jovem de Portugal para o estrangeiro. O nome de Úmaro Embaló, guineense de 16 anos, fez correr muita tinta nos jornais desportivos desde o início do ano de 2018, pois iria trocar a camisola do Sport Lisboa e Benfica pela do RB Leipzig, na Alemanha, por 20 milhões de euros. O negócio caiu no último dia do mercado de transferências europeu.
Foto: Imago/Newspix/K. Cichomski
Éder
Nascido em Bissau, em 1987, Ederzito, mais conhecido como Éder, passou de “patinho feio” a “ídolo” das Quinas depois de, no Euro 2016, ter marcado o golo decisivo que valeu a taça a Portugal. O avançado, que está atualmente emprestado pelo Lille (França) ao Lokomotiv Moscovo, começou a sua carreira nas camadas jovens da Associação Académica de Coimbra. Estreou-se pela Seleção Portuguesa em 2012.
Foto: Getty Images/AFP/F. Fife
Danilo Pereira
Foi também em Portugal que Danilo Pereira encontrou futuro. Da formação do Benfica, o jovem nascido em 1991 rumou para Itália para vestir a camisola do Parma, em 2010. Após algumas épocas emprestado, o médio assinou contrato com o Club Sport Marítimo. Em 2014, Danilo é considerado uma das revelações da I Liga e o FC Porto não o deixou escapar. A sua cláusula de rescisão é de 40 milhões de euros.
Foto: Getty Images/D. Mullan
Carlos Mané
É também na Alemanha, no Estugarda, que joga atualmente o luso-guineense Carlos Mané. Nascido em 1994, também este guineense cresceu nas escolas do Sporting, tendo integrado a academia dos verdes e brancos com apenas sete anos. O caminho até à equipa principal foi demorado mas, finalmente em 2014, o extremo estreou-se em Alvalade.
Foto: picture-alliance/Sport Moments/Schweizer
José Gomes
É considerado uma das promessas do futebol português. Nascido em Bissau em 1999, o avançado rumou para Portugal tendo sido recebido na equipa da Luz. Em 2016 fez o seu primeiro jogo pela equipa principal dos encarnados, tornando-se o terceiro jogador mais jovem a jogar pelas águias, com apenas 17 anos. Em 2015, José Gomes foi o melhor marcador e considerado o melhor jogador do Europeu Sub-17.
Foto: Imago/GlobalImagens
Pelé
Aos 25 anos, Pelé, de ascendência guineense, veste a camisola do Rio Ave. O médio defensivo iniciou-se no Belenenses, tendo depois passado pelo Olhanense, Arsenal Kiev (Ucrânia) e pelos sub-20 do AC Milan (Itália). Em 2015 chega ao Benfica. Uma lesão grave impediu-o de ir para o inglês Wolverhampton, um negócio de dois milhões de euros.
Foto: Imago/GlobalImagens
Yannick Djaló
Terminamos com Yannick Djaló. Natural de Bissau, Djaló, que é também um produto da academia do Sporting, estreou-se na primeira divisão em 2006. Seis anos depois assinou contrato pelo Benfica tendo sido, em 2014, emprestado ao San José Earthquakes. Seguiram-se o Mordovia Saransk e o Ratchauri Mitr Phol. Djaló regressou a Portugal e veste agora, com 32 anos, a camisola do Vitória FC.