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Florentino Pereira é o candidato do PRS às legislativas

Iancuba Dansó (Bissau)
1 de setembro de 2022

O Partido da Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau elegeu o ex-ministro Florentino Mendes Pereira como cabeça de lista nas legislativas antecipadas de 18 de dezembro. Em caso da vitória, será indicado primeiro-ministro.

 Florentino Mendes Pereira, antigo secretário-geral do PRS
Florentino Mendes Pereira, antigo secretário-geral do PRSFoto: DW/F. Tchumá

Com três candidatos na corrida, esta foi a primeira vez que o PRS levou para decisão do seu órgão a escolha da figura "candidata a primeiro-ministro", depois do líder Alberto Nambeia ter renunciado, em meados do mês de agosto, à condição que lhe é conferida pelos estatutos do partido, de ser o cabeça de lista da sua formação nas eleições legislativas. 

O antigo secretário-geral dos "renovadores" arrecadou 191 votos, deixando para trás, com uma larga vantagem, dois destacados dirigentes do partido, Dionísio Cabi e Faustino Imbali, antigo primeiro-ministro guineense. 

Aos jornalistas, Florentino Mendes Pereira elegeu a união como a força do PRS, perante o momento atual: "O partido está numa fase muito complicada, é preciso unir o partido e reforçar a coesão interna. A primeira solução [para o atual problema] passa pela união interna e só depois da união é que podemos constituir uma equipa forte, para conquistar as próximas eleições legislativas."

Para Florentino Mendes Pereira, não há nenhuma formação política guineense capaz de, sozinha, tirar o país da situação em que se encontra, abrindo desta forma a possibilidade de convidar outros partidos para a governação, em caso da vitória nas próximas eleições. 

Cansado de ser "bengala do poder"

À DW África, o jornalista Assana Sambú diz que a escolha de Florentino Mendes Pereira "é uma mensagem que o partido [PRS] quer mandar ao povo guineense, de que se cansou de servir como a bengala do poder e que, doravante, seguirá a sua própria agenda política. Florentino Mendes Pereira é visto, atualmente, no seio do partido, como uma figura certa ou capaz de reunificar a família PRS". 

Guiné-Bissau realiza eleições legislativas antecipadas de 18 de dezembroFoto: Getty Images/AFP/Seyllou

Com os olhos postos na ida às urnas de dezembro próximo, o presidente em exercício do PRS, Fernando Dias exigiu, na abertura da reunião da Comissão Política Nacional do seu partido, a realização das eleições legislativas na data marcada.

Mas também deixou um apelo sobre o respeito às liberdades na Guiné-Bissau: "É entendimento do PRS, de que estando o país no quadro das eleições legislativas, é imprescindível a restituição e a garantia das liberdades fundamentais, nomeadamente o direito de circulação, da palavra e da reunião."

A eleição do candidato a primeiro-ministro aconteceu numa fase em que vários dirigentes do PRS se desvinculam do partido para integrar o Movimento para Alternância Democrática (MADEM-G15), a segunda maior força política do país. 

Os desafios do PRS

"A grande luta que o partido tem pela frente, sobretudo a figura de Florentino Mendes Pereira, é fazer merecer essa confiança", sublinha o jornalista Assana Sambú, que considera que os desafios do cabeça de lista do PRS são enormes.

O partido precisa "trabalhar, conquistar e reconquistar as bases do partido, conquistar o voto dos eleitores guineenses e ganhar as próximas eleições. E não havendo a possibilidade de ganhar as próximas eleições, pelo menos voltar a ocupar a segunda posição, ser a segunda maior força política do país, que outrora ocupava", conclui.

O Partido da Renovação Social é um dos históricos da Guiné-Bissau, co-fundado pelo já falecido Kumba Ialá, antigo Presidente da República do país.

O PRS não ganha umas eleições há 23 anos, mas tem integrado a governação do país, fazendo parte do atual governo guineense, de iniciativa presidencial, nomeado em junho passado, pelo chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló. 

Reflexões Africanas: As ameaças à democracia da Guiné-Bissau

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