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Guiné-Bissau: Frente Social faz balanço positivo da greve

Lusa
10 de março de 2023

Na Guiné-Bissau, o porta-voz da Frente Social, Yoio João Correia, avaliou positivamente esta sexta-feira (10.03), a greve na saúde e na educação que decorreu esta semana e levou o Governo à mesa das negociações.

Guinea-Bissau Bissau | Proteste
Foto: Braima Darame/DW

"O balanço é positivo no sentido em que permitiu uma comunicação do executivo e uma diligência no sentido de negociar com a Frente Social para que possamos resolver ultrapassar os problemas que constam no caderno reivindicativo e que esteve na origem da greve", afirmou à Lusa Yoio João Correia.

A Frente Social, que junta quatro sindicatos dos setores da saúde e educação, iniciou segunda-feira uma greve, que termina hoje às 23:59.

"Neste caso, este objetivo foi atingido e o balanço é positivo", disse, salientando que o Governo entrou em contacto com a Frente Social na terça-feira e negociações foram iniciadas na quarta-feira.

"Acho que a equipa negocial da Frente Social e do Governo farão o possível e as cedências possíveis para chegar a entendimento e evitar futuras paralisações nos dois setores. Agora estamos no processo de discussão", afirmou o sindicalista.

Greves na Saúde e Educação

Os sindicatos guineenses de Saúde e da Educação iniciaram segunda-feira uma greve geral para reivindicar o cumprimento de acordos assinados com o Governo em novembro passado.

As exigências dos dois sindicatos sobre vários pontos acordados em novembro passam, nomeadamente pelo pagamento de subsídios de vela, de giz e de isolamento aos profissionais dos dois setores.

O subsídio de vela é pago aos profissionais da saúde que prestam serviços fora do horário normal, o de giz é pago aos professores para minimizar o efeito de contacto com aquele material tóxico e o de isolamento é dado aos profissionais que são colocados em zonas recônditas do país.

Yoio João Correia Foto: Incuba Dansó/DW

A Frente Social também reclama do Governo uma solução para a medida decretada pelo executivo em 2022 de estancar a entrada de novos funcionários nos setores da saúde e da educação, alegando um compromisso nesse sentido com as instituições financeiras internacionais.

Os sindicatos exigem ainda ao Governo que adote medidas que acabem com as "nomeações políticas", respeitando a lei do país que ordena que os diretores de serviços sejam colocados através de concursos públicos.

Outro motivo da greve é a decisão do Governo em bloquear os salários de profissionais dos dois setores que atualmente se encontram no estrangeiro em processos de mestrado ou doutoramento, por conta própria e para a uniformização do currículo escolar nas escolas públicas e ainda de protocolos médicos nos hospitais do país.

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