Guiné-Bissau lança estudo para construção do porto de Buba
Lusa
29 de novembro de 2021
O Presidente Umaro Sissoco Embaló lançou o estudo de viabilidade para a construção do porto comercial e mineiro sobre o rio Grande Buba, aquela que será a maior obra de engenharia civil do país.
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Numa cerimónia no palácio do Governo, perante dirigentes guineenses e convidados estrangeiros, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, afirmou que "finalmente" o país dispõe de condições para fazer arrancar as obras do porto de Buba: "A edificação do Porto de Buba foi um sonho de várias gerações. Muito se falou e muito se escreveu sobre este grande empreendimento. Chegou a hora de transformar esta imaginação antiga num projeto em vias de concretização".
O chefe de Estado guineense notou que o arranque das obras do Porto de Buba só é possível "graças a uma nova diplomacia económica" em curso no país, que, disse, trouxe a recuperação da credibilidade interna e externa da Guiné-Bissau.
Umaro Sissoco Embaló acredita que a construção do porto irá potenciar um novo desenho da geografia económica do país com a criação de caminhos-de-ferro, estradas e um novo polo de desenvolvimento com impacto além-fronteiras.
Instabilidade política tem vindo a adiar Porto de Buba
Em 2019, o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) doou ao Governo da Guiné-Bissau dois milhões de dólares (1,77 milhões de euros) para custear o estudo que nunca avançou devido à instabilidade governativa no país.
O estudo de viabilidade económica do projeto vai ser realizado pela empresa portuguesa TPF -- Consultores de Engenharia e Arquitetura e deverá durar 10 meses. A construção do porto de Buba é um projeto antigo da Guiné-Bissau, sendo Angola o último interessado no projeto que estava integrado no processo que iria levar também à exploração das jazidas de bauxite na região de Boé, no leste do país.
Se for construído, o porto de Buba será a maior obra de engenharia civil na Guiné-Bissau, terá 18 metros de profundidade e permitirá o escoamento do bauxite de Boé e ainda a atracagem, em simultâneo, de três navios de até 70 mil toneladas.
O maior porto de atracagem de navios comerciais de que dispõe a Guiné-Bissau neste momento é o porto comercial de Bissau, com capacidade para receber navios de até 10 toneladas.
Parque Natural do Rio Cacheu: Uma Guiné-Bissau desconhecida
No Parque dos Tarrafes de Cacheu esconde-se o melhor de uma Guiné-Bissau quase desconhecida. Pesca de camarão no Rio Chacheu chega a atingir 80% das licenças atribuídas, nomeadamente aos países da União Europeia.
Foto: DW/B. Darame
Três tipos de mangais
Impressiona a cobertura de mangal, tal como a vida que é levada no interior do parque de Cacheu, onde salta à vista o potencial para o ecoturismo. O parque protege a maior concentração contínua dos mangais na sub-região africana.
Foto: DW/B. Darame
Roteiro de ecoturismo
Ameaça chover no Parque Natural dos Tarrafes de Cacheu. Este local faz parte do roteiro de ecoturismo. A pesca artesanal praticada pelos povos locais, desprovidos de quaisquer meios de seguranca, é o que sustenta a riqueza da zona.
Foto: DW/B. Darame
Desfrutar da pesca
No primeiro dia após a abertura do repouso biológico do rio Cacheu, os pescadores puderam verificar que os peixes aumentaram em quantidade e tamanho.
Foto: DW/B. Darame
Pesca em família
Pai e filho durante uma sessão de pesca no interior do Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu. A pesca artesanal e de subsistência é a alavanca de várias famílias ao redor das cidades de Cacheu, São Domingos e Farim.
Foto: DW/B. Darame
Efeitos da exploração abusiva
A erosão costeira é uma das ameaças devido ao corte do mangal e da agricultura itinerante ao nível do interior do parque. A pressão sobre os recursos é notória tendo como base o aumento demográfico.
Foto: DW/B. Darame
Práticas ecológicas
A conciliação da exploração dos recursos e práticas ecológicas tendo em vista a perenidade dos recursos é apontada como o caminho para a sustentabilidade das comunidades residentes no Parque Natural dos Terrafes de Cacheu. Os habitantes fazem o cultivo de arroz à mão - uma produção ainda mecânica.
Foto: DW/B. Darame
Cultivo de Arroz
O cultivo e a colheita do arroz, a base da dieta alimentar dos guineenses, é uma atividade feita na época das chuvas que visa garantir o autosuficiência alimentar dos povos de campo. É uma atividade que envolve homens, mulheres e crianças no interior da Guiné-Bissau.
Foto: DW/B. Darame
Produção de carvão
As alternativas à produção energética para o consumo doméstico é um dos desafios da conservação na Guiné-Bissau. Troncos árvores são colocados numa espécie de forno para a sua transformação em carvão. O produto é usado essencialmente na cozinha.
Foto: DW/B. Darame
Casas improvisadas
A existência de santuários no interior do parque é um dos valores simbólicos mais importantes que a cultura desempenha na conservação do espaço natural e na ligação entre a população local e o parque.
Foto: DW/B. Darame
Diversão dos jovens no porto
Saltos e mergulhos são as atividades de lazer prediletas dos jovens no Porto de Cacheu ao fim da tarde. Um processo quase que de socialização obrigatória.